A Serenata Inefável do Rouxinol.
Ao anoitecer, quando o céu vestia tons rútilos antes de fenecer à escuridão, o rouxinol, com sua voz inexpugnável, tomou o galho mais alto do bosque.
Seu canto, ululante e inefável, dissolvia os estereótipos da monotonia da tarde e recrudescia o encanto ancestral que as criaturas ali guardavam.
Cada nota era um artífice de sonhos, uma coalizão sonora entre o dogma da natureza e a liberdade dos céus.
Era impossível não ser tocado pela visceral coesão de sua melodia, que, por algum vaticínio lírico, eclipsava o lúgubre silêncio da noite.
Portanto, tampouco seria exagero chamá-lo de um evento homérico:
O rouxinol não cantava apenas para ouvidos mortais, mas para o cosmos cosmopolita.
Os visitantes, lívidos de cansaço, encontravam no canto uma volúpia revigorante.
O esgar da ansiedade sucumbia ao déjà-vu de serenidade absoluta, como se aquele som já pertencesse ao âmago de suas almas.
E enquanto a ortodoxia do tempo se desfazia,
o bosque se tornava palco de uma unanimidade silenciosa,
em que até as árvores, inamovíveis em sua posição, pareciam curvar-se em reverência.
"Assim, o canto do rouxinol não é apenas música; é a poesia que o universo nos empresta para lembrar que, no entanto, a beleza sempre será irrefutável."
Fim!
Espero que tenha gostado do canto deste pássaro e que nosso querido
— Deus —
te abençoe ricamente.
Um forte abraço.
Todos os Direitos Autorais Reservados.
#JoaoCarreiraPoeta. — 03/12/2024. — 7h — 0539 —.
Comentários
[..] "O rouxinol não cantava apenas para ouvidos mortais, mas para o cosmos cosmopolita", eis ai a imortalidade poética do trovador! Abarço Mestre!
Bom dia, poeta Nerso! É sempre bom receber-te em meu santuário poético. Obrigado pela visita e apreciação. Um forte abraço.
Cada palavra um gota de emoção. Parabéns pela diversidade literária e expertise. Abraço
Obrigado pelo carinho nas visitas e nas apreciações, portanto, eu não eclipso o meu lisonjeamento. Gratidão sempre.