Posts de Cristina Maria Afonso Ivens Duar (295)

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Confissão

Fechei os olhos para o sol,
sem consciência ou intenção,
deixei de ser um girassol,
sem perspectiva ou visão. 

 ....
Ninguém sente a minha falta,
só eu sei que eu existo,
a solidão é que me mata,
peço socorro ao meu Cristo.

        ....
Ás paredes me confesso,
de como a minha alma se sente,
toda virada do avesso,
que o meu olhar nunca mente.

 ....
Meu argumento tem substancia,
para muitos é infundado,
é apenas circunstancia,
de um coração amargurado.

   ....
Só sabem o que é batimento,
de um corpo em sobressalto,
quando já não há sentimento,
e a alma grita bem alto.

 ....
Oh! Deus todo poderoso...
tira-me desta agonia,
não é desgosto amoroso,
é melro que não pia.

  ....

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Sol da minha vida

Oh! Sol da minha vida...
minha areia, meu búzio, minha praia
eu calço teu chinelo, eu te abuso
coloco o teu chapéu de cambraia.

Desliza comigo no calçadão
bronzeia a minha pele
biquíni azul de algodão
pestana longa com rímel.

Chama-me de amor, de picolé
que eu derreto, lambo seu pé
amostra-me o teu universo
deixa-me perplexo.

Teu brilho é cor de pêssego
és fornalha da minha sede
sombreiro feito de rede.

Cheiro gostoso a papaia
meu sol, meu amor louco
meu suor, minha água de côco
meu chuchu de mini saia.

Pára-vento, minha maresia
gaivota do meu mar
toalha que fantasia
gota do meu chorar.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Dias insípidos

Um nevoeiro cálido e insípido,

sentou-se no regaço da aurora,

vergando as frágeis hastes,

sobre um "hermoso" pantanal.

Sofrendo com tamanha envergadura,

o dia finda cansado e desesperado,

por se estender no manto breu da noite.

Latejam os seus pés simplórios,

e mergulha-os na gélida e estagnada água.

Sussurra ao ouvido de um pássaro ferido

se o cansaço também o atingiu.

Os dois míseros crucificados pelo caçimbo,

partilham as dores da cruz que suportam.

A aurora reza que o dia finde

e que abra as janelas para o glorioso sol.

Aninha-se num canto seco

e pernoita toda esperançosa.

Adormece sonhando com a reviravolta do tempo

e sonâmbula mergulha naquilo que julga ser um oceano.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Te quero tanto! tanto....

Oh! quero-te tanto, tanto...
que lua corre ao teu encontro,
suplico aos céus em grande pranto,
quem sou eu, senão um morto .

 ....
Sou um mendigo moribundo,
de estômago vazio de tanto castigo,
minhas lágrimas são o fim do mundo
inundando o meu jazigo.

 ....

A minha necessidade é sofrimento,
é agonia que sangra,
o flagelo é pigmento,
que o meu corpo não anda, desanda.

 ....
Procuro-te nos bosques ao relento,
iluminado por ti minha estrela,
a paixão e a fúria do vento,
escureceu a minha nobre alma e serena .

 ....
Sou alguém que cai desamparado,
despedaço a minha emoção,
ficando o meu coração desancorado,
afogando-me na solidão.

 ....
Sou pena solta a voar,
sou fogueira que se apagou,
pingo a pingo me estou a matar,
por uma flor que secou e murchou.

 ....

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Minha Maria de Jerusalém

Toda a vida por ti sofri,
tens os olhos que eu sonhei,
só agora compreendi,
porque por ti chorei.

¨¨¨¨
És a tal, a minha vida,
o motivo do meu sofrer,
uma lágrima caída,
o meu sobreviver.

¨¨¨¨
Não chores arrependida,
tive-te e adorei,
foste o amor da minha vida,
a riqueza que eu herdei.

¨¨¨¨
Deste-me amor profundo,
muita alegria também,
fui contigo ao fim do mundo,
minha Maria de Jerusalém.

¨¨¨¨
Não te esqueças de mim,
minha querida, minha princesa,
eu gosto de ti assim,
eu amo a tua pobreza.

¨¨¨¨

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Silêncios que choram

O meu silêncio chora por dentro,
infiltrando-se nas frestas da minha fonte,
provocando tontura e alucinação.
Silêncios que fazem de mim um pássaro ferido,
impedindo-me de acariciar os céus com as mãos.
Na tentativa de suavizar a minha áurea,
dispo as minhas penas e tento voar.
O voo mudo banha-me por dentro e leva-me com as marés,
acenando as asas aos oceanos.
Esvazio o meu ventre dorido,
espumando pela boca, a minha tristeza inflamada,
desvanecendo o mau hálito do meu silêncio.
A Mãe natureza aparece e inclina o sol na minha direcção,
tornando-me um forno cheio de paixão e fagulhas de alegria.
Senti o meu corpo gritar por dentro, deixando de o ouvir chorar.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Sentimentos

Oh! meu amor,
és a brisa do meu pensamento,
teu perfume de flor,
segredo do meu sentimento,
alivio da minha dor.

