Nossas mãos dormem entrelaçadas
Tão próximas e coladas debaixo do lençol
Que se parecem às íntimas conchas
Desenhadas de um atol
Não se soltam, completam-se caladas
Suportam as marolas do mar
Resistem suadas aos alvoroços
Solavancos e aos infinitos riscos do amar
Depois, fora dos espaços, longe da cama
Equilibradas e já rasteiras
Reservam ainda nos tiranos dedos
Cheiros, sabores e nuances corriqueiras
Segredos que nem ousam falar
Aos mais insanos desejos
Para que nem mesmo elas, as mãos
Aos próprios pés possam contar
Isto é ser parte de um todo, verdadeiras
Até mesmo onde porventura
O destemido amor possa instar
PSRosseto
Comentários
Belíssimo conjunto poético, Paulo.
Parabéns pela obra.
Segredos que movem momentos maravilhosos do amor, para com o maor, poema brilhante
Mais do que um poema, teus versos, são uma obra de arte. Lindíssimo!