Posts de Alexandre Montalvan (609)

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Exaltação

Ao sol que morre e se faz ausente,
abre-se as portas para a liquidez do anoitecer,
diluindo-se nas sombras da noite,
e leva com ele um sonho,
porque o sol se deixou morrer.

Fere, noite, as luzes à alma latente,
pois só a carne venceu todas as barreiras
e comeu a terra como fosse um penitente,
e a lua uma testemunha derradeira
de um corpo que, sem alma, vagueia.

O nada estendido no leito é um corpo sem a sua guarda,
imerso num profano de raios de uma tempestade,
neste corpo que perdeu sua imanência parda,
que de um inteiro só resta a sua metade,
pois foi ceifado na essência inapreensível do ser.

Os desejos nascem do fogo e não das cinzas,
neste pulsar galopante em suas veias,
nos preconceitos estão contidos todos os defeitos,
e as verdades são nítidas e concisas,
alvas, com os dois pés enterrados nas areias.

Alexandre Montalvan

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Há quem faça versos tão lindos
Que eles aquecem o coração da gente,
Até te pegas sorrindo,
Emocionando-se, mesmo sendo um pouco intransigente.

Há quem
Faça versos como quem constrói castelos,
Apenas com delicadas palavras,
Mas que são de um sentir tão belo,
Que logo nos espantam, deliciados e boquiabertos,
No florir de lindos versos,
Perpetuados pelas mãos
Destes poetas.

É este sentir que traz a tantas mentes.
Porque tamanha controvérsia?
Há este amor pelas palavras, há paixão por uma amada,
Dor de uma partida, alegria por uma chegada,
Até uma dolorida insônia
No início de uma longa madrugada.

Respeito
É uma das respostas
Pelo sentimento daquilo que é alheio.
Se não gostas, não importa.
Não será o último nem o primeiro.
Se houver um pouco de amor no coração,
Te fará um ser humano
Mais completo, mais inteiro...

Alexandre Montalvan

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Todos Meus Eus

Há de tudo nestes dias de dor intensa:
Solidão das flores, e suas descrenças.
Sonhos sobre ventos de amarga preguiça
Que me encharcam destes dias sem a ciência.

Dias em que a penumbra prevalece num coração doido,
E acontecem as dores de um parto prematuro,
Em olhares que olham de cima de um muro,
Entristecidos de musgo pouco colorido.

Desfolham-se todas as árvores da vida,
Que, de um jardim florido e denso,
Tombam-se em rarefeitos fragmentos
E tornam a vida completamente perdida.

Sinto-me queimado por fogueiras.
Vivo cercado por este horrível suspense.
O mundo é feito de coisas passageiras,
Mas sei que nada neste mundo me pertence.

Alexandre Montalvan

 

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Andorinha

Vai voar minha andorinha?
Vai ceifar os mares, beber outros ares?
Eu vou ficar aqui!

Saudades !

Vou olhar o céu
Com meu coração
Procurar por ti

Saudades !

Voa lindo, minha vida
Siga teu destino, me deixe sozinho
Vou ficar aqui

Saudades !

Vou fechar meus olhos
Transmitir ao vento
Todo o meu lamento
Por te ver partir

Saudades !

Voe livre, minha querida
Sentirei saudades
Saiba, é verdade
Vou sofrer aqui

Alexandre Montalvan

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Flui como um rio

O que há entre o tudo e o nada?
Sendo estes a exata dimensão
dos opostos...

E por que me afeta esta percepção divergente
entre a aurora e seu poente?

Quando surge um céu roxo no firmamento
ao final do mês de agosto.

Que eliminara as flores da primavera,
e tambem as cores não florescerão no amanhã.
Há fumaça em todos os cantos da terra
e todas as verdades esquecidas na caixa de spam.

Pensei que, na altura de um sonho,
a luz inflamaria a poesia,
a angústia esmoreceria ao término do outono,
e a falsa esperança de que a primavera me sorriria.

