Posts de Jennifer Melânia (121)

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Impressão

 

Por Jennifer Melânia

 

A impressão saiu de letras tortas

não era bem o que sonhava ver

imaginei um lago profundo, água parada

um pássaro indeciso a margem, será que voo?!

fiquei ali num torpor, esquecida, apagada

o lago sempre o mesmo, a água parada

o pássaro esqueceu como voar e ficou

igual a mim poeta, a impressão nos olhos

na verdade, já tatuada uma cena na imaginação

e esta cena se repetiu tão bobamente, parecia

(me perdoe) que o mundo havia dado um apagão

confesso, levei tempo para entender, foi eu, foi eu!

a impressão não era como pintei

havia sim um lago, mas era transparente, aberto

o pássaro repousava enquanto bebia água, se deliciava

e eu, não fiquei ali, eu andei. eu vivi, eu impressionei

as letras tortas são minhas especialidades

gosto delas...parecem as mais certas, improfundas! 

talvez, porque vejo migrar beleza para as diferenças

 

 

Saiba mais…

Versar motivos

 

Por, Jennifer Melânia

minha voz se cala, olvido formas e rimas

Neste mundo de barulhos inquietantes, embalo minhas palavras...hablas 

É  noite, a vida se faz aqui e acolá . Ao longe , insiste o forró em arrastar-se ao vento

Os pés  esfregam o chão numa procissão, no vai e vem do desfazer presentes e idos tempos

Bem próximo,  os grilos se ajeitam e o cricrilar

Se faz uníssono, meu ouvido está  por todo lado.

Transpiro noturnos anseios, amanhã  vem. E penso na vaga poesia que me acomete este momento. 

Se não  fossem as estrelas musas, se não  fossem a veia sangrando paixão 

Diria ouvir "aí de mim, aí de mim" se não  fugir

Estas garruchas em forma de pensamento a mesclar sentidos nesta inquieta via de fabricar...motivos

 

 

Saiba mais…

Vi vendo

             Por Jennifer Melânia             

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Meus olhos  andarilhos

Despertam horizontes beijando flores

Delineando as formas da natureza

Sobrepõem-se as janelas a ver as ruas

Uma a uma com suas partidas

Meus olhos percorrem as casas

E dentro delas sonha histórias

Desenham moradores e os colocam na lida

A Maria ainda dorme, o João foi trabalhar

Faz bico em algum lugar, o Biscoito não late

Ele espia a rua de outro ângulo

Sorri, com a língua de fora, feliz pra valer

De certo, as crianças na escola estão

E Maria dorme, aquele sono cansado

De um esgotamento de vida, como o fio de mel

Que se acaba num pote

Na rua, meus olhos andam em pedras

E penso em vidas e pés marcando viagens

Indo e vindo mastigando o dia

Engolindo o tempo, indigesto tempo

Meus olhos, pousam numa flor

Borboleteiam por ali, saboreando

O instante belo e pleno de êxtase

Sorriem e se desprendem 

Saiba mais…

Alhures

 

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A chuva em mim

Chove noutra estação

Vedes o destino?

Verdes meninos

Mesmo maduros não caem

As flores desfilam!

Aos cegos olhos,

Apenas flores...

O bem cheira à Afrodite

Colônia de amores

Sensato adorno tem o céu

Tiara de sonhos

Move os pés dos meninos

A descobrir a vida

Cabeça de quimeras,

Este mundo meu Deus!

Ainda procuro o fim

E o que descubro é...

...begin...begin

A chuva que faço

Me lava____ me leva

Ouço marulhar

As vozes... os silêncios

 

 Por Jennifer Melânia

Saiba mais…

Pedaços de memórias

 

 

 




...puxo um limo
dos cantos umedecidos
a vassoura esverdeada exala mofo
deixei no abandono aquele quarto
era antes emoldurado por cenas
tinha luz adentrando as vidaraças
tinha cores alegrando as vidas
mas foi a muito, muito tempo
quando minhas madeixas se trançavam
e na minha boca havia porteiras
por onde as palavras chiavam engraçadas
depois que minha voz se firmou
e os meus cabelos se banharam
de outros tons, e os fios encurtaram
a risada se transformou em paisagem
agora desenhada na expressão,
aquele som das gargalhadas
que ecoavam nas paredes
silenciou no ínfimo da alma
foi a muito tempo

 

 

Por Jennifer Melânia

Saiba mais…

Posts do meu outro tempo

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Por Jennifer Melânia

 

O Sol  de uns dias antes quando postado

tinha sabor de suspiros

Com bolinhas de confetes prateadas

de tão doce e saborosa sensação

Nos enchia de entusiasmo, o rei

Das clarezas...

