Crônica: 🎶Amor Platônico & Café!🎶

13590764868?profile=RESIZE_584x🎶Amor Platônico & Café!🎶

Narrador: Juão Karapuça, direto de um café parisiense
Le Café du Philosophe, Montmartre, Paris.

Era uma noite tipicamente parisiense, com o Sena murmurando metáforas e os lampiões da Rue Mouffetard piscando enigmas de luz. Ali, entre cafés filosóficos e livros espalhados como folhas de outono, estava eu — Juão Karapuça, com minha boina sutilmente desalinhada e uma taça de vinho tinto cuja cor rivalizava com as paixões que me habitam.

À minha frente, uma mulher belíssima de meia-idade, filósofa de olhos azuis esverdeados inquisidores, cujos argumentos tinham a malemolência das dançarinas de Montmartre e a contundência de um silogismo socrático. Seu nome? A mulher dos meus sonhos!

Falávamos de Platão.

— Mas dito isso, — disse ela, tamborilando a borda da taça — amar é se deixar cativar pela ideia e não pela imagem.

Sorri com a sagacidade de quem já confundiu morfemas com beijos.

— É mais um elemento entre tantos outros, mademoiselle. A beleza, pois, mora nos detalhes... e às vezes, em um certo côncavo que reverbera no nosso convexo.

Ela riu, como quem flerta com a dialética. Eu, enlevado, segui:

— Platão não propôs o amor para os puristas. O amor platônico é uma ode à iminência do impossível. E, ao mesmo tempo, uma âncora que nos impede de fenecer sem fantasia.

E assim seguimos, entre risos e argumentos, até que a noite, num gesto ousado, resolveu nos abraçar com uma ideia platônica:
— Afinal, decerto que amar... é sair da caverna de si mesmo.

Mas eis que, no reflexo do espelho que havia atrás dela, vi não seu rosto, mas o da mulher que há tempos habita meus sonhos — aquela que ficou do outro lado do Atlântico. Aquela que, diria eu, foi minha verdadeira Alegoria.

Ela — a musa ausente — jamais esteve ali, tampouco deixou de estar.

E então compreendi: o amor, quando é de fato verdadeiro, não precisa ser factual. Ele pode morar no espaço entre a lembrança e o desejo, entre a carta jamais escrita e a lágrima silenciosa que poisa na alma sem pedir licença. É um arquétipo, sim, mas não anódino — é veemente, porque arde mesmo na ausência.

"Portanto, a moral é clara, sobretudo para os de coração errante como eu:
O amor distante pode até ser utopia, mas é ele quem mais nos ensina a reverberar... mesmo no silêncio."

Fim!

 

Que nosso querido —— Deus —— abençoe você ricamente, um forte abraço!
P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, Kinkas Barba, Borrachita e Juanito, são meus personagens em evolução!
Todos os Direitos Autorais Preservados.
#JoaoCarreiraPoeta. —— 16/06/2025. —— 12h23min —— 0708 ——.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

#JoaoCarreiraPoeta.

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Gostei muito desse diálogo, em Paris, sobre Patão e o amor platônico. O amor tem muitas manifestações, mas as musas gostam muito de amor platônico para inspirar aos poetas, e às poetisas, claro!

    Meus sinceros parabéns, caro amigo!
    Um forte abraço!

    • Juan, um bem-aventurado dia, alma sonhadora e poética, o carinho é imenso, um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

  • Que lindíssimo texto poético e romântico...O nosso personagem amado Juào Karapuça visitando o berço da cultura ocidental , a mágica França com suas ofertas de magias, são ruas, bares, bom vinho, belas mulheres, até de mulher olhos azuis esverdeados, este Juão agora um protagonista de valores a filosofar acerca do Amor..

    Uma reflexão sobre o Amor platônico , tema genial do Poeta, Platão não propôs o Amor para os puristas.

    "O amor platônico é uma ode a iminência do impossível.E,ao mesmo tempo, uma âncora que nos impede de fenecer sem fantasia " que perfeito Poeta.

    ":O amor distante pode até ser utopia mais nos ensina a reverberar... mesmo no silêncio " fechado Poeta 

    Parabéns prezado Poeta João Carreira por este lindo bordado poético com suas digitais...

    Uma leitura imperdível... Abraços ao nosso amigo Juào Karapuça..

    Abraços fraternos 

    • Ah, mestre e poeta, Antonio, que honra receber palavras tão delicadas e intensas como um vinho francês sob o céu de Montmartre. Aqui tenho um sussurro de gratidão do coração de Juão Karapuça e meu também, claro: mas, é engraçado que na França sonhou Juão encantado, olhos verdes que nunca abraçou, amor platônico, doce pecado— ideal que nunca se tocou. Pelas vielas, vinho e pensamento, ele vagueia, entre riso e dor, na fantasia acha alimento, e no silêncio, ecoa o amor. E cá estou eu, a poetizar. Deve ser o ar de Paris, segue nossa gratidão mestre poeta e comendador! Um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

  • João

    ta demais hein

    falas sobre o amor com experiencia de escritore poeta

    suas digitais são amplas e genuinas

    um abraço

    • Bom dia Davi, obrigado pelo carinho! Um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

  • Caro colega João que excelência de contexto de crônica. Me chamou atenção já pelo título, amor; Platônico onde tanto me identifico. Você citou a fantasia, meus amores, tem expressado eles mitologicamente, seja nas insuficiências dos meus casos rasos com algumas e seja também pela minha paixão aos mitos.   Uau....Tamborilando a borda da taça-amar é se deixar cativar pela ideia e não pela imagem. Verdade pura que não é usada, ou quase não é. Daria pra destacar muita coisa aqui João. Abraços!

    • Que bom que está gostando, mas, París (apesar do frio) e a França no geral, são muito acolhedores, a equipe agradece de coração... um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

  • 🎶Amor Platônico & Café!🎶

    Uauuuuuuuuuuuuuuuuu,que lindeza!

    Depois querem saber porque me apaixonei pelo Juão Karapuça

    "E então compreendi: o amor, quando é de fato verdadeiro, não precisa ser factual. Ele pode morar no espaço entre a lembrança e o desejo, entre a carta jamais escrita e a lágrima silenciosa que poisa na alma sem pedir licença. É um arquétipo, sim, mas não anódino — é veemente, porque arde mesmo na ausência."

    Fechou com chaves de ouro!

    Meu abraço encantado

    Ciducha

    • Cici! Minha querida, até tuas apreciações são apaixonantes, Juão Karapuça, está París, exatamente, no 18º arrondissement, Montmartre, que não é apenas um bairro — é um estado de espírito. Um relicário boêmio que, ao longo dos séculos, acolheu artistas, amantes e filósofos como quem abraça a alma de um poeta perdido, e te chama para um "cafezinho" srsrsrs. Agora é com você, um carinhoso abraço! #JoaoCarreiraPoeta.

This reply was deleted.
CPP