Posts de Diego Tomasco (300)

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O desenho e a pintura

Te amo igual, e jamais imitei a mim mesmo, como posso entender que chove em meu coração, 

Te amo igual, parece que vivo cortando frases e desenhando lembranças cheias de teias de aranhas pois o tempo não volta mais,

Te amo igual, mais melhor sair e caminhar pois já fumei demais, desenterrando histórias que nem começaram e são  cheias de sonhos e desejos com murmúrios e gritos, e a irremediável saudade impetuosa que lembra a possibilidade de entender o que não quero entender.

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A origem das borboletas

A eminência da tua chegada anuncia a primavera,

O polem disperso no ar possue o aroma das frutas e das flores , o jardim tem cores e madeiras,

Contemplo o lírio e sinto o ar,

E nos casulos a origem das borboletas,

Não tenho urgências nem lar,

Pois tudo revela uma realidade completa...

Diego Tomasco.

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Xadrez

O xadrez e um jogo silencioso e premeditado, quasse uma guerra adormecida, por cada instante troco mais uma mentira, 

Ramificações infinitas no tabuleiro da vida, cada palavra e uma lágrima, uma vigília, tenho planos para entender o caos e criar o frescor que enobrece a alma,

Senhor do meu caminho ando ferrenho nesses desenganos, e observo o ódio humano decifrando o tempo plural que é como um eco surdo de esquecimento nesse subúrbio precário e velho cheio de arrependimentos.

 

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Holograma

Quem pode me explicar porque as palavras naufragam com a chuva, e morrem no silêncio desse amor desterrado, assim como a solidão é uma cela que pousa na sombra,

Quem sabe dessas vidas sedentas por sonhos movendo se numa realidade de holograma inventada, a doçura polvilhada em rosas dorme ensolarada e suave, 

Quem procura a vingança quer fugir da profundidade e da verdade que dorme abraçada num punhado de ossos,  

Quem pode escapar das razões que carregam o mistério escondido nessa imensidão de estrelas e cores, o fundo estrelado e as multidões, 

O amor e seus sabores, 

Com o suave perfume da alma das flores...

Diego Tomasco 

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Como foi meu fim

Vagamente lembro onde estou, todas ou nenhuma das opções que tive escolhi, no melhor do meu percurso várias possibilidades tive de ser feliz, mais os instantes invariávelmente trazem desafíos e é tão sutil o fôlego da vida quanto suas paisagens e suas sombras.

Ficar idealizando cenas e vários momentos de conversas significa misturar ilusões com esse destino indefinido, realidades, afinidades e alguns pontos de partida não se podem renegar a um segundo plano.

Pois bem, abrir a gaiola não significa que o pássaro queira a liberdade, talvez ele goste de estar alí, o jogo nem sempre é perceptível, os egoísmos e a bondade podem ser um paradoxo , como a escolha do pescador entre a rede e o anzol , o primeiro traz quantidade mais termina com tudo depois, o segundo não traz fartura mais deixa a esperança de um dia melhor, 

O aqui e o agora já não importam mais, sou como o desfecho de um poema tragicômico, como a agonia de uma apneia sem retorno, na profundidade de um velho naufrágio sou como um universo feito de Instantes, 

Transparente corpo brilhante,

Feito de sombras e luzes,

Cavalgando na loucura que aprisiona o resplendor,

Libertando o vento,

Perseguindo o amor...

 

Está prosa e dedicada a um amigo que morreu devido a um câncer pulmonar.

 

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Combate

 "Não há nada de novo aínda somos iguais"

Morrerei em combate sem reza e sem oração as normas secretas e rígidas enchem os sonhos de sombras, por trás da noite cinzenta se escondem os espelhos e os quartos esperando esse amor em vão,

Há entre as memórias já cansadas de ir e voltar um rumor de multidão morando no espaço e no tempo, já não tenho balas pra matar o tédio, 

Desenho promessas mudas, despidas de sentimentos encapsulados que brilham no vazio de um baú ou de um carro velho sucateado, estou ao meu lado construindo edificios com velhas colunas feitas de amor impossível,

Morrerei em combate, com minha armadura reluzente vencendo lembranças e recolhendo os últimos despojos de instantes e beijos nesse interminável rio da vida.

 

 

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O alquimista

E sobre os que ainda mostram o rosto, que tem a escuridão solitária e a poesia dos sonhos, 

E tem os olhos que enfeitiçam essa maravilha de incêndio que suscita o amor,

E sobre o alquimista que transforma o tempo em luxuria cinzas e segredos, sobre os destituídos que se erguem da opressão numa liberdade subterrânea,

E sobre o mistério que procura a confirmação, e será outra vez praia deserta de neurose e dor, o invisível se perde na névoa incipiente do mundo e vacila de êxtase e espanto,

E sobre o que ignoras e mesmo assim abraças, nessa fascinação de mistério e de uma  eternidade de contradições...

