Aos meus ouvidos, um leve assopro,
repetido tantas vezes...
É o tanto que sofro,
sentindo o bafo da morte,
lâmina fria e reluzente,
rasgando o peito, os braços, as mãos.
Olhos marejados, um gemido sufocado.
Ó Deus, traga até mim o sorriso de um anjo,
aquele que, em sonhos, tanto amei.
Não me leve de volta à escuridão,
permita-me este arranjo...
Deixe-me ouvir novamente
as batidas do meu coração.
Fora de mim, já inexiste a dor.
O ar escasso e minúsculo,
como gotas de sol no ocaso discreto,
cede à noite, em seu domínio de horror.
E, então, o amor me socorre,
com sua morna e macia mão,
arrancando-me dos braços da morte,
da face obscura de um teto cinzento
e de um lúgubre e frio chão.
Ao abrir os olhos, como entender o nada?
Sinto apenas o vento renascer,
uma patética dissonância vazia e desesperada.
Ainda assim, todo o meu pensamento
é direcionado a você.
Alexandre Montalvan
Comentários
Boa noite poeta! Um belo poema enigmático, com certeza. 1 ab
Boa tarde bardo!!!
Eu concordo com recém-chegado Pedro:
Pulquérrimas palavras,
escrita de um jeito, que me perco no tempo,
mas em seus versos me reencontro.
Parabéns,
Alexandre! Um forte abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Lindas palavras Alexandre!