Crônica — Volupia Dentro De Uma Alcova

Volúpia Dentro De Uma Alcova

Juão Karapuça, o boêmio inveterado, não está mais em Copacabana, está em Búzios, um lugar paradisíaco. 

O poeta está mais apaixonado do que nunca. 

E aquela noite mais que prometia.

O luar rútilo atravessava as cortinas finas da alcova, lançando uma luz quase inefável sobre a cama. 

Deitada sobre os lençóis, macios, o corpo da poetisa encantada Márcia estava nu, todo bronzeado. 

Um corpo lindo todo torneado. Parecia uma deusa de cobre.

No entanto, havia uma unanimidade no ar. 

Aquela sensação ululante que só o amor poderia criar, onde o inexpugnável coração se abre como uma flor ao toque do outro.

De repente, Juão sai do banheiro, alto, forte, atlético, queimado de sol e também nu.

E diz à sua amada cheio de desejos:

— Márcia, meu amor, há algo de homérico nesta noite, não acha? 

Ela riu, não porque discordava, mas porque o comentário carregava aquele toque de volúpia que o amor traz. 

Ela também estava cheia de desejos que queimavam suas entranhas.

— Dogma, meu amor, meu querido, é achar que o amor tem regras, estereótipos! Nós somos os artífices do nosso próprio romance.

A paixão recrudesceu. 

O toque de suas mãos era mais que meramente físico, era visceral, como se a coesão de seus corpos fosse apenas um reflexo de algo maior. 

O que sentiam um pelo outro era inexplicável, como se a volúpia do momento desafiasse qualquer ortodoxia, criando uma cosmopolitana mescla de sentimentos profundos.

Juão cheio de cuidados fala:

— Márcia eu te amo. No entanto, é engraçado, não? Como algo tão visceral pode ser tão delicado. Um vaticínio de emoções, tão intenso quanto inamovível.

Ela olhou para ele com um ar reacionário, mas brincalhão e balbuciou.

— Não seja tão lívido, amor. Tampouco pense demais. Hoje, tudo é nosso.

Ele sorriu, divertido pela perspicácia dela, percebendo que estava sendo um pouco pusilânime, talvez eclipsado pelas expectativas. 

— Tens razão, querida. Haja visto que, em noites como esta, recrudescer o pensamento é abjeto.

E então, entre risadas, abraços e suspiros, a coalizão de seus corações se fez completa. 

Era um verdadeiro 

— déjà-vu — 

de outras noites, mas, ao mesmo tempo, tão nova como se o tempo não existisse.

Um momento em que o universo inteiro parecia convergir para aquela alcova, para aqueles dois seres, entregues à inefável alegria de um amor que transcendia o trivial.

— Portanto, querida, esta noite... é nossa. Inexpugnável, homérica e visceral.

Eles riram juntos, selando o romance com a leveza de quem sabe que, no fundo, a volúpia da vida está nas pequenas incertezas, nos momentos imprevisíveis em que o amor toma conta e faz do trivial, um evento universal.

Assim, naquela alcova, Juão Karapuça Poeta e a poetisa encantada Márcia, viveram uma noite de amor inesquecível.

O Poeta possuiu sua amada diversas vezes naquela pulquérrima noite.

Fim!

Um forte abraço. E que o nosso querido 

— Deus —

 nos abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 02/09/2024. — 22h —

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#JoaoCarreiraPoeta.

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Comentários

  • Caríssimo amigo João

    Muito bem elaborado poema.

    No entanto algo me deixou intrigado: "O Poeta possuiu sua amada diversas vezes naquela pulquérrima noite"

    Nos meus 81 aninhos deixei passar algo assim? ...

    Diversas vezes numa só noite?

    No entanto trago dentro do peito uma vibrante sensação de que algo passou despercebido nesta minha longa vida.

    Perdoe-me, caro amigo, por ter sido insolente no que tão brilhantemente nos mostras que "fantasiar" também faz parte de nosso caminhar nesta brilhante vida.

    Um expressivo poetar, caríssimo

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

    • Meu brilhante amigo e poeta.

      Muito boa tarde.

      O amigo me faz duas perguntas,

      cujas respostas não as tenho, isto porque,

      simplesmente, não sei como foi a vivência sexual do poeta.

      A minha crônica retrata a história de um casal de poetas tremendamente romanticos e apaixonados.

      Ele perfeitamente forte,

      atletico, bonito e viril e ela, com as mesmas qualidades,

      portanto, um verdadeiro vulcão sexual em erupção.

      Nessa condição para eles terem várias relações sexuais na noite seria trivial.

      Um forte abraço

      P.S. Como podem observar em nenhum momento o autor cita palavrões muito menos, partes íntimas do casal. O que o autor faz é levar sutilmente o leitor a ativar sua imaginação. 

      #JoaoCarreiraPoeta.

  • Gestores

    Bem...

    Se estiver bom para todos, para a leitora aqui também está.

  • Enredo carregado de sensibilidade e com um toque romanesco que somente os grandes escritores o sabem fazer 

    Leitura obrigatória. Parabéns 👏 

    • Bom dia poetisa Lili.

      Bondade sua.

      Na verdade o que faço

      é escrever e ler muito na tentativa de melhorar a cada dia.

      Gratidão mestra querida.

      Um fraterno e carinhoso abraço.

      #JoãoCarreiraPoeta.

  •  

     Parabéns! Uma maravilhosa crônica! Um texto de tirar o fôlego! Abraços!

    • Gratidão poetisa Editt amo seus comentários. Um carinhoso abraço.

  • Nosa! Quanto romance.

    Seus personagens são demais. 

    Maravilhosa crônica! Parabéns.

     

    DESTACADO 

     

    Um abraço.

     

    Estou rindo imaginando esse romance kkkkk

     

     

    Gramadinho é perto de Itapetininga. Longe de Itapeva. Eu moro no fim do mundo, João. É quase estado do Paraná. 

     

     

    • Márcia!

      Você tem uma cognição,

      uma perspicácia e uma sagacidade de uma jovem de vinte anos.

      Pare de imaginar "coisas" kkkkkkk!

      Gratidão pelo DESTAQUE.

      Se gostou releia, isso porque o final ficou bem interessante.

      Um abraço carinhoso e cheio de gratidão.

      P.S. Quanto a Itapeva: Mude para Campinas kkkkkkk!

      #JoãoCarreiraPoeta.

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