¨¨¨¨
És mézinha do meu tormento,
cada vez te sinto mais,
como é duro o meu penar,
de consequências tão fatais.

¨¨¨¨
Os destroços que existem em mim,
esta brisa de pensamentos,
este ardor que não tem fim,
queimou os nossos sentimentos.

¨¨¨¨
Deixou escrito no tempo,
quando éramos amantes,
tal não é o meu tormento,
que nada é como dantes.

¨¨¨¨
Percorri o universo,
com o peso dos meus sofrimentos,
este sentir tão diverso,
és a minha rosa dos ventos.

¨¨¨¨
Longa foi a caminhada,
só de te querer ver,
uma gigante cavalgada,
antes de o meu amor morrer.

¨¨¨¨

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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De tanto te amar

De tanto, tanto te amar
um amor que nunca finda
sinto o meu sangue a pulsar
por ti!...minha coisa mais linda.

¨¨¨¨
Meu coração corre velozmente
sempre com o intuito de te ver
sinto que ele está doente
não pára sequer para beber.

¨¨¨¨
Em sonhos te conheci
e julguei um dia te ver
não sei como não enlouqueci
com a ideia de te perder.

¨¨¨¨
Os sonhos são fantasia
que albergam tamanha saudade
sinto a minha carne fria
por estes não serem de verdade.

¨¨¨¨
Em vida anseio sonhar
só para te ver minha amada!
e que nada me faça acordar
desse sonho, nem nada.

¨¨¨¨
Se acordo e não te miro
minhas ideias são medonhas
os beijos viram suspiros
tão longos que nem sonhas.

¨¨¨¨
Se um dia por coincidência
me vires no teu sonhar
acorda-me sem clemência
para eu te poder amar.

¨¨¨¨

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Quem me dera que estivesses aqui

Quem me dera que estivesses aqui
para me abraçares com o teu jeito
sem ti não sei como sobrevivi
deixaste o meu coração desfeito.


Neste tempo todo nunca perdi a esperança
de um dia voltares para mim para sempre
no meu corpo mantive a tua fragrância
e os beijos que demos de antigamente.


Ainda que nada seja como dantes
começaremos tudo do inicio
só quero que sejamos amantes
nada de irreal ou fictício.


Oh! deixas-me insano de saudade
vem e atira-te para os meus braços
comigo conhecerás a felicidade
e os nossos corpos viajarão até ao espaço.


Eu e tu acreditaremos no impossível
de um amor que sobrevive à distancia
não te quero rotular de insensível
mas eu choro por ti como uma criança.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Pétalas

´Pétalas
Quando o teu rosto se sobruçou
sobre a minha vida sem viço
compreendi que a minha pele falava
num tom de feitiço.
Despi-te, deixando cair cada pétala
envolvendo-te na quentura da noite.
Esses pequenos minutos, iluminaram
os meus olhos, tornando-os
numa cor azul.
Amei-te com todo o fôlego e
sorrisos de toda a minha vida!
A minha alma conseguiu atingir
a luz do sol, num raio de luz e de paz.
A tua forma luminosa, atravessou os espaços sombrios
e vazios do meu corpo.
Queria dizer que te amo em várias linguas
mas acima de tudo, da cor do teu sorriso,
de uma rosa nua, pedindo um abraço de orvalho.
És a mais linda das estrelas, tens os olhos de Deus
que me tocam por dentro..

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Momentos

Momentos


Momentos que deixam a alma apaixonada
tornando o sentimento um remoinho
um saxofone me deixou encantada
lembrando um choro de um passarinho.

¨¨¨¨
Um eco vindo das montanhas
canta em coro comigo
aninha-se nas minhas entranhas
e pede-me para ser seu amigo.

¨¨¨¨
Dilui a cera do meu timpano
hamonizando a minha audição
abastece com amor o meu intimo
sinto por ele uma grande paixão.

¨¨¨¨
O som cai em poços e silvados
vai correndo pelo mato
sobre os ombros carregados
descalço-me e tiro os sapatos.

¨¨¨¨
Corro no escuro, na noite cerrada
ficando o meu sangue a verter
caindo a cada passada
sinto o meu corpo a gemer.

¨¨¨¨
Visitou-me o sofrimento
de um saxofone em melancolia
e no decorrer do tempo
eu pressenti para onde ia.

¨¨¨¨
A meio da noite abandonada

vultos no escuro se moviam

as almas penadas dançavam

das suas sombras se riam.

.....