 

 

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Mandrágora

Prefiro ser sincero com você, esse monte de segredos não levam a lugar nenhum, ainda quero meus velhos prazeres e os sentidos são famintos e persistem na loucura esbranquiçada dos ossos,

A vergonha herética treme na fogueira sem glória, ainda contemplo o vale da vida com seu sabor de mandrágora, e me deslumbram esses pássaros sedentos de árvores e jardins,

Prefiro o choro que posso suportar ao amor pelas coisas perdidas, tenho medo desses passos silenciosos que trazem o desespero longo do tempo, a via láctea desintegra sem respostas nesse preâmbulo vazio que forma o limbo,

Posso conjurar meu universo perdido e procurar a árvore cósmica da vida ,renascendo andrógino dentre as flores.

 

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Quietude

Uma ilusão goteja úmida na manhã grave , as folhas de eucalipto soltam seu aroma no frio, esse vento de junho limpo e fino entra na alma,

Dias remotos e calçadas desertas recolhem incertezas em cada esquina , na solidão também há beleza, lembranças de quietude melancólica banham pequenos sonhos com suas dores,

Tocar o irreal e um desafio de magia, a terra o açúcar e o sal são a eternidade  nesse mar sem repouso, um punhado de pingos de chuva , com esse convite de estrelas ardentes,.

O pátio sem cachorro,

Essa cadeira vazia,

A monotonía da espera,

Antes mesmo da partida...

 

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A escravidão das baratas

Nada é mas impuro do que rastejar sobre o silêncio, gestos e tristezas, o tempo tem um zumbido útil e funcional abrindo caminho nesses labirintos mentais,

Precisamos palavras patios e camas, para encontrar sentidos onde nada mais tem sentido, o melhor exemplo é a impossibilidade de o amanhã ser outro dia diferente neste oceano que molda perfeitamente esse padrão que mora latente na fragilidade da vida,

Somos baratas não desejadas e sentenciadas ao  fracasso esquecido da existência.

 

 

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Poema aleatório

 Não esqueci o jardim primitivo e as imagens são de trinta anos atrás, não conheço nem quero esse tempo esquecido nem ver inimigos de vidro esperando pra me alcançar,

O varal cheio de roupas balança ao sabor do ar, somos altos para enxergar o que não vemos ,

E também ouvimos com os olhos...

 

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Elemental

Voei incrivelmente voei, sobre nuvens e silencios, e a tristeza dos teus gestos, 

Lancei me ao ar nessa suprema solidão ávido de desejos impostergaveis, saltei no espaço sereno e noturno deixando memórias e versos enferrujados para trás,

Voei incrivelmente voei por sobre a vida e a morte, driblando hipótesis e vacilos inúteis, flutuando na superfície úmida do ar, nessa noite de vigílias esplêndidas e desafíos, 

Voei para um lugar de jardins imaginários e biología elemental, sou um pequeno escândalo cheio de vida , 

Sou a literatura sem sentido,

Sou a voz do amor no teu ouvido...

Diego Tomasco 

 

 

 

 

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Viajante do tempo

Antes do depois daquela febre vestida de azul um pálido adeus e e uma vida perigosa, o fim e o abandono são esse mel  amargo e sem retorno,

Fecho os olhos e tudo é outono, folhas secas que caem dessa árvore sem dono,

Cheguei agora e sou um estranho cheio de diários amarelos e um gravador,

Não sou mais daqui,

Pertenço ao passado...

 

 

 

 

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Instantes

 

Me perco nesses abraços,
De alegria é amores,
Com odios contidos ,
E alguns dissabores,

Há Instantes que perduram,
Na vida dura da lida diária,
Nessa batalha interior,
Nessa dor originária,

O amor vem de graça,
Com amantes que se abraçam,
Com certeza de esperanças,
Com perdões e mudanças...

Diego Tomasco 

 

 

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QUE REI SOU EU

 Vou sonhar que não estou sendo forçado a ser rei, rei do que afinal, talvez de alguns tolos que ainda acreditam numa nobreza frívola , superflua e calculista.

A vista pro lado norte do castelo da pro mar, esse mar que nunca naveguei, que trouxe tantas riquezas, tantas culturas, tantos escravos tanta dor, tanto invasor pretendendo atravessar as muralhas de um reino de incertezas.

Também sou escravo, escravo de mim mesmo e desta nobreza decrépita, cheia de opulência e podridão escondida nas entrelinhas da luxúria e da ganância e que vivem às custas de um reino decadente, serpentes reluzentes num mar de confusão e maldades.

