Crônica — O Silêncio da Eternidade.

13196589258?profile=RESIZE_710xO Silêncio da Eternidade.

Em 1862, na iminência de um confronto decisivo, a Guerra Civil Americana desenhava cenários díspares de dor e esperança. 

O capitão Robert Elly, homem de retórica firme e coração avassalador, liderava seus homens sob a égide da União. 

Próximo a Harrison’s Landing, a noite trouxe uma pauta inesperada. Gemidos no campo de batalha. 

Fazendo-se artífice de sua própria coragem, Elly, contra toda lógica, decidiu agir.

“Então veja”, argumentou a si, “a vida vale tanto quanto o esforço de ressignificá-la.” 

Arrastando-se pelo terreno hostil, ignorou os perigos para dissipar os gemidos. 

Quando chegou ao soldado, a âncora de sua alma afundou. 

O rosto à luz da lanterna revelou um déjà-vu que espicaçou sua memória: 

Era seu filho, perdido na teia das díspares escolhas da guerra.

Desde então, o silêncio reverberava em sua mente como uma ode amarga. 

O nada era tudo naquele momento. 

Pela manhã, em meio à obsessão do luto, pediu permissão para honrar o filho inimigo. 

O pedido foi parcialmente atendido: apenas um corneteiro poderia tocar.

No entanto, isso bastava. Em um ato purista, Elly entregou ao músico as notas encontradas no bolso do jovem. 

O som que emergiu era um sopro de côncavo e convexo: 

Uma dualidade entre perda e esperança, entre o fim e o eterno.

A melodia, que parecia enaltecer a beleza que mora nos detalhes, ecoou sobre os campos. 

Era ao mesmo tempo, um canto de despedida e uma promessa de reencontro, um hino que, por sinal dissipava a dicotomia entre lados opostos.

O toque tornou-se recorrente, uma herança imensurável que unia vozes em um silêncio eloquente. 

Desde aquele dia, não foi mais apenas música, mas uma âncora emocional para os corações partidos.

“Afinal, às vezes, o nada era tudo. O silêncio pode ser a mais poderosa forma de eternizar a memória, pois transcende as palavras e torna-se a mais pura expressão do amor.”

Veja a letra do poema escrito abaixo.

O Toque do Silêncio

 O dia terminou

O sol se foi

Dos lagos

Das colinas e do céu

Tudo está bem

Descansa protegido

Deus está próximo

A luz tênue

Obscurece a visão

E uma estrela embeleza o céu

Brilhando luminosa

De longe

Se aproximando cai

A noite

Graças e Louvores

Para nossos dias

Debaixo do sol

Debaixo das estrelas

Debaixo do céu

Enquanto caminhamos

Isso nos sabemos

Deus está próximo.

Fim!

Que nosso querido — Deus — te abençoe ricamente.

Todos os Direitos Autorais Reservados.

#JoaoCarreiraPoeta. — 26/11/2024. — 11h55 — 0529 —.

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Comentários

  • João 

    A guerra tem a finalidade de abater o inimigo

    Mas a realidade é quem está do outro lado da trincheira 

    Pode ser nosso irmão de sangue

    Ou irmão de consideração 

    Parabéns 

    Um abraço 

  • Tocante e  melancólico texto. Minhas Saudações poéticas 💐 Abraço 

    • Obrigado Lilian pela visita e apreciação.

  • Parabéns pelo belo quadro poético.

    Digno de ser Destacado 

    Um abraço 

     

    • Obrigado Márcia pelo DESTAQUE e pelo carinho.

  • Nobre escritor! Eximio contista! O bardo se queda em silêncio, pois faltam-lhe palavras para dizer de toda a beleza do quadro que o preclaro poeta exibe, aqui. Grande abraço.

    • Bom dia, meu aristocrático poeta Nerso! Gratidão sempre pelo teu carinho.

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