Dizem que saudade é ruim
Que faz o peito doer, irrita. ..
Saudade não é o amor que vai
Saudade é o amor que fica...
E é por isso que em meu peito
A saudade bate, palpita
Me lembrando que o amor
Por você só multiplica.
Elaine Márcia.
Dizem que saudade é ruim
Que faz o peito doer, irrita. ..
Saudade não é o amor que vai
Saudade é o amor que fica...
E é por isso que em meu peito
A saudade bate, palpita
Me lembrando que o amor
Por você só multiplica.
Elaine Márcia.
Rua 13 de maio, n.º 627.
Era caminho para a escola.
Estava há três meses naquela cidade pequena do interior.
Aquela casa o intrigava...
Era uma casa normal... dava para ver que estava vazia a um bom tempo... nunca vira movimentação alguma quando passava por lá.
A casa era construída em madeira, tinha uma varanda pequena na frente, a tinta estava desbotada, as vidraças das janelas estavam quebradas e sujas. O mato estava bem crescido no quintal. Era possível notar que um jardim floresceu ali... havia uma árvore no quintal e um balanço quebrado pendurado em um de seus galhos.
Ela era cercada com uma cerca baixa de balaústras... o portão estava preso apenas por uma corda..
Aquela casa velha ficava no final da rua, onde havia uma curva. Era a última casa da rua... depois dela, só havia mata... uma área verde de preservação ambiental. Depois da curva, a alguns metros à frente, ficava a escola.
Sempre quando ele passava em frente àquela casa, ela lhe chamava a atenção.
Naquele dia, ficou conversando com uns amigos depois da aula e quando viu, já estava escurecendo. Se despediu dos rapazes e seguiu seu caminho... a noite estava escura, não haviam estrelas no céu... um raio estralou iluminando a noite, seguido pelo estrondo do trovão. Ele se assustou um pouco... o tempo estava para chuva... o vento soprava levantando poeira e folhas secas... apertou o passo... não queria pegar chuva! Mas, a chuva começou a cair, independente de sua vontade... ele correu. Estava chegando na curva... a chuva cada vez mais forte... relâmpagos rasgavam o céu, acompanhados pelo ronco assustador dos trovoes. Sem pensar, ele retira a corda daquele portão velho, corre... sobe depressa os dois degraus e chega ofegante na varanda.
Sua respiração está acelerada... se encosta na parede. Olha para o céu... Trovoes, relâmpagos, vento... a porta batendo com a força do vento... a chuva forte molha a varanda. Ele olha para a porta... entra... tudo escuro! O assoalho da casa range a cada passo que dava. Ele abre a mochila e tateia à procura da pequena lanterna... ao acende-la, percorre o local com curiosidade... estava no que um dia fora uma sala... estaria vazia, não fosse uma cadeira de balanço velha que estava em um dos cantos... o vento entrava pelos buracos da vidraça e balançava a cadeira que ringia.
Seu coração batia forte, mas, a curiosidade era enorme! Se dirigiu ao outro cômodo... era a cozinha... havia uma pia perto da janela... um fogão à lenha que visivelmente não via fogo a muito tempo... uma mesa e duas cadeiras... continuou seu tour pela casa... entrou no quarto... só havia um colchão sujo jogado no chão e cortinas rasgadas na janela... um relâmpago forte iluminou todo o quarto... a lanterna apagou. Pensou ter visto um vulto no canto encolhido... era uma criança? Bateu na lanterna para ver se ela voltava a funcionar e nada! Bateu de novo... e de novo... “Ei! Quem é você?” Silencio. “Tem alguém ai?” ... nada! Bateu de novo na lanterna e ela voltou a funcionar. Vasculhou o quarto à procura do vulto e nada... a chuva estava forte lá fora.
O suor escorria pelo seu rosto.... estava nervoso... caminhou até a pia pensando em jogar um pouco de água no rosto.... abriu a torneira.... nem uma gota de água.
Estava cansado, assustado... precisava descansar um pouco!
Foi ao quarto, olhou o colchão velho e sujo jogado no chão, pensou... pensou e, vencido pelo cansaço, se deitou e dormiu.
Acordou meio confuso sem saber direito onde estava. A chuva havia parado. Era madrugada e achou melhor esperar o dia amanhecer para voltar para casa... pensou em sua mãe, ela deveria estar preocupada.