A liquidez deste meu sonho
as águas azuis, o diluiu,
perdendo-se nas sombras do anoitecer.
Nem as lágrimas a meus olhos eu imponho,
porém fluem como se elas fossem rio.

Alexandre Montalvan

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Deselegante

Suave como a folha seca que cai,
sublime como o nascimento de uma vida.
Terrível como o último suspiro,
a angústia, a procura, a fuga que atrai
somente uma vida perdida.

No inevitável fim que se aproxima,
em meio ao vazio que se sente,
a luta desesperada em buscar
voltar a ser sempre semente,
tentar, talvez, outras formas de amar.
Um vazio intenso invade.

Viver em outras vidas,
sentir o pensamento desesperadamente,
sentir o desconhecido, a procura das coisas perdidas,
amar eternamente
uma alma fria e doentia.

Por que tanto egoísmo? Por que tanta cobrança?
Por que se exige tanto, quando tudo serão apenas lembranças
e um coração solitário?
Não ser o que esperam, não ter nada para dar,
ser apenas essência, um doce perfume no ar.

Somente uma febre, um homem ajoelhado a um altar
em uma noite escura e fria.
Quantos erros, quantas loucuras,
quantos conflitantes sentimentos.

Uma viagem alucinante entre o sol e a lua,
enfeitando os sonhos com mil flores,
mas sentindo a alma nua
por apenas alguns momentos
em um mundo de horrores.

Caminhando no sentido contrário, o lamento:
louco, tolo, inconsequente, distante.
Não!
Apenas ser deselegante.

Alexandre Montalvan

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Poema Rebelde

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Nenhuma palavra basta,
nem fato que seja primoroso,
nesta tua boca acidulamente casta,
o belo, no caso, tem algo de miraculoso.

E não há cura para esta dor,
que deriva deste amor que enraíza
nas profundezas do meu corpo e enfatiza
estes lábios vermelhos, uma flor
que me enlouquece por inteiro.

Que sentir é este que me afasta?
Rosas vermelhas que nem tocar ouso,
e não ouso porque esta paixão madrasta
bota-me de quatro, como um cão medroso.

Vou sair desta sina, seja como for,
pois na vida é melhor curtir a brisa,
olhando a lua na proa do meu veleiro,
na penumbra, e depois comer uma bela pizza.
Com os olhos vermelhos, meu amor,
apago a guimba no meio do cinzeiro.

Alexandre Montalvan

 

 

 

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Nua Branca Lua

Em um chão de pedras ásperas e rugosas,
Sob um céu de milhares de brancas luas,
Voam pássaros de botões de lindas rosas,
E aos meus olhos, você, somente você... nua.

Essas frases que explodem nos meus sonhos,
Nos meus ais que se perdem de amor por ela.
Mas por ela peco e me envergonho,
E então componho nua e branca lua em aquarela.

Entre as nuvens, dançamos sobre a cidade,
Em rumos incertos, nos ecos dos nossos pensamentos.
Nos pedaços do sentir, por toda a eternidade,
Orquestrados pelas sinfonias dos ventos.

Valha-me ao tato, tudo desliza entre os meus dedos,
Indecifrável é esta armadilha.
Meu coração é todo feito de tantos medos;
Brancas são as flores em teus cabelos,
De inigualável maravilha...
Nua, branca lua... terrivelmente fria.

Alexandre Montalvan

 

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AbStRaÇõEs

Mais difícil
do que falar é ouvir
talvez calar seja fácil
e, para não ouvir, partir.

Na estação do metrô Sé,
quantas caras desconhecidas?
Cresce minha angústia já sabida.
Se não se quer ouvir ou falar, melhor ter fé,
talvez Drummond dissesse "E agora, José?".
Era um mar de ondas carnais, sem direção.
Deixo-me levar, esquecendo a aflição,
tantas calças, vestidos e sapatos.
Eram flashes de um retrato, preto e branco,
sem vida, cor ou um destino imediato,
era pura abstração.

