Sinônimos: Entre Palavras e Sentidos
— Professor, hoje vamos falar sobre esse vocábulo que é um substantivo masculino,
e me veio à mente a linda e poética música de Zé Ramalho.
— Sim, Juão uma belíssima música!
Mas veja, Karapuça, um sinônimo, é uma palavra que possui significado semelhante ou idêntico ao de outra palavra em um determinado contexto.
Eles são utilizados para enriquecer o texto, evitando repetições e trazendo nuances ao discurso.
Por exemplo, “feliz” e “contente”.
São sinônimos, ao transmitirem a mesma ideia de bem-estar,
ainda que cada um possa carregar diferentes tonalidades de sentimento dependendo do uso.
No entanto, vale lembrar que nenhum sinônimo é absolutamente igual ao outro;
há sempre sutis diferenças que podem mudar o tom e a intenção.
Agora poetize, Juão!
— Palavras são criaturas caprichosas, professor.
Algumas deslizam suaves, outras desafiam o entendimento, mas todas conseguem transcender o óbvio e criar universos.
Imagine um artífice no ofício de costurar termos:
Um brejeiro sem pressa, embasbacado com a própria arte.
De quando em quando, ele brinca com sinônimos como quem desata nós de quimeras.
Por enquanto, mestre, ele está satisfeito com a simplicidade, mas, logo, tem em vista mitigar o tédio, encadeando metáforas e sonhos.
Há quem diga que sinônimos são como amores impossíveis:
Sempre próximos, mas jamais iguais.
A utopia de querer que duas palavras compartilhem absolutamente o mesmo sentido é uma quimera recorrente na mente dos poetas.
No entanto,
há algo imensurável na forma como a semelhança entre eles permeia o texto, desencadeando emoções.
Professor, tomemos, por exemplo, “amor” e “paixão”.
Decerto que um complementa o outro, mas há uma especificidade que diferencia seus tons.
Concatenar amor com paixão pode soar romântico, mas é um ato ousado — talvez até insensato.
Essa busca por sinônimos transcende a mera sapiência; é um jogo de poder.
As palavras duelam pela hegemonia, pela supremacia de significado.
Como um
déjà-vu
sem precedentes, é um ciclo infinito de interpretação.
Entretanto, o artífice sorri.
Porque, sobretudo, sua missão não é escamotear nuances, mas sim criar pontes.
Haja visto que há estereótipos no uso das palavras, ele prefere, no entanto, a liberdade.
Para ele, sinônimos são apenas sugestões de alma — nunca clones.
Portanto, meu amigo e amado professor, lembre-se: o encanto das palavras não está na correspondência exata, mas no espaço entre elas.
Se uma fala de amor, a outra sussurra desejo; se uma sugere tranquilidade, a outra carrega tempestade.
E, assim, ele segue, construindo mundos — indubitavelmente distintos, absolutamente próximos. Entretanto.
“Sinônimo de amor pode ser amar.” Zé Ramalho está certo.
Fim!
Um forte abraço. Que nosso querido
— Deus —
nos abençoe ricamente.
#JoaoCarreiraPoeta. — 29/09/2024. — 12h — 0432 —.
Comentários
João
Esplêndido
Um abraço
Obrigado mestre Davi. Saudações!
As palavras duelam pela hegemonia .
Belíssima crônica que enriquece nossos conhecimentos e prazer pela leitura.
Parabéns amigo Carreira
Obrigado poeta Antonio pela visita e bela apreciação.
Bom dia, escritor. Bravissimo ! Leitura imperdível sempre. Lendo e aprendendo.
Boa tarde! Grato pelo bravíssimo e leitura imperdível. Meus abraços.