Ouviu um barulho... prestou mais atenção... parecia água... é isso! Era água saindo da torneira! Ele deve ter deixado a torneira aberta... acendeu a lanterna e se dirigiu à cozinha as tábuas do assoalho ringiam com seu caminhar apressado... chegou na pia e nada de água... ficou intrigado e pensou ter imaginado. Voltou para o quarto ... um choro de criança invadiu o local... seu coração disparou... se encostou à parede, seu corpo se deslizou até o chão... sentia um medo descomunal! De onde vinha o choro de criança? Prestou atenção... meu Deus! A criança estava embaixo do assoalho! Mas, como? O choro continuava... seu desespero aumentava ... ouviu o barulho da torneira vazando água... se levantou meio desnorteado... o choro... a água... a cadeira rangendo...
colocou as mãos na cabeça, começou a gritar “aaaaaaah!!!!...” e saiu correndo, abriu a porta da frente e parou de uma vez. O dia estava começando a clarear... o rapaz ficou como que congelado na porta da casa... olhava para a árvore onde no balanço quebrado uma criança brincava... ele olhava para a criança, sem acreditar no que via... a criança, uma menina de uns seis anos, com um vestido branco e longo sorria para ele... havia algo de macabro em seu olhar... “quem é você?”, pergunta o rapaz... e num piscar de olhos a menina parou em sua frente e como se fosse um vulto, sumiu por dentro da casa, apenas suas risadas estridentes podiam ser ouvidas, juntamente com o choro, o barulho da água e da cadeira rangendo cada vez mais rápido... e o rapaz correu... não sabe por quanto tempo... e aí, ele desmaiou. Acordou ofegante, abriu os olhos tentando reconhecer o local... estava em seu quarto... mas, como veio parar em seu quarto? Sua mãe entra com uma bandeja com café... filho, você precisa comer um pouco... teve febre a noite toda! Eu falei para você levar o guarda-chuva para a escola!
Febre? Como assim, mãe? Eu passei a noite aqui?
Claro meu filho! E onde mais passaria a noite? Falou a mãe sorrindo e saiu do quarto.
O rapaz respirou aliviado. Então fora apenas um sonho ruim... fechou os olhos enquanto saboreava o pãozinho que a mãe lhe trouxe. A torneira do banheiro estava ligada... se levantou para desligá-la... quando entrou no banheiro, não havia água na torneira... ele sentiu seu coração disparado se virou para sair correndo do banheiro e ela estava lá... a menina, com seu vestido branco e seu olhar macabro ela falou ... “Eu vou ficar com você, Wilson. Você não vai mais ficar sozinho...”
Elaine Márcia (Agosto de 2015)
É domingo.Estou aqui, sozinha no meu quarto.Fecho os olhos e relembro...Busco no passado alguns momentos que juntos desfrutamos...Me vejo em algum tempo remoto neste mesmo quarto... eu abri os olhos e me vi refletida em seus olhos, tamanha a proximidade que havia entre nós.Lembro do seu sorriso travesso... do seu jeito maroto... até do seu cheiro ainda me lembro... O dourado dos seus cabelos... a maneira como delicadamente você tocava a pontinha do meu nariz e dizia "bobinha"...Meus lábios sorriem neste momento...É bom ter lembranças boas!Abro os olhos devagar...Não encontro seus olhos... não vislumbro o dourado dos seus cabelos... seu cheiro não está presente...São apenas lembranças.Um fiozinho de dor passa lampejando em meu peito...Uma gota de lágrima desce queimando em meu rosto...Já se passaram tanto tempo!Se eu queria que o tempo voltasse atrás?...Não sei...As vezes sim... as vezes não...Existem momentos que o coração anceia reviver... mas, também existem outros momentos que é melhor deixar quietinho lá no baú do passado... momentos que já cumpriram o seu propósito em nossas vidas de nos fazerem aprender algo...Reflito comigo mesma e tenho mais uma vez a certeza de que você cumpriu o seu propósito em minha vida... proporcionou-me momentos valiosos de crescimento pessoal... deixou-me verdadeiras pérolas para ficarem guardadas no recôndido do meu coração. .. mas, passou!As vezes, quando a solidão cisma em chegar e bater forte em minha cara, é pra você que minhas lembranças correm pra buscar refúgio... pra buscar consolo...Porque foi em você que me enxerguei... foi no brilho dos seus olhos e no calor do seu aconchego que me senti plena e feliz.Porque acabou? Porque disse adeus?...Ah! Por que tudo tem um começo, um meio e um fim...Acho que é isso!A verdade, é que mesmo sabendo que você está no meu passado, sempre que quiser irei visita-lo em minhas lembranças...Você tem o poder de arrancar lágrimas de saudades dos meus olhos, ao mesmo tempo em que faz sorrir os meus lábios... mesmo não estando fisicamente perto...Sinto falta dos momentos ternos que juntos compartilhamos.Falta de abrir os olhos e me enxergar nos olhos de outro alguém...Respiro fundo... seco com as costas da mão aquela lágrima que rolou e guardo você de volta no meu baú de lembranças boas do passado... afinal, lá é o seu lugar agora!Me obrigo a levantar e acordar para a vida!Afinal, temos que continuar fazendo a roda da vida girar!A vida continua!......☆☆ Elaine Márcia ☆☆.......
