Vidas Passadas

Um pote de sal sobre o vidro,
coentro, cebola, cebolinha,
na mão, a faca afiada,
limão e, por fim, o alho moído

Roberto cantava ao pé da escada,
nos ares, o vapor impregnava;
no chão, farelos de vida e pão
lá fora, chuva passageira
por fim, a noite chegava

A lua invadia o céu, a brisa
mansinha passava. Na rua, poesia
de cordel. Pela janela, olhava
a moça faceira que andava
requebrando as cadeiras

Em sonho de vidas passadas,
tambem subia em pé de aroeira
que dava uma alergia danada
e eu me coçava a noite inteira.

Alexandre Montalvan

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Alexandre

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Comentários

  • Belos versos!

    Até a alergia foi bem colocada!

    Parabéns Alexandre o Grande Poeta!

  • Parabéns Alexandre por sua inspiração e habilidade de transformar momentos simples em versos ricos e cheios de vida!

    Bom final de semana!

  • Olá poeta Alexandre! Estou a ler teu belo poema e sinto que é como se eu estivesse tomando um café quente numa noite fria..., confortantes e essenciais. Parabéns e um forte abraço. #JoaoCarreiraPoeta.

  • Salve poeta! E... Quantas vezes lembramos de vidas passadas e nem damos conta disso... 1 ab

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