Conto — O Mistério da Galinha Reluzente

13080210064?profile=RESIZE_710xO Mistério da Galinha Reluzente

Certa vez, na cidade dos “Cafundós” situada no Vale da Cegonha.

Sim. Exatamente na Patagônia.

  Vivia uma fazendeira, por nome de Dynyse que,

sob a égide de sua curiosidade, encontrou uma galinha, extremamente, peculiar. 

Ela era uma ave singular e bruxuleante, com penas douradas e prateadas que brilhavam sob a luz do encantado sol.

A galinha dourada, o contrário das demais galinhas,

que cacarejavam de forma canhestra, esta parecia carregar uma voluptuosidade implícita em sua postura aristocrática.

Um dia, para a surpresa da fazendeira Dynyse, a galinha botou um ovo de ouro misturado com prata. 

A fazendeira foi à Lua e voltou num suspiro!

Sua mente, até então limitada pelos estereótipos do campo, explodiu em um redemoinho de teorias. 

Como um artífice incognoscível, a ave tornara-se o centro de sua vida.

Ela não sabia como aquilo acontecia, mas pouco lhe importava. 

A pergunta era: 

— Teria eu encontrado uma fábrica ouro?

Deus está me abençoando, ou eu estou sob o manto dourado e prateado da sorte? 

Vociferou a fazendeira ao seu filho mais novo,

com a certeza de que achava ter encontrado a resposta para todos os seus problemas físicos e financeiros.

Porém, a ganância é uma hegemonia difícil de abalar. 

Dynyse começou a desejar mais ovos, e a paciência que antes possuía transformou-se numa indulgência insaciável.

Em sua obsessão, a mulher se tornou mordaz e impaciente,

questionando o ritmo da galinha, que não produzia ouro tão rapidamente quanto ela queria.

De repente ela decidiu, então, abrir a galinha para descobrir a origem do seu baú da riqueza e da felicidade. 

Entretanto, ao fazer isso, encontrou apenas um horizonte beijando o mar, um côncavo e um convexo vazio e sem qualquer brilho. 

A galinha, que era uma artífice do enigma, não possuía uma fábrica de ouro dentro de si.

O segredo estava no seu próprio ritmo e na harmonia com a natureza.

— Ah, barbárie... 

Lamentou a fazendeira babando uma baba bovina pelos quatro cantos da boca,

percebendo tarde demais a ambivalência entre desejo e paciência.

“Finalizando, a ganância devora o que deveria ser apreciado em seu próprio tempo. O que é sublime e misterioso na vida muitas vezes se perde na ânsia de possuir mais do que precisamos.”

Fim!

Um forte abraço, meu amigo e minha amiga, espero que tenha gostado e entendido. Que nosso querido 

— Deus —

 nos abençoe ricamente 

nos livrando da nossa ganância.

JoaoCarreiraPoeta. — 12/10/2024. — 16h — 0458 —.

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Dr. Carreira Coach

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Comentários

  • Poxa! Que final esse, amigo. Você é daqueles que os irmãos Grimm ou La Fontaine iriam ficar abismados com tanta criatividade. Parabens

    • Lilian sabemos que gostamos de "rasgar" sedas (ainda bem que não é dinheiro srsrsrs), mas, me comparar com os irmãos Grimm ou La Fontaine é um sonho delicioso. Dei um passeio a 1621. Branca de Neve e os Sete Anões é demais! Gratidão sempre.

  • Que lindo poeta Jõao Carreira, 

    No sentido do compor em sua profundidade

    espondo de maneira hábil,

     a insana ganancia humana.

    Meus parabéns!

    Polegares, Positivo, Como, Sim, Gesto

     

    • Boa noite, poetisa Glaucia! Gratidão pela gentil visita e sábia apreciação. Um carinhoso abraço.

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