Posts de Nelson de Medeiros (194)

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CONTRASTE

 

 

CONTRASTE

Não sei quem és...  Até pensei, não nego,

foste tu, meu poema nunca escrito,

a musa eterna que me foi predito,

por este dom que, sem querer, carrego!...


 
Mas, já nem sei se te amo ou te renego,

pois, sendo, às vezes, anjo do infinito,

e, n! outras tantas, rocha de granito,

confesso que o contraste me faz cego!...

 

Tu és, por certo, dúbia criatura;

trazes contigo o cheiro da amargura,

e, o perfume da eterna primavera!


 
Num só tempo és rigor e suavidade,

por isso, nunca sei se és claridade,

ou sombra que habita noutra esfera!

 

                                                                               Nelson de Medeiros

 

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MARIA ISABEL

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Seu nome inda ressoa em meus ouvidos
como a canção de amor inda latente!
Mocinha sincera... Literalmente...
Paixão inocente de tempos idos!

Acreditava no amor piamente,
e, por isso extravasava os sentidos!
Éramos, por juras, comprometidos
até que o enleio se foi de repente!

Certo dia a revi num entreposto
da praia... Inda tinha os traços de outrora,
Mas, não mais os cabelos cor de mel!

Parecia ser outra, mas embora
toda a tristeza estampada no rosto
era, com certeza, a minha Isabel!

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CONFISSÕES A UMA DEUSA

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Que poeta será este, insensível,
que não se comove, não se faz visível,
não se curva a moça da alma pura?
Que poeta será este, que não confessa
toda a sua emoção nessa
lira sua, prenhe de lisura?

Se o vate ingrato, não sentisse a magia dos instantes,
se não lhe corresse, nas veias, o sangue dos amantes,
-Ah! - jamais haveria de entendê-la
pois, que sendo a deusa da sensibilidade,
ela tem, dentro d’alma, da imensa infinidade,
toda a essência do brilho duma estrela!

 

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ANJOS EXISTEM

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ANJOS EXISTEM...

Anjos (dizem) não existem na terra,
não se comunicam com pecadores,
nem andam nas ruas ou corredores
deste mundo que só maldade encerra!

Volitam muito acima desta guerra,
que a humanidade, vil e predadora,
trava consigo, qual gladiadora
do mal, que toda evolução emperra!

-Anjo de carne é cria de poetas-
dizem os pragmáticos estetas
do amor: - Não aportam por aqui, não!

Eu não sei se têm razão... Sei somente
- E só sei, porque Minh! Alma não mente-
que aqui, um anjo escapou-me da mão!

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ARREPENDIMENTO

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Ah! Quanta dor! Nove horas naquele instante...
Ela se foi entre desejos e sonhos de momento!
O seu meigo gesto de amor não foi bastante
pra convencer o bardo do leal sentimento!

Agora o remorso é sombra escura em desalento
que o vate carrega no inferno de Dante!
Ah! Quanta dor! Nove horas naquele instante...
Ela se foi entre desejos e sonhos de momento!

Sem rumo ele dormita num torpor constante...
Não foi capaz de se livrar do vil tormento
que lhe tortura, até hoje, em dor alucinante!
Que te fez o poeta, alma? – Deixou-te a mercê do vento!
Ah! Quanto dor! Nove horas naquele instante...

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BUQUÊ DE ROSAS

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No corredor do velho santuário,
com rosas no braço e terço na mão,
passou por mim, qual fosse ficção,
minha musa rezando o seu rosário!

Sua presença era o próprio cenário;
com gesto leve e terno de oração
fez calar a descrente multidão,
e encheu de luz o velho campanário!

Mas, o desejo me chegou ao vê-la...
Quem dera pudesse tão rara estrela,
voltar ao céu da minha solidão!

Não pude me conter; rolou-me o pranto,
pois, fora um dia, todo o meu encanto,
aquela noiva de buquê na mão!


05/2005
Nelson de Medeiros

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VOCÊ

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VOCÊ

O pouco que resta de mim, pra mim é tudo...
E tudo é muito pouco, de tudo que se vê!
Quero pouco, mas pouco é muito, não me iludo
pois, que o pouco depende muito de você!

Nesta vida desvairada, louca, insaciada,
do pouco, às vezes, muito se prevê!
E, tal teoria só fica explicada,
por muito amor que eu tenho por você!

E até mesmo nos momentos de quietude,
nos meus olhos todo mundo lê,
o medo, que esconder não pude,
que eu tenho de perder você!