Esta história aconteceu
Lá pras bandas do seringal
Distante de Porto Velho,
De Rondônia - capital.
Rosinha era moça bonita
Filha do Zé pescador
O Zé tocava Viola
no arrasta pé do Nestor.
Acontece que um dia
Apareceu no seringal
o Tião, moço garboso
Que veio da Capital.
E foi no final de semana
onde o povo se ajuntô
Pra se divertir, como sempre
No arrasta pé do Nestor.
O Tião ficou de olho
Na formosura de Rosinha
E arrudiou, chegou junto
E disse "você é uma gracinha"
Rosinha, moça prendada
Suspirou de emoção
E entregou neste instante
A chave do seu coração.
E foi no dia seguinte
As margens do Rio Madeira
Que Rosinha esperou
por Tião, toda faceira
E Tião não perdeu tempo
Enfeitiçou a mocinha
Sussurrou em seu ouvido
Agora serás minha.
As águas frias do Rio
fervilharam de emoção
Testemunhas do momento
De loucura e sensação.
E toda tarde saía
Rosinha toda faceira
Se encontrar com Tião
As margens do Rio Madeira
Sua mãe lhe disse um dia
Hoje é noite de lua cheia
Tome tenência com o Boto
Que a noite sai e rodeia
Havia na região uma crença muito antiga
Que em noite de lua cheia
O Boto saía do Rio e se transformava em rapaz
Conquistava as moças virgens e lhe botava barriga.
Acontece que Rosinha
Foi esperar por Tião
E o moço da Capital
Não apareceu mais não.
Rosinha ficou sozinha
Sentada à beira do Rio
Chorando com sua tristeza
As suas lágrimas a se misturar com o Rio .
E passado alguns meses
Sua barriga cresceu
Sua mãe toda assustada
Menina, que sucedeu?
A menina entre lágrimas
contou que certa noitinha
Às margens do Rio Madeira
Viu um jovem encantador
Que chegou não sabe de onde
Com terno branco e chapéu
Que tomou a sua mão
E a levou para o céu.
E depois, sem se dar conta
olhou e não mais o viu
Só encontrou seu chapéu
Boiando dentro do Rio.
E esta história rodou
Por todo o seringal
E todo o povo ajudou
A pobre moça, afinal.
E foi passando os dias
Com Rosinha a suspirar
Se perguntando se um dia
Seu amor iria voltar.
E naquela noite clara
Quando a lua cheia apareceu
Em meio os gritos de Rosinha
O filho do Boto nasceu.
E por vários seringais
Que ficam às margens do Rio
Existem filhos do Boto
garboso...moço bonito.
Que em noite de lua cheia
Vem com seu terno branco
Com chapéu de abas na testa
Conquistar moça bonita.
............... .///. ..................
# a história por trás da história #
Existe na região Norte a lenda do Boto cor de Rosa que diz que em noite de lua cheia o Boto sai das águas do Rio Madeira e se transforma em um belo e sedutor rapaz vestido com terno branco.
Ele usa o chapéu na testa para disfarçar seu nariz grande.
O boto-rapaz dança muito bem e conquista as mulheres ribeirinhas... sempre depois da aparição do Boto, nasce uma criança sem pai, denominada "filho do boto".
