Neste dia restam pequenos tons de tristeza Desaguando num murmúrio sentado à soleira do sol Mixando o horizonte com suaves e voláteis sonhos em simetria
De tantas lembranças abrigadas entre os rabiscos de um Sorriso que tanto prestigias fica o vestígio dos teus perfumes Vestindo a indumentária de uma gargalhada trajada de tanta euforia
Tateando o dia ancoro o sorriso que desliza Encorporado ao teu colo deixando cada aresta do Silêncio árduo, copioso, escorrendo suavemente majestoso
E assim dissemino e encharco cada desejo que incubo num eco mais Auspicioso farejando a latitude de todos os beijos e carícias acuradas Abandonadas num obsceno momento de solidão tão maliciosa e esfarrapada
Num flash magistral a madrugada despontou em socorro da luz Indefectível e harmoniosa, regando e perfumando os poros a cada ilusão Espartilhada em gomos de sofreguidão tão graciosa…bem salvaguardada
Avivo a esperança que de rompante perfilho incorporando todas As sílabas do amor vestindo-se destas homologadas palavras deliciosas Até que,em privado te corteje faminta, cúmplice…quase infecciosa
De negro pinto a noite e dos teus olhos Cinzelo os cílios do tempo onde o tempo Adormece suspenso no olhar quase narcotizante
De negro pinto a noite e a madrugada onde se Cicatrizam saudades mais amenizantes e eu depois Talvez te declame um verso assim inebriante
De negro pinto a noite de todas as ausências Um beijo tão absoluto, alucinado, tão apetecido Desabotoando a madrugada entre penumbras sempre remidas
De negro pinto e visto a noite de cetins esplêndidos Rasgo todos os silêncios rendidos clamando Neste lamento onde jaz a solidão tão bem persuadida
De negro pinto a noite onde por fim enterro no Jazigo do tempo nossos seres redigidos no mais belo Verso que arquitecto qual solúvel sonho sempre aguerrido
De negro pinto a noite que abatida ainda reluz Tão beligerante deixando a solidão tão ferida e indefesa Sorvendo massivos beijos que ficaram latentes e bem nutridos
De negro pinto a noite atordoada e sem queixumes Regurgitando da escuridão aquele latido tão atrevido Abocanhando pra sempre o silêncio fluindo,cabisbaixo e absolvido
A luz dos meus silêncios repousa na galáxia Das solidões mais telepáticas Ascende degrau a degrau alinhando a luz que viaja Pelo tempo alcatifando os sonhos mais abnegados
Com seus efeitos colaterais calculo cada Distância que vadia adestra toda geométrica Ilusão eufórica, tão intemporal , tão simétrica
São tons de azuis integrais ferindo a manhã Que agora desponta infestada de folclóricas Alegorias mais sublimes, magistrais…quase bucólicas
No vazio da noite respondem todos os ecos solitários Vestem as estrelas arraigadas a cada luminescência Sempre mais ovacionada até que categórica a escuridão Tão serrada adormeça minha solidão quase apoteótica
Há tantas indisfarçáveis solidões alojadas no Ermo das utopias escrupulosamente aprazíveis Amadurecem fecundas clamando quase imperceptíveis
Há um silêncio tendencioso espreitando pelas Frinchas do tempo e traz nas memórias elásticas Saudades ariscas assim com a noite que fenece enfática
Sem mais rotas a percorrer a solidão alfabetiza todos Os meus desossegos suspensos na fina luminescência De uma lágrima descendo pela tarja da tristeza tão expensa
Caprichosa a noite despe-se com tamanha graça Que à mostra fica seu cangote em quais súbtis todos Os beijos e abraços felinos dei de capote
Assim esfoliando cada bruma envergonhada a vida Se enleva e gesticula tão intensa e assanhada colorindo Cada átomo que se desintegra explodindo acarinhado
O silêncio num perpetuante divagar amealha Todos os inimagináveis lamentos generosos Absurdamente apaixonantes intensamente prazerosos
Umedecida ficou a noite agachada entre as maresias embriagantes Bailando na maré primorosa e esculpida qual prefácio de tantos versos Ondeando pelas tuas margens sumptuosas, atrevidas…quase asfixiantes
Numa atlântica noite serena, ignífico aquela onda que em nós se espraia Religiosamente provisória, serenamente estimulante e promissória Enamorada sereia que em meus mares se deleita tão peremptória
Tomara eu acordar no seio deste silêncio horrivelmente ditatório E musicar pra sempre aquele reportório de desejos fecundando O gineceu dos amores que gestam bem exsudados e conciliatórios
Apressado o tempo escorre espreguiçando-se Na ampulheta da vida que reverbera contenciosa Geme tão efémera e displicente desaguando na Madrugada que chega tão prodigiosa e complacente
Bebo agora uma xícara de ilusões deliciosas Embebedo-me num verso quase ludibrioso Imprimindo aos silêncios estas solidões que cadastro Em cada murmúrio genuinamente seduzido e meticuloso
Preciso só que a saudade siga sua procissão Homenageando todos os beijos que deixámos a Conjecturar no baldio do tempo quase indigente navegando Em mil ecos e lamentos sobejamente contundentes
Preciso que o vazio me encha a alma e transborde De amores perfumando cada migalha de luz ofegante Até que o dia a montante se espraie em nós algemando Pra sempre todo este silêncio que acaricio ali a jusante
Longa é a espera pela noite bordada no breu Do tempo que remanesce solitário e constrangedor Flui imerso num sonho proscrito e comprometedor
Gemem calados os dias desolados, balizando aquele Silêncio repercutido num lamento quase avassalador Mordendo só um gemido triste que ali ecoa tão pacificador
