Conto — Sob o Véu do Silêncio.

13218502883?profile=RESIZE_710xSob o Véu do Silêncio.

Eu estou no Vale Encantado na gelada Patagônia! Foi lá que conheci Lapisito o aristocrático poeta e a elástica Borrachita.

 Era uma noite capitaneada pelo frio e pelo encanto. 

A lua, soberana, desenhava sombras no chão, enquanto o vento brincava de maneira lúdica nos peitoris das janelas. 

O silêncio da madrugada, inusitado e simplesmente apaixonante, parecia dialogar com a alma de Lapisito, 

(ainda não conhecia a poetisa Borrachita)

 que, em seu quarto, olhava para o flanco estrelado do céu.

No entanto, havia algo mais naquela noite, algo que o fazia tartamudear os pensamentos. 

No apartamento ao lado morava Borrachita, a vizinha de risadas esganiçadas, sempre tão enfática e exacerbada, surgira em sua varanda, envolta por uma penumbra quase plasmática. 

Seus movimentos, antes atabalhoados, eram agora delicados, como se a madrugada a tivesse ensinado o que há de mais belo na simplicidade.

Lapisito, retroalimentando-se de coragem, esmiuçou seus sentimentos e decidiu falar com ela. 

Mas como se aproximar sem parecer um lábaro em pleno desfile atabalhoado? 

O coração, nas garras da paixão, não soube esperar.

Uma frase desajeitada escapou:
— O silêncio da noite parece mais bonito quando você está nele.

Borrachita sorriu, mas sua resposta, empírica e certeira, o surpreendeu:
— E eu achando que o silêncio era só meu.

A partir daquele momento, o conluio do destino os uniu. 

No ápice do encontro, ambos entenderam que o silêncio da madrugada era mais do que ausência de som:

Era um palco para almas que se encontravam entre as sacadas dos prédios e as estrelas.

Foi assim que Lapisito conheceu sua amada e inseparável Borrachita.

“O silêncio é o lábaro dos sentimentos mais profundos; nele, palavras não ditas encontram sua voz e corações aprendem a se escutar.”

Fim!

 P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, Kinkas Barba e Borrachita, são meus personagens em evolução!

A poesia e a música “Silêncio da Madrugada”, é de autoria da escritora Helena Bernardes.

Todos os Direitos Autorais Reservados.

#JoaoCarreiraPoeta. 30/11/2024. — 22h33 — 0534 —.

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Comentários

  • João, obrigada pela postagem da música em seu belíssimo conto!

    A conexão entre as artes é um presente raro e precioso, e você, poeta, conseguiu captar a essência dessa melodia e traduzi-la em palavras com maestria.

    Sinta-se abraçado com muito carinho!

    • Bom dia, minha querida e nobre amiga Helena:

      “Agradeço imensamente pelo seu comentário.

      Sinceramente, sua elegante visita e apreciação do meu conto

      trouxe-me grande alegria e inspiração.

      Suas palavras são um verdadeiro incentivo para eu continuar escrevendo.

      Muito obrigado e retribuo do mesmo jeito o seu abraço!” 

      #JoaoCarreiraPoeta.

  • Poeta João, envolvente seu conto, empenho de muita maestria...

    É apreciável ler-te... Meus parabéns! Paz e luz!

    • Obrigado Glaucia pelo teu carinho! Sua visita e apreciação são muito importantes para mim.

  • É uma enorme satisfação ler tua página, João! Belíssimo texto. Parabéns.

    DESTACADO 

    Um abraço.

    Bom domingo 

    • Obrigado Márcia pelo carinho e pelo DESTAQUE!

  • Bom dia, caro escritor. Saudações a tua página irretocável. Feliz mês de dezembro 

    • Lilian, seu carinho é muito importante para mim. Que o mês de dezembro seja irretocável para ti.

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