A Sutil Arte De Recrudescer
Faz sessenta e três anos, que de alguma forma encontrei o silabário do abecedário.
São tantas emoções rabiscadas no papel que na minha lápide espero que tenha um livro dourado e uma caneta do mesmo tipo com uma pequena frase:
“Aqui jaz ‘JoaoCarreiraPoeta’.”
Bahh! Que coisa maluca, poeta não morre nunca! Recrudesço a minha vontade de viver.
Daí, Recrudescer ser um verbo regular intransitivo que significa fortalecer minha descrição, voltar com intensidade, após um período de calma, seja uma dor, um sentimento ou uma crise.
Seus sinônimos são: ampliar, agravar, intensificar, exacerbar, recrudescência, aumentar.
Caso eu fosse poetizar, e vou, o verbo Recrudescer é como uma luminescência inesperada no escuro.
É meu sentimento casmurro, que renasce com a força de uma quimera que não quero esquecer.
Mesmo que eu pareça calmo, por baixo da superfície prosaica, o meu coração volta a pulsar com uma intensidade avassaladora.
Amando a minha ruiva, esse verbo é o reencontro de um amor que nunca se perdeu.
Entretanto,
o tempo fez com que se camuflasse na rotina, até o toque certo reacendê-lo.
É uma chama que parecia fenecida, mas que certo estava apenas esperando o momento exato para florescer.
O Recrudescer do afeto é uma metanoia, uma transformação que leva ao meu nirvana emocional.
Entre meu riso e meu abraço.
Recrudescer é aquele momento em que, após uma briga com minha amada, o silêncio volta a reinar.
Porém, uma frase mal interpretada faz com que tudo volte ao ponto inicial.
Sobretudo,
Recrudescer é minha arte de reviver o que já pensei ter esquecido, seja a paixão ou até o sarcasmo que permeia a minha relação.
Haja visto que, o Recrudescer não avisa, mas quando chega, é impossível ignorar.
Assim, recrudesço finalizando minha descrição. Que o nosso querido
— Deus —
te abençoe ricamente tu e tua casa.
Um forte abraço.
P.S. Juão Karapuça, Marcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!
#JoaoCarreiraPoeta. — 21/09/2024. — 15h — 0419 —.
Comentários
Olá Caríssimo João
Bela, verdadeira e sensível crônica, João
"Bahh! Que coisa maluca, poeta não morre nunca"
Falastes tudo aquilo que o poeta (poetiza) sente.
Concordo com você, caríssimo amigo João
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Bom dia mestre Bridon. Sou lhe muito grato a ti pela breve visita e bela apreciação. Bahhh Tchê!
Eu, no tempo de escola, tinha aulas de português e sabia de muitos vocábulos e palavras, hoje menos, pois não se usa tanto, apesar que sempre procuro inserir nos textos alguns que lembro. Sua página me leva aos bancos escolares. Boa nostalgia. Abraços
Que bom! Fico levemente lisonjeado Um forte abraço.
Uma excelente crônica! Um aprendizado, uma aula gostosa..... Parabéns!
Um abraço
O poeta agradece do fundo da alma. Um forte abraço.