O Silabário da Percepção"
Eu amo ficar sozinho, porém, nunca estou só.
Haja visto que, estou sempre (e quando digo sempre é vinte e quatro horas todos os dias), em minha companhia e da presença do meu querido
— Deus —.
Mas veja, desse jeito nunca vou sentir solidão.
E assim, posso e tenho a percepção de ouvir até o som do silêncio.
Mas como falei de "Percepção" (vou lhe contar uma historinha) literalmente, é um substantivo feminino ela é a capacidade de reconhecer, interpretar e compreender meus estímulos sensoriais, seja de natureza física ou emocional.
Esse substantivo me permite captar e interpretar o mundo ao meu redor, formando opiniões, ideias e julgamentos sobre a realidade.
Seus sinônimos são:
Intuição, impressão, julgamento, entendimento, percebimento, interpretação, consciência, noção e conhecimento.
Uma família bem avantajada por sinal.
Poeticamente, eu poderia dizer que percepção é o artífice incognoscível que dança entre o meu explícito e o meu enigmático.
Como um silabário bruxuleante, cada sílaba dos sentidos constrói minhas imagens que,
sob a égide do meu olhar, ganham vida e voluptuosidade.
A minha percepção aristocrática, embora proeminente, muitas vezes me surpreende com suas ambivalências:
O que parece ortodoxo pode revelar uma multifacetada revolução interior.
No entanto, perceber o mundo vai além de captar o meu óbvio.
É como eu tentar desvendar o enigmático através de uma canhestra tentativa de vociferar invectivas mordazes contra estereótipos e defecções da realidade.
É o meu jogo entre a indulgência e a insurreição interna, na busca por interpretar cada momento sob uma nova luz.
Portanto, a minha percepção é imprescindível e insubmissa, não se curva à hegemonia de verdades ortodoxas, tampouco à barbárie das mentes estreitas.
A minha percepção é magnânima, indulgente e, acima de tudo, desafia a insurreição dos meus pensamentos mais profundos.
Haja visto que perceber, afinal, é captar o inexplicável e transformá-lo em sentido, ainda que seja só para rir de si mesmo no final.
Eu não estou só, no entanto, estou sem a companhia de meus amigos e companheiros de poesias.
Meus personagens.
Ainda assim.
Eu peço ao meu querido — Deus — que te abençoe rica e eternamente.
#JoaoCarreiraPoeta. — 12/09/2024. — 20h — 0406 —
Comentários
Muito bela crônica e merecido destaque.
Eu também não sei o que é solidão. Pelo menos isso.
Obrigado pelo DESTAQUE Margarida.
Caríssimo amigo João
Resplandece no horizonte dos pensamentos meus um eterno agradecimento ao grande poeta/escritor Dr. João Carreira
que traz dentro de si um brilhante conhecimento de tudo o que o seu interior mostra que é possível sim caminhar dentre pedras e rosas.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Saudações mestre Bridon.
Um comentário poético e romântico como esse
só poderia vir de uma mente multifacetada
e cheia de enlevo como a do caríssimo.
Meu coração cheio de gratidão agradece entre aplausos.
Um forte abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
A solidão traz fartas inspirações a pessoas de grande sensiblidade, e também nos assegura um mergulho no nosso eu, para muitas reflexões. Saudações Literárias, caro poeta.
Eu concordo com minha querida mestra
e agradeço a belíssima visita
e inteligente apreciação.
Um carinhoso abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Eu adoro ficar sozinha, amo minha companhia, mas jamais conseguiria escrever uma crônica tão bela,qual a tua.
Apenas tento escrever poemas, frutos da intuição.
DESTACADO poeta e escrito.
Um abraço carinhoso aqui de Itapeva
Obrigado minha amada amiga de Itapeva.
Ficar sozinho consigo mesmo é um privilégio que poucos conseguem.
Eu acredito que os verdadeiros poetas nunca estão a sós.
Dependendo desses Bardos estão à dois,
ou mesmo à três.
Um carinhoso abraço a ti e a essa linda cidade de Itapeva.
#JoaoCarreiraPoeta.