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Palavras soltas

Tanta coisa ficou por dizer, por fazer
a lareira que deixamos queimar
as velas que arderam até ao fim
as janelas abertas, as cascas de amendoim,
espalhadas pela furia do desejo incontrolavel.
Toda a cumplicidade, as impressoões digitais,
a nossa humidade.
Os fluidos corporais, a nossa cama de rede,
baloiçando , nunca visto, jamais.
O sol queima a epiderme e a noite tornou-se
impermeável, eramos dois em um.
Um olfacto, uma boca, um louco, uma louca
á mercê da maré, sem vestigio algum,
sem toalha, sem pé.
Tanta palavra solta.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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No coração de alguém

Estás longe no coração de alguém
tão distante como os oceanos
não és minha, não és de ninguém 
já se passaram muitos e muitos anos.
Anseio a tua presença
como o céu de uma única lua
a solidão é a minha sentença
de nunca mais te poder ver nua.
És a causa do meu desaire
o soluço de um choro convulsivo
suplico que a insónia paire
e deixe de sonhar contigo.
Uma vaga de saudade me atingiu
e partiu o meu coração ao meio
numa onda o meu cérebro te viu
foi o teu reflexo que surgiu, eu creio.
Estás distante no coração de alguém
num peito que não é o meu
não tenho dono, nem sou de ninguém
porque jurei que seria só teu.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Noite sentida

A noite se dissipa com glamour
e o plâncton emerge, banhando-se
num vasto manto de águas cristalinas
levando consigo a dor da partida.
Engole as tristezas e vomita as nevralgias
outrora cravadas em seus ligamentos.
Sons de piano exaltam o seu coração
e o mar estagna de emoção.
O sol, de mansinho, esconde-se da tristeza
e perde pelo caminho fios de cabelos
da sua querida amada lua.
Esvoaçam como canduras
deixando para trás toda a inocência de uma noite.
Mas o mistério não ousa desaparecer
e a ternura das ondas permanece
sóbria, cheia de contemplação.
Sem desvanecer a linha do horizonte
a captação da luz é exuberante
e contagiante.
Se há coisas lindas de contemplar
são raios de sol a nadar ao som de um piano.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Completamente nua

Nem uma gota de esperança
ficou da colheita de Maio
apenas lágrimas de orvalho
e um caule pertencente ao passado.
A luz incentiva a fotossíntese
e a metamorfose esconde-se
sob o olhar da planície que
envergonhada borbulha olhares
cheios de mistério e vazio.
Desmistifico todo o sentimento
de solidão, abraço o gosto
de poder estar só, por alguns momentos
apenas com as minhas memórias.
Dar a mão ao vento e acenar
ao tempo, para que pare e escute
o som do silencio.
Aqui até a calmaria tem voz
que grita com gestos mudos
em direcção a nós.
Voam sombras e olhares
ciscos que interrompem o pestanejar
da admiração do infinito.

Cristina Maria afonso Ivens Duarte

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Quem me dera

Quem me dera que os teus olhos fossem
duas janelas abertas, viradas para o por do sol
e fizessem explodir em mim, um tribulhão de sentimentos
como um sopro de saudade.
A tua ausência limita-me, torna-me paraplégico
os movimentos estagnaram-se e um pântano surgiu
no meu corpo enfermo. Ruínas e muros deitados abaixo
se assemelham à minha melancolia.
À tona anda o meu pensamento
com o desejo quase de me drogar com a tua presença.
Compensa-me snifar o teu perfume e matar a ressaca
de um toxicodependente a tremer de amor.
Quem me dera que os teus olhos fossem meus
os meus sonhos iguais aos teus.
Oh! meu amor, vem depressa, injecta-me
e dilui no meu sangue a tua heroína
inconfundivelmente pura.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Maldição

Maldição

Martírio este, que sarna,
oh! sangue pegajoso,
dor que me descarna,
Deus misericordioso.

¨¨¨¨
Some daqui seu agoiro,
raios te partam ao meio,
trovões, bombas, estoiro,
câncer que come o meu seio.

¨¨¨¨
Vai para o diabo que te carregue,
não definhes o meu esqueleto
qual perdão qual carapuça,
dás cabo do intelecto.

¨¨¨¨
És enguiço, bruxaria e quebranto,
necógrafo de carnes podres,
rasgas o meu espírito santo,
retens liquido, és um odre.

¨¨¨¨
Abantesma, estrupício, avejão
insecto que defecas na minha boca
salivas larvas, possuis ferrão
és baba que cola na roupa.

¨¨¨¨
Quinino que amarga, dengue
xô, xô, vai-te embora oh! melga
chispa daqui, abrenuncio.

  ¨¨¨¨

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte  

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Boa Noite

Boa Noite

¨¨¨¨
Boa noite, chegou o fim do dia
restam marcas de pincel
ao som de uma linda poesia
com letras feitas de cordel.

¨¨¨¨
Bons sonhos vos desejo
diante deste lindo estrelar
viagem sobre um beijo
com um poeta a navegar.

¨¨¨¨
Que a noite não se sinta
e passe sem sobressalto
com o céu cheio de pintas
com cheiro a pó de talco.

¨¨¨¨
Num piano à beira mar
oiço o som do teclado
é a noite a chegar
é o dia cansado.

¨¨¨¨
Boceja sem parar
sobre a lua espantado
foi dormir sem hesitar
com o poeta acordado.

¨¨¨¨
A lua chorou de solidão
queria sonhar com um poema
adormeceu, abraçando com mão
uma flor de alfazema.

¨¨¨¨
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

Saiba mais…
CPP