As Cartas Que o Vento Não Leu
Como eu disse ontem, hoje seria um novo dia e para não ficar massante (como expressou Juão Karapuça) eu vou tentar contar uma história sobre velhas cartas esquecidas no fundo, de um baú.
…Era uma tarde de farfalhar suave, quando me deparei com uma caixa velha, esquecida no fundo, de um baú obsoleto.
Eram cartas de amor!
No entanto, o tempo da minha frágil vida havia eclipsado o brilho daquelas palavras, agora desbotadas pelo rígido tempo.
Os papéis, matizados de emoções e matizes de um romance que amiúde parecia um
déjà-vu,
eram como relicários do que fora uma paixão insólita e poderosa, um amor que resistiu, mas foi esquecido.
Ao ler as primeiras linhas, um sorriso de galhofa me escapou.
Era curioso como aquelas palavras, tão intensas outrora, agora soavam como um cacófato doce, uma cacofonia de promessas e aforismos românticos que, de tão verossímeis, beiravam o mítico.
Hoje eu entendo que o amor pode ser simultaneamente simples e portentoso, essas cartas ressignificavam a dicotomia entre a paixão avassaladora e a parcimônia das palavras escritas com parcimônia, tentando capturar o incapturável.
Cada carta que eu lia era uma tentativa pragmática, porém amiudamente poética, de evitar que o amor fenecesse.
Tampouco era fácil ser o artífice de tantos sentimentos.
Um dia, seu homólogo, o destinatário, teria sido o Super, o Mega, o Power, de suas palavras.
No entanto, estereótipos de um amor ideal foram se desfazendo com o tempo, revelando algo mais verdadeiro e talvez mais tacanho, mas não menos belo.
Decerto que, ali, entre os papéis amarelados, estava o eco de um romance já vivido, mas jamais esquecido.
E assim, aquelas cartas, outrora esquecidas, agora ressoavam com novos significados.
Havia uma espécie de obsolescência encantadora nelas, uma lição que, amiúde, me ensina que, apesar de tudo, o amor jamais é completamente apagado pelo rígido tempo...
Fim!
Espero que você tenha gostado. Um forte abraço e que nosso querido
— Deus —
te abençoe ricamente, tu e tua casa.
#JoaoCarreiraPoeta. — 24/09/2024. — 9h — 0424 —.
Comentários
João
Foi tirado do fundo do baú
O quer éra no passado já não significa mais nada
Parabéns
Obrigado caríssimo mestre Davi. Sua visita e apreciação são muito importante para nós poetas.
Cartas fizeram parte da vida de muitos de nós, e sua crônica traz a memória vivida de forma literária e aborda a temática com estilo e objtividade. Parabéns
Obrigada pelo carinho mestra.
Caríssimo amigo João
Uma expressiva crônica relembrando com muito carinho aquele belo tempo em que cartinhas perfumadas chegam até nós.
Boas lembranças, belos desejos de um amor distante.
O que eles têm a nos enviar seus carinhos perfumados de uma lembrança amada.
O que fazem através daqueles sentimentos em que o tal PC pode colaborar.
Parece coisa de um futuro que ninguém irá se entender.
Clica aqui!
Clica acolá!
Clica em cima do que o amor irá se afastar, pois sentimentos não têm nenhum.
Viva a grandeza da idade em que podemos relembrar momentos sublimes.
Parabéns, caríssimo amigo
Abraços
JC Bridon
Que belíssima visita e inteligentíssima apreciação. Amo suas visitas!