Partir bem que deveria ser fácil,
mas não é assim.
Enfim, partir para onde?
Como é difícil chegar às estrelas!
A inutilidade da minha existência...
Na janela, apenas sombras de sujas paredes,
nem árvores, bosques, nada nem ninguém.
Por todos os lados, seres animados
digitando ferozmente,
mãos, cabeças, braços,
em um mundo virtual.

Quem sabe estou apenas em um sonho,
alguém bateu na minha cabeça, pancada forte,
faz-me delirar.
Estarei talvez no limiar entre a vida e a morte,
apenas um olho na minha cabeça,
vê um horizonte de alheamento,
como um cortejo que segue para me enterrar.
Meu Deus, como é difícil ter de partir!
Desvincular-me da realidade e me perder em abstrações.

Finalmente eu vi a aproximação da Luz,
será que ainda haveria tempo?
Quantos nomes, quantos devaneios e anseios,
tudo para acabar assim,
deste jeito, esquecido, sem nenhum conhecido.
Se pelo menos, como Jesus,
eu fosse sacrificado na cruz...
Claro,
não teria a mesma importância ou história,
mas ficaria na memória.
E, por um tempo, quem sabe,
ainda alguém diria:
Olha lá! Teve uma morte linda.

Mas não, apenas mais um desconhecido
em meio à multidão... inútil.
Fugindo para não ouvir nem falar,
tendo de partir para não ficar,
procurando no real, espaço para abstrações,
isolando toda a concretude dos elementos.
Por isso, então, não lamento,
mas o inferno está cheio de boas intenções.

Não sei como cheguei na rua, não na lua
como pensei que queria.
Não havia um céu estrelado, nem anjos,
nem ninfas, sátiros ou arcanjos.
Havia um enorme carro branco,
caras agora conhecidas, pois
eram brancas como cera.
Vestiram-me uma camisa
mal feita por alguma costureira
que me impedia de pensar,
de ouvir ou de falar.
Enfim, fácil ou difícil,
me levaram foi para o hospício.

Que coisa, não!

Alexandre Montalvan

 

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Um Louco Partido em Partes

Eu sei que todo o preto é branco,
e a aquarela se dilui no espaço
que termina no barranco.
Todo o plano que faço
é para que eu possa encostar e descansar.
E todo o caos é argumento
para que eu possa, então... falar.

Sei lá.
E todo louco é lúcido,
porque, se não for, melhor me internar.

Por isso, só me deseja
quem não me conhece.
Ninguém sabe
como a aranha tece
a podridão
que em mim existe,
a desolação que me assola.

Escuta o que te digo:
não se esconda em um abrigo,
não ponha a mão
no corrimão desta escada.

E, na sacada,
escuta o que te digo:
não olhe para o chão,
tome um último trago
no bar da imaginação.

Se estatele na beira do sofá,
não quero teu afago.
O que tiver de ser, será.

Sou um mal sem tamanho,
não faças de mim um lago,
não sou parte de um rebanho
em um murmúrio vago
em uma noite anômala.

Sou um ser estranho
que se veste e se joga na lama.
E meus dedos estão frios como um rio.
Teus seios olham para o céu,
eu fico sem jeito,
olhando teu seio macio,
e escondo meu olhar com meu chapéu.

Eu sei que todo o azul
é luz,
e o verde é terra.
Sei que a vida se encerra,
e toda morte é amarela.
A palidez é cor,
e o amor é tudo.

Todo ódio é puro,
e eu sou um porre sem jeito.
A perda de tempo
é como fermento,
que incha, intumesce o peito,
explode e morre.

Alexandre Montalvan

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Mácula da Alma

Tudo em mim é tão falho
Que meus atos são como um parto
Quando sozinho, no meu quarto,
Sinto-me um pássaro caído do galho

Qual é o Deus que me protege e guarda?
Aquele que me serve de agasalho?
Ou aquele que me acovarda,
Que me faz viver a vida a buscar atalho?

