Eis minha fotografia...
Como? Não me vês?
Ora, olha com atenção
Sou aquele teu irmão
Que, criança, adolescente,
A teu lado conviveu
Naqueles tempos de magia!
Bem, acho que, talvez,
Não me reconheces
Porque a foto se esvaeceu...
Pudera! O tempo, inclemente,
Desatento às nossas preces,
Levou-nos a caminhos distintos,
Percorrendo alamedas ou labirintos...
Então, eu te proponho:
Fecha os olhos. Fica imerso em calma -
E assim, com os olhos da alma,
Me reconhecerás, eu suponho.
Ah, o meu nome tu não recordas?
Ora, isso é de menos, concordas?
Sou teu amigo – só busco harmonia...
Importa mesmo é o que vê o coração -
É a fraterna caridade, é o amor, a luz.
E nesse quadro, de modesta moldura
Verás quem quiser, com ternura,
Quer seja conhecido por José ou Maria,
Pedro, Teresa, Antonio, Marta, João,
Ou até mesmo se denomine Jesus!