silêncio (6)
Há uma lágrima circular que demora,
Mais um dia chega
Buscarei nesses insônios de vinte dias
Aqueles sábados de sempre
Tentarei de alguma forma
Achar horóscopos e noticias,
Quantos minutos nesse silêncio de mármore
Quantas mensagens nas entrelinhas desse ru
Poderia sujeitar tua cintura e te beijar,
Sem tormentas,
Sem lágrimas.
A linha do tempo é um violim calado;
Já não posso ser esse passageiro que palpita
num amor desordenado.
Voltar a este último reduto e sentir- te,
Recorrer o teu peito de vidro;
Me queimar
Ouça meu pensamento
No silêncio profundo;
Respiração suave, cadenciada
Numa calmaria abençoada
Cheia de anseios e devaneios.
Ouça minhas inquietudes;
Diante da tua serenidade fria,
Camuflada de certezas.
Segue seu caminho errante
Ouça meus versos
A cruzar ocea
Desavenças
Os poemas meus, estes dormirão ao relento
e a ti, ó alucinado Romeu,
darei meu voto de silêncio!
Lilian Ferraz
09/07/2019