🎶Aurora, Alvorada e um Xeque Literário!🎶

A aurora chegou pontuando o céu com dedos flexuosos de luz. Não tinha pressa, tampouco barulho: apenas farfalhava sua presença pelas janelas entreabertas, como quem murmureja um segredo que só os que acordam cedo conseguem ouvir.

Eu, velho moço — ou moço velho, decerto que ainda em dúvida — abri os olhos como quem solfeja uma canção esquecida. O quarto cheirava a café, livro e um leve toque de eternidade.

“Alvorada não é apenas quando a luz tange o horizonte,” pensei. “É quando a alma encontra, no relicário do tempo, a chance do recomeço.”

Entre a leitura de um soneto e uma mordida em pão morno, cogitei ir à pracinha. Não para jogar dama, veja bem — isso, porquanto, seria uma heresia à minha natureza lúdica e estrategista. Não! Eu jamais pereceria jogando dama. Se a vida quer encerrar minha partida, que o faça em grande estilo: num xeque-mate magistral, com o rei acuado e meu olhar de proficiência brilhando por trás dos óculos.

Na pracinha, o sol burilava os bancos com calor suave. O vento era um flébil fricativo entre as folhas. Sentei-me, como de costume, entre velhos amigos, Antônio, o poeta, estava lá como sempre com ideias frescas e poéticas.

Haja visto que, sou empírico nas emoções, sedento pela escrita e afeito às coisas precípuas da existência — livros, música, poesia e um bom tabuleiro 10x10 — a conversa deslizou como dama distraída: fácil demais. Porém, no xadrez da vida, cada palavra é uma peça que precisa saber onde pisa.

De volta ao banco, fiz uma jogada ousada — torre em D4. Meu oponente arqueou a sobrancelha. Tartamudeou alguma desculpa enquanto o xeque-mate se formava como poema inevitável.

"Portanto, meu caro," disse eu, com humor afinado, "não se vence apenas com peças — vence-se com intenção."

"E assim sigo, JoãoCarreiraPoeta — moço velho, velho moço — jogando palavras como peões e metáforas como cavalos. Porque viver, no fundo, é um grande xadrez: e eu prefiro sempre morrer atacando, com uma aurora e uma alvorada nos olhos... e um xeque-mate no coração."

Fim!

Que nosso querido —— Deus —— abençoe você e sua casa ricamente, um forte abraço!
P.S.: Nota do Autor: Estes versos e devaneios, banhados de sol e memória, nasceram da pena sensível de João Carreira — o poeta do tempo e da ternura. Cada palavra é sua, cada silêncio, um eco da alma que escreve com o coração.
Todos os Direitos Autorais Preservados.
#JoaoCarreiraPoeta. —— 26/06/2025. —— 12h45min —— 0716 ——.

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Comentários

  • João

    percebo que estais bem guardado

    um abraço

  • Que lindeza de texto ,João!

    Gosto muito desse seu estilo.

    Muito bom ver o nosso amigo querido Antonio.

    Aplausos e meu abraço apertadinho

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