Mas, se acaso um destino inimigo,
que os nossos rumos tracem, sem dizer porque,
Vier levar-te para um novo abrigo,
Eu juro: Jamais esquecerei você!

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TELA BARROCA

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TELA BARROCA...

Na parede da sala uma pintura barroca...
Vejo em sonhos um amor antigo, uma aventura louca
que o tempo não apaga das lembranças!
Na tela, as cores berrantes dum velho casario
refletem a sensação de perda, de vazio...
O coração pulsa fraco, jaz sem esperanças!

As gotas d’água que batem na vidraça,
num bailado sutil de muita graça,
parecem dar vida ao painel secular!
E os mosaicos, que o parco sol na chuva cria,
refaz-me a intuição de vetusta poesia
refletindo a alma dela, numa vida singular!

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DIALÓGO COM O CORAÇÃO

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Ah! Pobre coração vazio!
Porque bates assim veloz e frio?
Acaso não tens na lembrança
um amor puro e verdadeiro?
Será fado a consumir-te por inteiro
sem sequer acalentar-te a esperança?

Frio coração que vaga pela terra!
Que angústia o teu bater encerra
nas lágrimas que tentas esconder?
Não vês que suspiros delirantes
povoam quimeras distantes,
buscando ao cume ascender?

Mas, será ela, que em seu sonho de criança,
vê a ave da esperança
em seus céus volitar?
Ou serei eu, que tais sonhos despedaça
qual negro abutre que esvoaça
sobre a presa a espreitar?

Ah! Ela sim, alva estrela, astro fulgurante,
flor dos campos, inocência dum instante
que suspira e vê perto os sonhos seus!
Pois, que eu vejo a noite borbulhar nas vagas,
e sinto a consciência arder em chagas,
por um momento a recordar de Deus!

Guarapari-ES, 31/01/2017
Nelson de Medeiros

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GUERRA FINAL

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No horizonte, o bardo escuta os trovões
que prenunciam a terminal guerra!
O mundo inteiro sofre, e o Cosmo cerra
sua luz aos pérfidos corações!

As sombras vêm e encobrem toda a Terra;
a dor se instala e o progresso retarda!
A humanidade frágil, se resguarda
ante o conflito que o progresso emperra!

Mas tudo passa! Um raio de esperança,
rasgando o céu, traz renovada aurora,
para erguer a vida eterna, que avança!

O grito do futuro se proclama
e, em meio a paz, o mundo, enfim, melhora
na luz divina que ao amor conclama.

Nelson de Medeiros
07/12/2024

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FORÇA DA ORAÇÃO

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O bardo, em meio a doída solidão,
mirava o céu sem dar conta de sua
grandeza! E embora a clareza da lua,
trazia n!alma a cor da escuridão!

Estava só, alheio a multidão,
quando lhe acerca uma anciã na rua
e, lhe sussurra: - Sem fé, a alma é nua,
é pobre de sentimento e emoção!

Por isso, quando a amargura é constante,
a oração é o elo genuíno
entre nós e o mundo mais adiante!

Ela nos eleva, pois é fiel
e, com seu poder, excelso e divino,
sempre nos translada da terra ao céu!

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SALÃO GRENÁ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Desperta a aurora ... O sonho do poeta inda é lembrança...
Lembrança do Salão Grená! Do enredo, fiel protagonista!
A melodia no éter inda ressoa... Eterna herança
no coração do bardo saudosista...

E ao recordar as alvas mãos da inspirada pianista,
dentro d’alma do vate a saudade não descansa!
Desperta a aurora... O sonho do poeta inda é lembrança...
Lembrança do Salão Grená! Do enredo, fiel protagonista!

Ah! quanta dor, quanta amargura, quanta esperança
soterrada no tempo, este algoz implacável, frio, realista...
Tenta o bardo reter a madrugada que avança;
ora, clama, implora... Não há nada que a resista!
Desperta a aurora...O sonho do poeta inda é lembrança...

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CARTA ANTIGA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A tua carta veio à moda antiga,
e, vendo nela a letra delicada,
vi, também, tua imagem lá traçada!
Em cada linha a afeição se lobriga!

Lembrei do banco, no jardim da entrada,
onde a jura que fiz, sobre uma figa,
foi quebrada! E, qual mantra, qual cantiga,
soou-me nalma em dor fragmentada!