Só eu posso pensar por mim, mas sou mudo,
Pois ao me expressar, eu me embaralho,
Palavras são a minha perdição, eu não me iludo,
Somente silêncios são o que espalho

O que é a vida senão pecados,
Sem sentido em seus muitos fatos?
Hoje sei, entre mágoas, desencantei,
Como um ensanguentado e enegrecido talho.

Alexandre Montalvan

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Razões Humanas

Tudo é possível quando se ama,
são razões humanas para o querer.
É a morte em seu sentido racional,
e lágrimas de dor este ser derrama.

Ao pensar que deciframos o drama,
que o erro dos outros nos faz sem igual,
sem refletir, toda decisão vira lama,
e te afoga ao penar sozinha na tua cama.

Tudo, na verdade, é um desatino,
que somente cresce no sentir da correnteza.
A morte está na lápide do destino,
a vida é complexa, com certeza.

Mas pode ser simples também,
quando laços de afetividade semeiam flor.
Plantar o bem sem olhar a quem,
formando um gigantesco lago de amor.

Alexandre Montalvan



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A Leveza do Vento

Não é a rosa que exala,
São tuas mãos que me perfumam,
É como o vento que abala
O balouçar de uma pluma.
 
És o silêncio que antecede a tempestade,
A luz que brilha nas estrelas,
O crepitar do fogo que arde,
As mãos, e o pior, o meu medo de perdê-la.
 
Faz-me esquecer a fala
Quando nossas mãos se unem,
Até o vento se cala,
Eu me embriago ao sentir o teu perfume.
 
A sinfonia do vento torna tua alma leve,
As tuas asas afagam o meu coração,
Traz a mim a felicidade e me leva,
Leve como o vento, faz-me sair do chão.
 
Alexandre Montalvan
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Sem Razão para Chorar

A maciez de teus lábios
eterniza-se em minha mente,
escorrendo como pétalas de flores
em desejos indecentes
de beijá-los docemente.

Em teus olhos, um brilho frio,
nas íris de luzes incandescentes,
corre como um rio
de águas douradas, e me torna dependente

deste amor de sonhos e pesadelos,
lampejos de estrelas e pirilampos.
Ai, Deus! Em agonia, puxo meus cabelos,
nas ilusões que carrego e nos espantos.

A palavra que me cabe cai por terra,
a essência natural é o tema do poema,
e todos os meus "eus" neste tema encerram,
enquanto bato a cabeça, extremo dilema,
nesta alienação imaginária, meu maior problema.

Escrevo entre palavras, algumas expostas,
outras veladas, suspeito que por trás
das linhas, verdades foram destruídas,
ou destiladas.
Apaguei uma luz, matei um amor, um sonho,
uma dor que senti ao amar...
E no depois, nada há.
Então, amore mio, não existe razão
para chorar.

Alexandre Montalvan

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Silêncio em teu Olhar

Um brilho cálido onde havia a verdade nua,
De carnes rosadas e macias.
Mulher-menina que anda pela rua,
Com uma rosa vermelha nos cabelos
E o olhar desatento,
Poesia erótica, como quem voa nas asas dos ventos.

Nas tuas margens, há o teu silêncio,
Que se nega à passagem do tempo.
Penso no imponente brilhar do sol,
Onde manhãs esplêndidas em ti se escondem.

Hoje te foge um céu de mar,
Enquanto pedaços de flocos brancos
E pequenas gotas de chuva
Umedecem o brilho do teu olhar.

Um olhar apaixonado, enquanto eu
Me mantenho calado,
Envelhecendo em teu lugar.


Alexandre Montalvan

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Havia um Amor

Havia uma luz em busca de um ser,
E também uma história.
E se fosse um ser, também poderia ver,
E viver e ter uma memória.

