Posts de Frederico de Castro (1261)

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Ecos aliados

Com tacto desnudo um Sol maior
Faço do solfejo um despido LA reverberando
Em MI(m) deixando no comité da noite um
Cântico serpenteando o cardume de desejos
Aliados a um DO inexorável…sempre em festejos

O horizonte do tempo depois, tingiu-se
De prantos adocicados
Desarrumou cada brisa que sopra
Entre acólitos e açoitantes ventos quase embriagados

Dentro da alma esperneia a solidão mais desfalcada
Deixa desolado aquele cais ao abandono na hora da partida
Eis que choro então deixando a saudade em frangalhos
Repentinamente abrupta, desesperadamente ininterrupta

Num ímpto quase soez a noite resgata cada prazer
Esquecido na memória mais corrupta embebedando
O ego deste silêncio implacável, déspota…intocável
Réplica para tantos ais que inalamos num sonho tão irreplicável

Frederico de Castro

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Labirintos do destino

Deixei o silêncio por obséquio esquecer-se de nós enquanto
A noite some displicente , delicada a render-se a embebedar-se de
Tantos desejos que ficaram em nós bolinando desesperados…a afogar-se

Com ganas de ti ficou a madrugada espanejando a luz
Pulsando instintiva elegante arrojando-se ante os céus que
A nossos pés desmaiam em tantos azuis agora a desvanecer-se

Banalizado ficou o destino que em nós carboniza lentamente depois
De um flamejante acesso de ígneos sonhos a aprazer-se…extirpe de tantos
Beijos exclusivos anexos à essência da nossa cumplicidade agora a rejubilar-se

Em banho-maria ficou mais só a solidão timbrando os perversos
Silêncios a congratular-se perante a vénia da estática saudade respaldada
Entre a cumeeira do tempo roendo o perímetro de cada hora a esvair-se…a consumir-se

Vou por fim envernizar a esperança desencaixotada e tecida com bebericantes
Momentos de ilusão qual praxe do amor esculpido na alfaiataria dos meus
Prazeres redigidos num verso desembocando no poente de todo amor em combustão

E antes que a noite acumule todos os breus dentro de si algemo um gomo
De luz adquirido no shopping das luminescências gentis para te ofertar
Com carinho ensopado na grandeza de minh’alma que quero em ti enxertar

E latiu a madrugada espoliando a luz que minguava na borda do tempo
Desertou daqui para sempre encobrindo um desnudo lamento tão absoluto
Presa desta ingénua solidão crescendo na metamorfose do silêncio que agora desfruto

Frederico de Castro

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Na rota dos tempos

Demarca-se o tempo ensopado em memórias
Introspectivas mapeando a vida que colide
Com as rotas purificadoras da fé tão rogatória

Assanha-se a noite com este súbtil desejo
Espiolhando a solidão urdida entre
Dois drinks de amor deglutido com prontidão

Trago de um trago todo este silêncio peregrino
Avivando a saudade escapando pela calada da
Noite drogada com a mais nobre epinefrina

Teço na madrugada o casulo da solidão mais
Urgente banqueteando-se com a adrenalina que
Em êxtase refina até minha oração tão clandestina

Frederico de Castro

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Por um fio

Em muitos mil quilómetros de solidão
Pousam tantas horas presas a um
Filamento de tempo em reclusão

Drenam irremediáveis silêncios macios
Intensos, delicados, presos por um fio a cada
Sonho feito epitáfio de tantos desejos que alício

As memórias dos tempos idos deambulam pelos
Beirais da saudade, amainando cada hora elegante
Alimento para tantas ilusões perplexas e acutilantes

A noite consome todos os silêncios quase devorantes
Esculpe em cada lamento uma oração prostrada neste
Altar da solidão onde aquieto minha fé mais reconfortante

Ficou inoperante aquela brisa consumida numa hora
Errante velada pelo vendaval de gargalhadas cativantes
Palpitante e solene partilha de desejos sempre tão estimulantes

E assim equidistantes desmoronaram-se as manhãs fitando
A luz envelhecida pelo tempo que se embebeda deste enrubescido
E derradeiro beijo…quase um queixume feliz e mais apetecido

Frederico de Castro

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O dia de todos os silêncios

 

- às horas náufragas,arquitectadas num imenso e triste silêncio...