Eram dias de suores e muita

Energia trocada com a terra

Com a natureza...

Lá onde morei nem sempre era assim

a tela principal era a cerração

Friozinho de gelar a ponta

Do nariz e anestesiar a derme

Bom para dar baforadas de ar quente

 e ver a fumacinha se misturar a neblina

 tínhamos a função chaleira, engraçado

íamos  desvendando o cenário

Enquanto os dedos das mãos

Endureciam e roxeavam

Outro post que curtia bastante

Eram as brincadeiras dentro de casa

Bater figurinhas, desenhar, pintar

Brincar de bolinha de gude, pião

Ler gibis e reler gibis

Comer bolinho de chuva, feitos pela vovó

Assistir sítio do pica-pau amarelo

Divertidas histórias da Emília

Curtia “temporais” não “temporadas”  

Da janela escancarada perscrutava

As árvores lutando para se manterem

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(Enquanto o vento corria nos vazios)

Em pé, elas dançavam e se enroscavam

E quando alguma quaresma não resistia

Gritávamos: Madeeeiiiiiraaaa!!

Pobre árvore, ficava acastelada

Toda atravessada nos galhos solidários

Quando a garoa descia fininha saíamos para o quintal.

Devagarzinho, a chuva nos ensopava e a diversão

Era maior, podíamos patinar na lama sem preocupação

Já que a sujeira instalada precisaria de sabão

A ordem era sujar mais e aproveitar o frescor do banho

Quantas curtidas dei a estas postagens da vida

Incontáveis curtidas, porque o tempo era vivido

De tocar, fazer, sentir, sorrir, cheirar...degustar

Os posts atuais são bacanas, porém por demais

VIRTUAIS

Saiba mais…

Retirante (dos costumes que evoluem)

 

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...

Quando partiu

Mundim não levou

Consigo o bule de alumínio

O deixou sobre o fogão

Levou  saudades

Das manhãs fumegantes

De sua infância

Embalou vivências

Nas poucas experiências

Deste chão sertanejo

Mundim não escreveu

Um livro, era analfabeto

Plantou árvores

que não vingaram

o chão era vazio

A casa de taipa

Escultura de barro

Fora erguida com ambição

Fazia o sol brilhar nos olhos

Apagados de Mundim

Sua maior realização

Inscreveu sua vida nos

Corações amados

Levou o corpo vestido

De andrajos...

O espírito ia no cabide

Para não amassar os desejos

Mundinho deixou

Dores e mágoas...e águas

O café estava no alforje

E seria servido expresso

Quando Mundim ...

...Virasse Mundão

 

Por Jennifer Melânia

 

Saiba mais…

Céu

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É tão perdido o presente

Em seus embrulhos

São as distâncias ânsias

Em sua nudez...

São as saudades um corpo

Sem abraços

E a ausência decerto barriga

Sem feto

A lembrança...

Nos foi dada de amuleto

E há tantas películas

Embaçando minha visão

 

Por Jennifer Melânia

 

Saiba mais…

Morfemas...e versos

 

 

 

Se combino fato de fatos

Escrevo enredo enveredo

Rimo com cedo, não excedo

Começo com era

Não Eras de data

Era mais-que-perfeito!

Concluso o jeito

Escrito no peito

Não cárdico de aparelho

Cravado no eterno verso

Combino de fato

Sentidos com palavras

Mesmo meio desconexo

Não ligo, só sinto

Os sentidos desenhados

Nos olhos postos

Em morfemas miscigenados

Raça impura de onde retiro

Ou tento no garimpo

Extrair o poema, limpo

 

 

Por Jennifer Melânia

 

Saiba mais…

Inventivas horas

Por Jennifer Melânia

 

Vale ausentar-se das vadias horas

Esquecê-las de mosto

em qualquer esquina

Pra quê o tempo precisa de tempo?

