O Trinco

O Trinco!

Dia cinzento, abafado!

Eu ali, tão só, deitada no sofá, olhando para o teto.

Aranhas trabalhavam incansavelmente, terríveis testemunhas da minha solidão.

Em vão, tentei desviar o olhar, mas meus olhos cansados não conseguiam se desprender da teia.

A habilidade das aranhas era impressionante! Mais alguns instantes e eu estaria envolvida no manto grudento.

Aterrorizada, girei o trinco e fugi para sempre.

 

Microconto

Dolores Fender

19/12/2024

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Eu mesma tanto da imagem quanto da poesia

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Comentários

  • Escapando do perigo. Saudações a tua escrita, sempre muito perspicaz. Abraços

  • Que encanto de microconto com muitas reflexões.

    Muito inspirado e de muita criatividade.

    • Que fuga da situação de desconforto 
    • Girou o trinco da prisão e se libertou

    Abraços estimada Maria Dolores 

  • Bom dia Professora Dolores!

    "Teias de Aranhas"

    é um tema bastante interessante

    para uma poetisa disfarçar a solidão.

    Eu tenho certeza, sou um privilegiado, pois, não tenho solidão.

    Posso estar errado,

    mas um poeta nunca fica só!

    Além, das aranhas e de suas teias,

    tem o passado, o presente e o futuro que posso estar viajando constantemente.

    Parabéns e um abraço carinhoso. 

    #JoaoCarreiraPoeta.

  • Bom dia Dolores: Novamente vem a poetisa abordando a solidão que tanto diz ao bardo. Micro conto que traça o isolamento do mundo em volta assistido tão somente pelas aranhas, testemunhas que representam expectadores sem alma. A metáfora é excelente.  A poetisa, em seu texto, busca fugir desta solidão que o bardo conhece de sobejo, abrindo um trinco que talvez a leve à felicidade.  1 ab

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