Sabemos que toda lenda tem um fundo histórico. Acredita-se que a crença no boto cor de Rosa e seu poder de sedução surgiu para proteger as mulheres que, na época dos seringais - comunidades pequenas e afastadas das cidades, ás margens do Rio Madeira tinham filhos sem pais declarados.
Quando uma jovem tinha um filho do Boto, a comunidade acolhia e ajudava com mimos e cuidados na ocasião do nascimento da criança.
Os filhos do Boto são crianças bonitas e que amam o Rio Madeira.
Elaine Márcia.
Foto: Google
Música: Chorinho pro miudinho - Nilopolitano - Dominguinhos - Iluminado
Ah! Meu amor, meu amado
Vem! Toma-me em seus braços
leva-me contigo a bailar
Conduz-me no ritmo do tango
Só nós dois, a luz do luar!
Ah! Dancemos! Dancemos!
Num só ritmo de par em par
Flutuarei em seus braços
Vem! Tira-me para dançar!
Ah! Que não se finde a noite!
Não antes do meu amor retornar
Esta noite será só nossa
Eu a reservei para te amar.
Dança comigo até o sol raiar.
Elaine
Se eu pudesse mostrar para você como estou...Se eu pudesse te fazer sentir o perfume do corpo meu...Não me refiro ao perfume roubado da rosa, e sim daquele que emana dos meus poros, do meu jardim .. hormônios ... feromônios...Ah! Se eu pudesse te fazer sentir...Turbilhões de emoções... de sensações. ..Se eu pudesse te fazer provar...Um pouco... só um pouco... da mistura dos sabores meus...Se eu pudesse ... Ah! Se eu pudesse...Saciaria os seus anseios... te deixaria em devaneios. .. extasiado, louco, alucinado... viciado mesmo em mim...Querendo testar seus sentidos, seu tato ...olfato e paladar... sempre atento a escutar o meu clamor...
meu chamar... Se eu pudesse te mostrar como meu corpo te busca...Se eu pudesse... se você soubesse... Ah! Se você soubesse...
Mas, você não sabe do meu querer... do meu sofrer... do meu clamar... não sabe desta minha sede... a sede louca de te amar.
https://www.youtube.com/watch?v=sIWlnnrREZg
Quando olho em seus olhos
E declaro meu amor
Eu desejo que me ame
seja onde quer que for
Que me ame para sempre
Ontem, hoje e amanhã
Mas o ontem já se foi
E o amanhã ainda não chegou
Então meu desejo é singelo
Ama-me hoje, só por hoje,
Pois, é no hoje que existo
Meu amor!
Elaine Márcia.
........................////...........................
Registro aqui a integração mais que bela das queridas poetizas Nives Merino e Edith Lobato.
Obrigada meninas!
Ficou show!
: )
..........................///.....................
Só por hoje
Um dia de amor... Um hoje que pode ser uma eternidade, quando o sumum da eternidade fica nesse hoje.
Nieves Merino – 03/06
..............///...............
Irresistível
Quando vejo este sorriso,
estampado em tua face.
Ah meu Deus eu perco o siso,
Sou eu mesma, sem disfarce.
O meu sangue fica intenso,
de vermelho a mais vermelho,
O meu ser, então, suspenso,
se interroga para o espelho.
Nossos olhos se encontram,
corações enternecidos.
Emoções nos arrebatam,
alma, corpo e os sentidos.
Edith Lobato - 03/06/16
Eu ja fui adolescente
Já usei mine saia
E top com barriguinha de fora
Ainda hoje uso decotão
E porque não?
E por acaso minha roupa
Me desmoralisa?
E por acaso te diz
Que não deve me respeitar?
Por quê?
Qual a sua justificativa
Para se achar no direito
De me desmoralizar?
Acha mesmo que você pode
Tocar o meu corpo sem permissão?
E abusar de minha fragilidade
Mesmo quando digo NÃO? !
Onde estão todos aqueles
Que deveriam proteger?
Onde está a sociedade
Que finge que nada vê?
Meu corpo, jogado no chão
Humilhado e ultrajado
Imundo pelo toque insano
De seus corpos e de suas mãos
E você que justifica
E você que busca, se excita
Es cúmplice desta ação
Maldita ação! Maldita ação!