Havia um céu repleto de luz,
E também um sol.
Mas palavra nenhuma traduz
O doce cantar do rouxinol.

Havia o tempo que era passado,
Mas o presente se vivia,
No amor e no ser amado,
E a história era só poesia.

Havia uma rosa vermelha,
E também uma rosa amarela,
E a luz, tão linda centelha,
E o odor era de cravo e canela.

E havia no céu teu olhar sobre o meu,
E também um segredo.
E as poesias de Orfeu
Que profetizavam o nosso enredo:

Que no céu nasceria um amor,
Os meus lábios beijando os teus,
Uma flor jogada ao léu,
E uma dor...
Pois haverá... a hora do adeus...

Alexandre Montalvan

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Ó Rara Beleza

Ó rara beleza que o mundo encerra,
De corpos e almas que juntos se unem,
Nas veias do tempo correndo a terra,
Embalados por amores que os perfumem.

Os olhos que fitavam a luz do dia,
Brilhavam em um misto de cores,
Eram lindas janelas da alma que luziam,
Que procuravam em vão a paz e amores.

As vozes que clamavam no ar silente,
Eram ecos das dores que a vida encobre,
E os corações que sofrem tão presentes,
São marcas do amor, um sentir tão nobre.

Assim caminhávamos nesta vida tão pequena,
Buscando um sentido que nos dê alegria,
E no fim, quando a noite se fizer estrelada e plena,
Seremos só lembranças do que fomos um dia.

Alexandre Montalvan

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Todas as Poesias

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Todos os poemas são de amor, afinal,
são palavras da sensibilidade humana,
quer escreva bem ou escreva mal.

Somente quem ama expressa sentimentos em poesia,
existe amor até no irracional mundo animal.
Quem nunca se admirou vendo um cão
aguardando feliz a chegada do seu dono,
ou um gatinho ronronando entre
as pernas do seu tutor?
Isso também é amor.

Ou então, quando um leão sai de seu trono
ao ver o seu antigo tratador e amigo,
ele corre feliz e o abraça,
e não o devora por um triz.
Vai ver que talvez o leão o tenha esquecido.

Bom! Todos os poemas são de amor,
e mesmo que não sejam,
não me importo.
Como a maioria, eu não me comporto.
Pois, quando se trata de poesia, minha senhora...
meu senhor,
todas as poesias são de Amor.

Alexandre Montalvan

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Para Beijar!

Onde encontraram os devaneios
em que mar de ventos alados?
Ventos que te fazem a mais bonita,
devaneios que me fazem apaixonado.

Onde enterraste os teus mistérios,
em terras distantes e escuras?
Mistérios que refletem teu amor,
em teus olhos repletos de ternura.

Como não amar essa magia
que enfeitiça, que atrai e encanta?
Tem a pureza do sorriso da criança,
tem a virtude, a alegria e a bonança.

Como não beber do teu veneno cor de âmbar,
em cálices de cristais de ametista,
esculpidos pelas alvas mãos do artista,
ou em teus lábios que foram feitos
para beijar.

Alexandre Montalvan

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Como um Rio

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Como um Rio

Como um rio que vai fluindo,
Águas ora claras, ora turvas,
Mas um rio que não faz curvas;
Para baixo ele sempre vai caindo.

Não tem margens, pois é livre
Quando escreve suas tolas poesias,
Pois sabe que não há  lei que proíbe
A um louco fugir da psiquiatria.

É um espelho que não reflete nada,
Quando pensa, é somente água estagnada,
Mas é o olho do tufão que nos assusta
E nos faz andar com uma saia justa.

O que escrevo, ele diz: "Não apago,
Pois nunca fui coelho assustado,
E não fico em cima do muro.
Do prato que tu comes sou a sobra,
Inofensivo e puro? Isto não te asseguro,
Porque eu sou a cobra que te morde e assopra!"

Alexandre Montalvan

 

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CPP