O Amor Que o Tempo Não Apagou.
Ele sempre sonhou com uma história de amor digna dos grandes romances.
Entretanto, cada dia na sua agonia fazia com que os anos passassem, as mulheres viessem e fossem, e seu coração permanecesse um ponto cego, intocado.
Sua introspectiva jornada o afastava de si e de qualquer coalizão emocional que pudesse brotar.
Ele como poeta teorizava que o amor, tão proeminente nos versos que lia e escrevia, talvez fosse uma ilusão:
Um paradoxo entre o tudo e o nada.
Então, ela surgiu, como um sopro de brisa suave numa tarde ruborizada.
Inteligente, perspicaz, e com a sagacidade de quem capitania os próprios sonhos.
Seu arroubo juvenil reacendeu ao vê-la, uma mulher com a força de uma deusa, cuja beleza fazia até o tempo relativizar sua dureza.
Contudo, ele sentia o peso do próprio corpo surrado, como quem verbaliza:
"Ando devagar, pois já tive pressa."
Enquanto a admirava, concluiu:
Não dá para separar o que é real dos sonhos.
Seu desejo de viver o protagonismo de uma paixão ainda queimava, mas a resiliência deu lugar à resignação.
Aquele amor, que parecia tardio, era, na verdade, um Édipo invertido:
O reencontro consigo mesmo em sua solidão.
Ele nunca lhe verbalizou nada, guardou-a como quem guarda uma estrela:
Ao mesmo tempo, inalcançável e eterna.
Portanto, tampouco lamentou.
Apenas aceitou que nenhum sonho acaba; ele se transforma.
"O amor não se mede pelo tempo em que é vivido, mas pela intensidade com que é guardado. O todo do tudo pode, às vezes, ser apenas o nada... mas é o que nos sustenta."
Fim!
Se você chegou até aqui, espero que tenha gostado, portanto, rogo a
— Deus —
que te abençoe ricamente tu e tua casa.
Um forte abraço.
Todos os Direitos Autorais Reservados.
#JoaoCarreiraPoeta. — 27/11/2024. — 8h — 0531 —.
Comentários
Muito belo teu conto, João!
Parabéns.
Um abraço
Obrigado Márcia. Gratidão sempre.
Um conto poético! Lindo!
Obrigado pelo carinho, Dolores.
Bom dia, escritor. Notável sua crônica que alinha o amor na roda do tempo. Parabéns
Obrigado Lilian pela visita e apreciação.