Em pleno seculo XXI
Vivemos em lugar nenhum
Com este machismo do cão
Maldito ladrão!
Que rouba a dignidade
Que rouba a paz, de verdade
Se acha "dono da razão"
E justifica sua conduta
A vítima se torna a dona da culpa
A vítima se torna a causadora
De toda situação
Como assim, meu irmão?
Somente por ser mulher?
Somente por se aceitar?
Somente por dizer NÃO
A um desgraçado qualquer?
E o que fazer com os lunáticos
Que se intitulam "machoēs"
E que enxergam a mulher
Somente como pano de chão?
Registro o meu repúdio
E a minha indignação
Esses homens... homens?
Não merecem serem chamados de animais
Seria um insulto aos animais!
E vocês, autoridades
Da nossa "Pátria Varonil"
Vão fazer o quê?
Fingir que nada vê?
Deixar o povo esquecer?
Esquecer?!
Esquecer...
Não vamos esquecer!!!!
* Adolescente brutalmente estuprada por seu ex e mais vinte e nove homens. Homens? Foram trinta alienados.
TRINTAAAA!!!!!
E como não chorar por ti, Luara... e como não chorar?
...
#vitimanaoeculpada #pelofimdoestupro #mulheresaluta #pelofimdaviolenciacontramulher #pelorespeitoavontadedamulher
Elaine Márcia - sou mulher e estou machucada na alma.
Hoje estava relendo meus escritos e de repente, quando termino a leitura deste texto,
percebi que o escrevi a exatamente um ano atrás!
Em homenagem a coincidência resolveu compartilhá-lo com vocês.
Se já tiver postado ele por aqui, relevem!
Loucura
Eu não sei o que aconteceu comigo hoje... estou chorona.
Não, não é a TPM.
Ou será que é? Talvez eu esteja com TPM da vida! Talvez...
Ou talvez eu esteja simplesmente em um fatídico dia de tristeza...
Tristeza acumulada dos acontecimentos acumulados da vida... credo, quanta acumulação!
E alguém chega, de repente, e pergunta – “como estas?”
E digo com um sorriso - estou bem.
Mesmo que por dentro esteja despedaçada... “estou bem”...
Não me permito o contrário.
“Estou bem”.
Bem porra nenhuma!
Meu peito está apertado, minha cabeça quer colo...
Bem porra nenhuma!
Eu sou normal?
O que é ser normal neste mundo tão desigual?
Que se dane a normalidade!
Vou quebrar os protocolos, as etiquetas...
Vou mandar a tristeza pra puta que a pariu!
Aff! O que é que a puta tem a ver com isso, afinal?
Perdoe-me puta.
Que se dane a tristeza assim mesmo.
Credo! O que é isso?
Vou tomar um banho frio e jogar fora esta coisa que não combina comigo.
Definitivamente não combina.
Descobri afinal que não sou louca, apenas faço das palavras o meu próprio divã.
Ou será que sou louca e não descobri ainda? Afinal dizem que “de médico e de louco todo mundo tem um pouco”...
Sei lá!
Só sei que o aperto no peito e a tristeza foram embora enquanto eu digitava estas palavras...
Uffa!
Loucura boa, afinal!
Elaine
13/05/2015.
O medo é um tapa na cara
o medo é um cisco no zói
o medo é ferida que sangra
é um câncer que nos corrói
O medo não vem de fora
o medo esta dentro de nós
o medo nos apavora
é o bicho-papão em nós
O medo assombra a alma
o medo faz o coração doer
o medo acaba com a calma
tira toda a paz do viver
O medo... do escuro!
o medo... da solidão!
o medo... do desconhecido!
O medo... pura ilusão?
Elaine
Quando eu voltar para casa
vou jogar fora a minha dor
vou espantar a tristeza
e te entregar meu amor
Quando eu voltar para casa
vou te mostrar meu tempero
vou armar a rede no salgueiro
e te mostrar quem eu sou
Quando eu voltar para casa
vou abrir todas as janelas
vou deixar o sol entrar
e te jogar no tapete, depois te amar
Quando eu voltar para casa
vou espantar a solidão
vou derrubar todas as grades
e ser feliz... e te fazer feliz de verdade!
Elaine