O reino se estende muito além do horizonte, 

Quantos reis como eu desconhecem o seu reino??

É inaceitável amar, uma fraqueza que pode me destruir, mais isso é um tormento somente para uns poucos , não amar de verdade pode extinguir a chama da vida , mais permite a frieza e o cálculo necessários para eliminar sentimentos e desconfiar de tudo e de todos.

Não se reina sem inimigos intimos , sem hipocrisia e malevolência, foi o que me ensinaram, é como ser envenenado devagarinho pela mente e pela alma, o poder vicia mais corrompe o coração.

Que rei sou eu afinal que desconhece sua natureza?? Aprender a não amar pode ser um sofrimento insuportável muito aquém das minhas forças, a fraqueza e perigosa e no meu caso pode ser mortal.

Da torre mais alta ainda escuto as águas batendo nas rochas lá embaixo, a sutileza da brisa é um bálsamo reconfortante, saber que o jogo é de cartas marcadas já não me preocupa porque sei que pra sobreviver tenho que carregar uma mochila de mentiras e vaidades.

Amanhã subirei ao trono como numa condenação fatal, selando meu destino e dando as bem-vindas aos meus inimigos que estão ávidos por vantagens de poder e riquezas , terrritorios que se anexam ao reino e promessas de guerra.

Que rei sou eu se não uma fábula mal contada, num teatro onde sou a maior marionete, mesmo sendo quem controla as cordas...

Diego Tomasco.

 

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Tango de gravador

Já usei memórias para guardar algumas lágrimas, e outras memórias se perderam com tantas mudanças, parei de abrir as cartas e prometo que nunca te esperei,

Agora sou um estranho dançando um tango de gravador, moro dentro de mim onde não tenho espelhos , onde não á nenhum souvenir, 

Já fui filho da esperança onde o tempo acabou ,

Já conheci o destino dessa última dor...

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O acordo

Conheço a cidade, seus tipos de bares suas mentiras e suas verdades, olho as luzes que passam por prazas e ruas que acabo de atravessar, 

Nasce uma flor, nasce o sol e não podemos esquecer que a liberdade está dentro do coração, mais nossa mente também pode ser uma prisão , 

Prometo que chegaremos num acordo, 

Estou aprendendo a viver...

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Lua de ámbar

Nascemos e lentamente morremos, o verdor madura e a ilusão perturba a visão, a lua de ámbar cristaliza rosada em nossas memórias, 

Rapto teu sorriso vermelho de amor nessa noite grave de inverno e vento, sinto na alma essa antiga dor cheia de bordéis e parques, calçadas desertas e remotas manhãs de sol,

O poema recolhe incertezas e solidões e cria belezas em papel queimado, evaporando ocasiões e narrativas, logo a aridez dos anos reseca a pele como cortina que vai se fechando na melancolia,

Finalmente chegamos nessa membrana delicada de aprender a sonhar e compreender que não há distâncias para atravessar, somos livros selvas e passeios, somos mapas e desenhos em metal e fogo, respostas sem perguntas, apenas estrelas ardentes numa escala infinita.

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Pimenta e café não combinam

Pimenta e café não combinam, segredos indiferentes são sombras sem formas nem poesia, a luz dispersa se perde na multidão, o silêncio o espaço e o tempo são criaturas ávidas por incertezas,

Pimenta e café não combinam,

Linguas e salivas, 

Negar tudo ao terceiro dia,

As dúvidas destroem os últimos pedaços da vida,

Desenhamos promessas com crueldade e natureza, 

Pimenta e café não combinam...

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O Sul também existe

 Mundo de exilados, dores e alegrias neste sul que também existe, levantamos o silêncio, somos um mar de sobreviventes, as sirenes dos barcos anunciam o choro dos rios enquanto esses desafios furtivos beijam esse ódio que respira a conta gotas,

Dormem as ruas com essa madurez insensata, homens e mulheres se nutrem da inútil opulência desse céu de neon abstrato enquanto o tempo desfila suas poucas esperanças, 

Mundo de exilados que insisten na falsa doçura do  tédio, histórias carregadas de bondade endêmica, quimeras é misericórdias que sorriem na imunidade do rancor, 

Neste sul também existe essa obsessão indivisível de cores é ternuras, de espaços e dúvidas sobre o destino, ninguém suspeita dessa inexorável urgência de sonhar  e poder imaginar que existe no perfeito horizonte algo mais que sorte e azar,

Somos feitos de espanto bruto, de candor e desprezo, carregamos um futuro de  antigas conjunturas, temos um fervor secreto cheio de ruínas eternas, implacáveis e duvidosas,

Carregamos a solidão com seus medos,

Rostos sem máscaras,

Somos órfãos do assombro com projetos  e receios...

Diego Tomasco.

 

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CPP