Recebê-la foi um grato presente,
uma joia sem preço, inesperada,
cópia do ontem revivido agora!

Mas, saibas que jamais serás ausente
pois, que tua alma, por mim maltratada,
vive comigo onde o remorso mora!

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OLIMPIADAS

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OLIMPIADAS


Nas olimpíadas da existência eterna, nossas vidas são corridas de obstáculos. Partimos todos do mesmo ponto, e temos as mesmas barreiras. Uns chegam primeiro, outros depois, mas é certo que todos chegarão.


 Nelson de Medeiros

 

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ESSÊNCIA HUMANA

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13210155680?profile=RESIZE_710xESSÊNCIA HUMANA

O brilho em teu olhar, vestal moderna,
é aura de luz que vem da natureza!
Sagrado lume que em pira hodierna
guarda teu rosto, de rara beleza!

É cântico de paz e de nobreza,
lira amorosa, sublime e fraterna!
Um poema versado em sutileza,
que reflete a tua alma, pura e terna!

O amor maior, que ele espelha, eterniza
uma paz que se materializa
bordando a tua face em porcelana!

E, ao ver teu olhar de bondade infinda,
eu tive a certeza mais forte ainda,
que vi um pedaço da essência humana!

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OS VERSOS QUE TE ENTREGO...

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OS VERSOS QUE TE ENTREGO

Sempre quiseste meus versos...
Nunca os dei. Porém, dentro do peito impressos
foram sempre meus fiéis companheiros!
Amigos inseparáveis desta solidão imensa,
que rasga as entranhas de m! alma tensa,
prenhe de sonhos aventureiros!

Como são fraternos os meus poemas!
Nunca percebi... Entretanto, estes temas
vêm de dentro de um sofrido coração!
Falam por mim deste amor imaculado,
que guardo, ainda, no peito enclausurado,
como guarda uma estrela a negra imensidão!

Falam por mim estas rimas sonoras...
Cantam, choram, riem... Quantas histórias,
desfolhadas no livro das amarguras!
Meu outono já surge intolerável,
mais tarde virá o inverno inexorável
amortalhando as derradeiras desventuras!

Portanto que poderia dizer neste dia sem vida,
quando a natureza derramando lágrimas de dor incontida,
parece entender meu eterno sofrimento?
Talvez dizer que te amo,
que sofro, blasfemo e reclamo
na solidão do negro arrependimento!

Não. Não poderia te dizer nada...
Pois, penso no que foste em minha estrada:
Uma alma frágil que mãos tolas esmagaram num lamento!
Por isso clamo aos céus nos brados de quem sofre,
pra que adormeças no berço de meu pensamento,
qual joia rara no escaninho de um cofre!

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ESPERA UM POUCO...

 

 

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Queria adormecer em teu regaço;
eis o que não posso, mas que desejo:
Amar-te, aqui, novamente, e, sem pejo,
tê-la toda, e te apertar num abraço!

Te quero, ainda, com o mesmo lampejo,
pois, que a paixão vivida deixa traço,
traz lembranças, saudade, e prende em laço
o instante invulgar que em versos revejo!

Por isso é que te digo: Não tenhas medo
da solidão, que faz parte do enredo
da vida, pois ela passa, e o amor fica!

Espera um pouco, tudo tem sua hora...
Na roda do tempo, amanhã ou agora,
O bem vence, e o amor tudo retifica!

                                                Nelson De Medeiros
                                         27/11/2024

 

 

 

 

 

 

 

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MESA DE BAR

 

 

A noite é fria... Lá fora a chuva incessante
me lembra tua ausência que chega a todo instante...
O seresteiro, indiferente à minha dor,
Solfeja notas de saudades em langor!
A canção me diz de cabelos anelados,
Longos cachos de fios prateados,
a lembrar teu rosto amado, teu corpo esguio...
São versos de queixumes, lamentos entoados,
que dentro d’alma ressoam tons magoados,
e, então, me perco num olhar distante e frio...
As mãos do artista deslizam ágeis, ardentes,
e, ao som do piano ando em voos transcendentes...
Na febre dos desejos e da insanidade,
me vejo longe, fora da realidade...
Onde estás? Que fazes doce criança?
Meu alento! Derradeira esperança!
Ah! Sorte madrasta... Incauta solidão!
Pobre vate: Inunda de dor a face ingrata,
tal qual a chuva lá fora, caindo em prata,
inunda de lágrimas a negra imensidão!


Guarapari-ES 05/01/1999

 

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