Amor à Primeira Vista
Simplesmente meu nome é Lapisito, sou amante da vida e da poesia.
E hoje tenho para você que me lê uma bela narrativa.
Era uma tarde ensolarada, daquelas que fazem o tempo parecer suspenso, quando nossos olhares se cruzaram pela primeira vez.
Havia uma iminência no ar, como se o destino estivesse prestes a cacifar uma jogada irrefutável.
E ali, em meio ao caos cotidiano, surge ela, uma eminência de beleza e graça,
dissipando qualquer dúvida de que o amor, de fato, pode ser avassalador à primeira vista.
Dito isso, faço uma pausa na narrativa para confessar que:
Sou um purista das palavras, amante da retórica refinada, mas diante daquele olhar, todo meu vocabulário elegante pareceu insuficiente.
O coração?
Ah, ele não obedece às regras da gramática ou às pautas da lógica. Ele simplesmente reverbera, espicaçado pela dualidade entre o que é côncavo e convexo, entre o possível e o impossível.
Mas tampouco me entreguei de imediato àquele sentimento.
Como qualquer bom observador da vida, refutei a ideia com uma leve obsessão, tentando argumentar contra o impulso de acreditar no mito do amor à primeira vista.
No entanto, quanto mais tentava ressignificar aquele momento,
mais ele reverberava em mim, enaltecendo a beleza de cada detalhe daquela musa.
O jeito como ela ajeitava o seu pulquérrimo cabelo ruivo, uma testa perfeita, seus olhos eram como duas esmeraldas, sua boca vermelha carnuda me atraia como um imã, ela tinha um corpo completamente torneado, dourado pelo sol, a curva suave de seu sorriso era estonteante.
Ah, mas eu sabia que a beleza morava nos detalhes daquele belíssimo corpo sexualmente sensual, por sinal.
Mas, então veja, não era apenas uma questão de atração sexual.
Era como se, desde então, o nada se tornasse tudo.
O universo parecia se enlaçar em torno daquele instante, com uma âncora invisível prendendo-me ali, inamovível.
Perspectivas díspares se encontraram ali, côncavo e convexo, uma ode à dualidade do amor.
Haja visto que nossas almas pareciam ressoar em sintonia, não restava nada a fazer senão me render.
Portanto, sem mais delongas, deixei-me levar, sabendo que, como um artífice invisível, o destino já havia traçado aquela linha.
E assim, com um sorriso bobo e o coração leve, percebi:
O amor à primeira vista, por mais que tentemos refutar, é mais um elemento entre tantos outros, que simplesmente não se explica — apenas se vive. O nome dela?
Minha eterna amada — Borrachita —.
Que nosso querido
— Deus —
te abençoe ricamente tu e tua casa.
P.S. Lapisito e Borrachita são meus personagens em evolução.
#JoaoCarreiraPoeta. — 10/09/2024. — 16h12 — 0399 —
Comentários
Fazendo uma análise fria, em vez de amantes, eles poderiam ser inimigos mortais.
O que um faz, o outro apaga?
A dose do equilíbrio farão trabalhar em conjunto e harmonia, porém.
Eu concordo com você Margarida. Obrigado por tudo.
Gracioso conto de amor que tem um toque pueril, lírico e animado. Parabens. DESTACO com louvor.
Apesar de revisar cinco a seis vezes
ainda ficou um pequeno erro no título.
(Errado: Premeira. Correto Primeira). Já corrigido.
Gratidão pelo DESTAQUE poetisa Lilian.
Um carinhoso abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.