Crônicas — O Doce Encanto Do Eufemismo

O Doce Encanto Do Eufemismo

— Bom dia Juão Karapuça, vamos nos aventurar em mais uma crônica? 

— Sim professor, hoje vamos falar e poetizar sobre uma figura de linguagem bem sublime.

“Eufemismo.”

— Ah, Juão, os eufemismos da vida!

Essas doces e pulquérrimas figuras de linguagens que, com lisura e diplomacia, transformam as palavras em abraços sutis. 

Não se trata de mentir ou esconder a verdade, mas de ressignificar o mundo com suavidade. 

Afinal, Juão, quem nunca disse que alguém

vitimou-se” ao invés de “morreu”? 

É como se os eufemismos fossem hermafroditas linguísticos, capazes de vestir tristeza e alegria com o mesmo terno de gala. 

Quiçá um notabilíssimo truque da linguagem.

— Porém, dito isto mestre, convém observar que esse artifício não é para qualquer um. 

É preciso maestria, parcimônia e, sobretudo, uma certa habilidade teatral. 

Entretanto, o eufemismo, em sua essência, é um artista nato — um encantador de palavras que desliza entre os extremos com uma leveza sobrenatural. 

Tantos milhões de aplausos para ele, que com seu toque quase mágico, sobremaneiras modifica perspectivas e dá nova cor até ao mais sombrio dos temas.

— Dê-me um exemplo clássico Juão? 

— Imagine João Carreira poeta alguém no

“limbo do ostracismo”. 

Ao invés de dizer que ele foi completamente esquecido, melhor verbalizar que ele está apenas 

“descansando sua imagem”. 

Brilhante, não? 

Porém, não se deve abusar desse dom. 

Obviamente, quando exagerado, o eufemismo perde a magia e soa como um artifício cansado e homogêneo.

Mas é claro, os eufemismos têm seu charme:

Eles convidam a uma dança com o imponderável, o invisível, sobretudo com o delicado. 

Haja visto que eles não simplificam, mas embelezam. 

Não cortam, mas cunham sentimentos. 

No entanto, um uso excessivo pode levar à falsidade, um perigoso jogo de porfia entre a lisura e a dissimulação.

Portanto, vale o cuidado.

Que a linguagem seja bela e encantadora, mas que não perca a honestidade de sua essência. 

Porque, no fim, o eufemismo é um enleio verbal que encanta, mas, até porque, jamais deve aprisionar as verdades que decerto que precisamos, em algum momento, enfrentar.

— Ficou lindo Juão. Sensacional. Parabéns!

Fim! 

E que nosso querido 

— Deus — 

nos abençoe ricamente e a ti que nos lê.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreirapoeta. — 01/10/2024. — 14h — 0437 —.

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Dr. Carreira Coach

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Comentários

  • João 

    Muito maravilhoso o seu explicar

    Um abraço 

  • Perfeito! Explicação coerente e certeira

     Sempre uma lição aprendida aqui na sua página. Grande abraço 

    • Obrigado Lilian de coração eu agradeço e estou tocando uma "balalaica".

  • Mestre, suas crônicas são um deleite para os leitores. Poxa, será que fui eufemista?

    Grande abraço e a minha admiração.

    • A admiração é fatal e reciproca, eu acredito que todos já fomos, ou seremos eufemistas um dia. Um forte abraço.

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