O agora sublime nos rodeia, nos abraça

Se pego não me prego ao chão

Flutuo o espirito a sorver vida

O presente embalado nas horas

Toco na terra e sinto me pertencer

Movediço encontro de seres: sou.

Os ventos apenas são invisíveis

Seria o quê a existência desprovida

Das folhas que vão e vem?

O que seria das pipas sem poder

Tocar os céus e se banharem das neblinas

Os ventos fazem movimentos

E os cabelos dançam junto a poeira

Pra quê água se não fossem os momentos

Agora congelou-se lá fora

E dentro da vida as horas rebolam

Nos olhos inventivos

No alçar de  hipó..teses 

Saiba mais…

O caminho


 

Estar na interrogação

Meio advérbio na falta de meios

Cego o destino se é tino  

Nas cinzas da razão

Nas dunas do esquecimento

E os ponteiros atrasados

Não mostram a direção

Ruas de mãos e contra mãos

Cimento quente ou terra solta

Vazio dos ecos dos becos

E os arbustos secos esparramados

Nas rodovias todavia vazia

E as areias amassadas desunidas

Os caminhos são tantos e tontos

Ou tortos? Caminhos não é ninho

É de seguir a quem ou o quê

Disseco os meios... adormeço

E acordo em meus acordes matinais

Jennifer Melânia

Saiba mais…

Café longo...

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 Calado estou neste algoz tempo

Os tapumes do espírito vedaram

...O acaso de se pôr a mesa...

Amarrotados versos e contra -versos

O poema se cria no garimpar flashes

Não sei onde ficou o crivo que separa

As migalhas derradeiras___ da lida

O momento pasmo e a palavra poesia

e no espasmo do espírito sego horas

no   manto de semânticas: Sakura 

É nelas que procuro alento, não pranto

Planto as rimas em covas profundas

O sensato encurva as costas se rende

Não elimino o algoz e nem os muros

Sei que me culpam deste vazio... rio

Aproveito a sombra para desenhar alvuras

E do algoz retiro o capuz e o desafio

a tomar um longo café...

Jennifer Melânia

 

 

 

 

 

Saiba mais…

Corações aflitos

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Sibila o vento...

Prenuncia a tempestade

Poeira em torvelinho sobe

São portas fechadas:  há pressa!

 

Vento uiva e uiva nos becos

os telhados soltos: ecos

Espíritos abatidos em segredo

Barulhos lá fora do vento

 

Sibila o vento...

Gotas pesadas da chuva

Escorrem do céu cinzento

Nuvens assombradas!

 

Som estridente estala

Em raios explodindo

E o chão se rende temeroso

O tempo escaneia a terra

 

Num piscar a chuva engrossa

Um aguaceiro sem fim

Casas alagadas: enxurrada

O vento e a chuva: enfim

 

Grandioso espetáculo

Chuva, vento e trovão

Dentro das casas e abrigos

Espíritos aflitos

 

O tempo está nas mãos do vento

Varrem inconsequentes a cidade

Ninguém sabe o momento de parar

 De o vento e a chuva brincar

 

Em um desorganizar ululante

Liame para um versejar

Restará o olor da terra

E o frescor de um ar renovado

 

Nos corações trancados

Navegam o silencio d’alma

Agradecidos sentimentos

Poupados da fúria do vento

Por Jennifer Melânia

Saiba mais…

Menina

Por: Jennifer Melânia

Menina

 

Parece  desparecer 

o fazer dos dias

o desfazer presentes

a lida de passados

Lidos  poucos em

expressos matutinos 

A menina, cuida do pão

Alimenta a criação

Sacia memórias dentro

De seus silêncios

Ameniza o cansaço

Não era de aço, estava em bagaço!

O bagaço da cana da Ana

Do caroço da manga limpado em tachos

Os cabelos sem pente a lhes desfiar

Os embaraços da vida

E o sorriso?!

Este jaz guardado no siso

cerzido de costumes...

 A Nina, tão menina

Talhou-se a paisagem

E assim ficou...

Saiba mais…
CPP