Profundo como este silêncio é o vazio
Que resvala pelo abismo do tempo fugidio
Onde mergulham palavras e gestos arredios

Foi mais um dia de todos os silêncios estúrdios
Quantas vezes intolerantes e consumíveis
Tantas outras inconsolavelmente devastadores e imperceptíveis

Na esquina das desolações desequilibram-se
Muitas solidões, amenizam-se razões perdidas no tapume
Das horas expostas a tantos dissimulados lamentos inaudíveis

Morre a silhueta de uma sombra milimetricamente irredutível
Calam-se os silêncios num imenso eco ecoando de improviso
Embebedando a noite que chega vestida de negro e tédios irremovíveis

Frederico de Castro

 

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Calendário da solidão

Fecunda-se o dia em madeixas de luz quase eterna
Polvilha-se o olhar que desliza por obséquio
Ao longo do caule deste tempo submisso
Prolóquio da solidão aqui calendarizada e remissa

Procuro decifrar as formas digitais do tempo
Enquanto joeiro a solidão caindo numa lágrima
Tão magoada latejando a cada hora subtil e atordoada

Ao colo da madrugada adormecem cânticos abençoados
Entoando às nereidas apaixonadas todas as delicias de
Um sonho que guardo na paisagem deste silêncio tão galardoado

Ficou despida a solidão deixando ao léu o corpo da saudade
Despovoada e indiferente, bordando nas palavras um vendaval
De suspiros saborosos encastrados a este desejo quase medieval

Frederico de Castro

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Implante do silêncio

 

Túrgida desperta a manhã velando a
Quietude que veste o semblante de todas
As carícias tão estimulantes, encharcando
A flocosa luz que irradia tanta euforia jubilante

Os sabores perfumados da manhã despontam deglutindo
Cada gargalhada tatuando os odores que aplaudem
O carretel de felicidade saltitando entre estes insaciáveis versos
Escritos num implante de tempo sempre tão apelante

Sem deixar cicatrizes o silêncio feriu a noite exalante
Resvalando num amontoado de solidões espevitadas e itinerantes
Premeditando este destino barricado em mim assim de rompante

E por fim doei-me todo furtando até aquela ilusão retida nesta
Fé tamanha que se ergue subtilmente, vigiando pelo periscópio
Da saudade este poema cordialmente todo o amor expiando

Numa nesga de tempo decorei a anatomia dos nossos beijos
Quando descortinei aquele segredo tão incandescente vestindo só os
Sussurros esquecidos no epicentro de um sonho tão deleitado e convincente

Frederico de Castro

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Gotículas de fragilidade

Unem-se gotas de orvalho matinal
Impregnam a manhã com seus hálitos
Adocicados murmurando uma ladainha
De invisíveis solidões tridimensionais

As ilusões espalham-se pela madrugada
Recreando uma carícia mais que intencional
Preâmbulo de muitos desejos
Escorregadios…sensacionais

O dia chega com indomável subtileza
Reergue até o silêncio que a seus pés
Se extasia com tamanha ardileza

Sou livre como o vento e não há arrimo
Que segure meus versos irreverentes e selvagens
Cabresto que algeme este amor pelas palavras
Que me nutrem e são decerto sempre cordiais

Frederico de Castro

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Calafetando a solidão

Súbtil foi a hora amamentando o sorriso de vigia junto Aos pátios da minha esperança irrequieta, quase uma orgia De felicidade onde esteio as lembranças escoradas e calafetadas Numa caricia que se traja de mil gargalhadas tão premeditadas
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A centímetros da solidão

Os dias escorrem pelo vão das longas madrugadas
Enquanto o ressequido silêncio invade os restos de
Uma solidão vagando em cada lacuna desta tristeza
Corroída, vulnerável…subjugada

Pelas sombras da noite revela-se o murmúrio despojado
Deste olhar que sustenta o divagar do silêncio acoitado entre
As silvas do tempo ausente e aviltado onde indolentes
Pernoitam os lamentos atados a nós umbilicalmente complacentes

Nutri cada ausência mais reveladora e empolgada
Deixando por indemnizar aquela solidão que em nós
Se refastelava, mais implacável…tão bem propagandeada

Tirei as medidas ao tempo alimentando cada comprimento
Da saudade com mil centímetros destas memórias carentes
Espreitando pela fresta dos inconfessáveis desejos mais latentes

Frederico de Castro

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CPP