🎶A Lua Namoriscando as Águas do Mar!🎶
Era uma noite primaveril, e o céu, bordado de estrelas, testemunhava o enleio da Lua e do mar. O luar, como um artífice da delicadeza, derramava sua luz de ébano sobre as águas inquietas, ressignificando o próprio oceano, tornando-o um espelho de prata que solfejava os segredos da madrugada.
O vento sussurrava histórias esquecidas, e os pueris que caminhavam pela areia sentiam um déjà-vu inexplicável, como se já houvessem sido parte daquela ode celestial. Sobretudo, era uma dança de dualidade: o astro e seu reflexo, amantes que jamais se tocariam, sempre destinados a eclipsar-se em sua própria impossibilidade.
Porquanto a espuma beijava a areia, ele a observava, absorto, encantado por aquela cena. A Lua, aristocrática e resiliente, provocava as águas num jogo lúdico de aproximação e recuo. Seu olhar reverberava os fiapos de tempo que escapavam entre memórias e morfemas não ditos, enquanto a imensidão salgada espicaçava sua alma em silenciosa porfia.
No entanto, havia um limbo entre o que sentia e o que ousava confessar. Seria a hora de escamotear seus medos ou relativizar as distâncias entre seu desejo e a realidade? Tampouco sabia, apenas percebia-se à beira do ápice de sua própria transmutação.
Decerto que a Lua e o mar compreendiam o mistério do amor não vivido. Entretanto, ele, perdido entre o ostracismo dos sentimentos e a vontade efusiva de tartamudear verdades, apenas contemplava o horizonte, permitindo-se ser tocado pela excepcional beleza do instante.
E então, sob aquele céu infinito, compreendeu: algumas paixões, como as da Lua e do mar, ou mesmo a nossa, são eternas justamente porque jamais se encontram.
"Enfim, Às vezes, o que nos encanta não é o toque, mas a distância que alimenta o desejo; não é a certeza, mas o mistério que faz o coração vibrar. Assim como a Lua e o mar nunca se encontram, há paixões que sobrevivem justamente porque nunca foram vividas plenamente, se tornam imortais na saudade e na idealização. Porquanto, nem todo amor precisa ser vivido para ser real. Alguns brilham na alma como a luz da Lua sobre as ondas: intocáveis, mas inesquecíveis."
Fim!
Que nosso querido —— Deus —— abençoe você ricamente, um forte abraço!
Todos os Direitos Autorais Preservados.
#JoaoCarreiraPoeta. —— 20/05/2025. —— 9h11min —— 0683 ——.
Comentários
"Enfim, Às vezes, o que nos encanta não é o toque, mas a distância que alimenta o desejo; não é a certeza, mas o mistério que faz o coração vibrar. Assim como a Lua e o mar nunca se encontram, há paixões que sobrevivem justamente porque nunca foram vividas plenamente, se tornam imortais na saudade e na idealização. Porquanto, nem todo amor precisa ser vivido para ser real. Alguns brilham na alma como a luz da Lua sobre as ondas: intocáveis, mas inesquecíveis."
Poderia selecionar seu conto todinho, João , de tão lindo que é!
Um verdadeiro "shua" !
DESTAQUE merecido
Meu abraço apertado e encantado!
Que lindo!!!! Um conto fabuloso que prende os olhos nas letras.
Parabéns, João!
DESTACADO
Um forte abraço
Minha querida e sublime Márcia, a aristocracia do teu carinho para comigo e meus trabalhos, reverbera em meu coração a gratidão eterna! Um carinhoso abraço! #JoaoCarreiraPoeta.
Muito profundo e extenso o conto, mas envolvendo e chama atenção! A lua Aristocrática me pareceu bem interessante, pois também diferente. É esplêndido esse conto! Massa João!
Luiz, boa tarde, o teu pragmatismo literário reverbera em mim o desejo da busca incansável de novos vocábulos! Sinto imensa gratidão, um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.