Xícara de ilusões

Apressado o tempo escorre espreguiçando-se
Na ampulheta da vida que reverbera contenciosa
Geme tão efémera e displicente desaguando na
Madrugada que chega tão prodigiosa e complacente

Bebo agora uma xícara de ilusões deliciosas
Embebedo-me num verso quase ludibrioso
Imprimindo aos silêncios estas solidões que cadastro
Em cada murmúrio genuinamente seduzido e meticuloso

Preciso só que a saudade siga sua procissão
Homenageando todos os beijos que deixámos a
Conjecturar no baldio do tempo quase indigente navegando
Em mil ecos e lamentos sobejamente contundentes

Preciso que o vazio me encha a alma e transborde
De amores perfumando cada migalha de luz ofegante
Até que o dia a montante se espraie em nós algemando
Pra sempre todo este silêncio que acaricio ali a jusante

Frederico de Castro

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3696278?profile=originalEncantada,poeta!

  • Muito gratificante ver que existe pessoa como você que valoriza a literatura e a poesia.

    • Greatto amigo Sam pelo comentário positivo e gentil

      Bem haja

      FC

  • A ilusão são cores de nossas imaginações que se transforma em miragens dentro de nossos pensamentos

    • Grato amigo e poeta pela sua constante presença

      Abraço fraterno

      FC

  • Cada dia que passa seus versos estão mais lapidados...belos demais. Aplausos, amigo Fred!

    • Obrigado pela estimulante mensagem Jennifer

      Votos de dia feliz e em paz

      FC

  • This reply was deleted.
    • Grato pela visita e pela carinhosa mensagem

      Bem haja

      FC

  • Muitas dessas xícaras bebemos no decorrer da vida, às vezes nos intoxicamos com seu excesso.

    Lindo poema Frederico.

    Parabéns!

    • É isso Edith e nessas intoxicações saem palavras e versos trajados de mil ilusões

      Abraço fraterno

      FC

This reply was deleted.
CPP