A sussurrar baixinho chegam as brumas da manhã apartada Penetram no esqueleto da solidão onde a indiferença depois Nos abraça, enlouquecida, meticulosa…arrebatada
Corroídas ficam as memórias num simulacro de tantas horas Perdidas, egoístas, quase odiadas onde a espera arquitectou Um desejo mirando as sombras que felizes um beijo eternamente conectou
Bóiam nos silêncios marítimos Fragmentos de memórias infinitas Até se perderem numa onda que neste Mar navegando, em cada hora temerosa levita
A solidão perdeu-se no descalabro de um minuto Revolto e afrontado que se estatelou rigorosamente Acabrunhado qual exultante saudade ciscando Aquelas memórias que hoje apascento cordialmente
Dia após dia roçagam em nós tantas ilusões tão Bem ornamentadas vestindo o mui singelo silêncio Acomodando cada signatário beijo sempre agigantado
No limiar dos tempos mais subversivos falece A solidão carimbando a noite atapetada de mágoas Incisivas vergando até a serviz deste silêncio quase compulsivo
Resvala a tristeza estampada Numa solidão quase esfarrapada São vícios de tantas lágrimas esquecidas Em plena luz do dia que fenece tão desolada
Corre apressada a noite até se acoitar entre as Moitas e breus deste tempo senil e encabulado até que Descortine uma faúlha de esperança adocicando a saudade Esculpida no tear dos meus silêncios sempre conformados
Assim mergulha a memória em tantos fadados ecos Consternados entretendo esta ilusão onde beberico uma Enxurrada de gemidos submissos, escassos ais intensos e excelsos
Dispersa mas acalentada a madrugada suborna estas Palavras intrusas em cada rima mais ardilosa deixando na paisagem Laços indissociáveis de uma eternidade que almejo primorosa
E assim enquanto o inverno se desenrola gentil e alucinado Deixo passarinhar pelos substantivos céus um mar de festejos Reconstruidos na oficina poética qual epidémico acto de amor Que embalsamo num abraço bem anatómico…tão epistémico
Pudesse eu confortar cada ausência e no teu acarinhado Colo decerto imaginaria o nutrido e ressuscitante Sossego aplacando a maternal vestimenta do dia Que renasce para nós assim retumbante
De neblinas lustrosas se vestiu a manhã engalanando a Paisagem hipostasiada com a tua gargalhada bem vincada Aninhando estes versos em cada palavra espairecendo numa Coreografia de vida assim supostamente em ti personificada
Da noite restam pequenos focos deste silêncio integral tão Visceral incorporando uma hora trivial onde tão ígneos lambíamos A noturnica fantasia temperada com muitos dos nossos virtuais Desejos envoaçando pelo trapézio de tantas, tantas ilusões tão colossais
Mudas e entristecidas despedem-se As memórias mais subtis ao eclodir Um nobre silêncio expectante Quase…quase flagrante e a transgredir
A noite penetra em mim tenebrosa sempre Tão fulgurante sedando todas as fragrâncias Da escuridão escapulindo ardilosa e dilacerante Onde jaz aquele abraço fecundo…tão preponderante
Num baldio extenso e abandonado repousa toda A solidão desiludida…quase devorante Forjando uma lágrima oriunda deste tântrico E rendido verso cada vez mais insinuante
Instigante e sóbria a madrugada perdura agora Numa hora dócil e tão quântica, saciando réstias De uma ilusão esfomeada , exultante…romântica
Tão fiel e sublime se escancarou cada tom Do teu sorriso delicado formoso premeditado Fluindo pelas paredes do tempo deixando mil Crepúsculos atónitos e apaixonados
Tão árduos se tornaram estes silêncios que agora Apenas sinto o crepitar da penúltima solidão atapetar Tua ausência quase interminável lavrando cada página De ilusão abarrotada de lamentos sempre mais insanáveis
Nestes dois mundos paritários sucumbimos engolidos Pela noite mais incontornável cobrindo o dorso a cada silêncio Que se estende neste Outono indubitavelmente inexpugnável
Abriu-se depois a madrugada a cada lembrança que provinha de um Insustentável desejo ancorado à esquina das saudades inscritas no perfume Gentil que trazes encurralado às nossas plenas e inflantes cumplicidades
Regam-se os ecos entardecendo Na varanda do tempo É como bordar subtis palavras aprumando A solidão que chega ainda convalescendo
A cada ciclo de silêncios canto a saudade Que anoitece entre as frestas de uma memória Convincente, gora e sempre, até que a fé prevalecendo Se erga renovada, escancarada…recrudescendo
Robusta se tornou cada hora de solidão E eu já nem tenho mais como inventar um verso Agora sei-o em completa reclusão
Como ondas afagantes o dia brota garridos gomos De luz que se desfolham suavemente entre os Primeiros raios de sol chegando gradativamente
Incendeiam-se as manhãs polvilhadas De alegria farejando cada palavra cifrada Embebedam caricias inventariando a luz quase Estéril que rejuvenesce assim mais acurada
Em cascatas graciosas de luz morre este delicado Verso esgarçado num silêncio momentâneo Escorre das entranhas e elegantes montanhas De desejos tão ternamente perpetrados
Quão suprema se tornou até a solidão pendendo De um fausto e sumptuoso sonho bem esmiuçado Deixando hordas de saudades a perdurar assim atiçadas
No escabelo das minhas memórias repousam Lembranças percorrendo com malicia cada naco de Ilusão bem dissimulada pousando a teus pés tão delicada
Terna e tão grácil despontou a manhã agitando os Látegos ventos que açoitam aqueles entrelaçados afagos Cingidos ao colo desta metamorfose que em nós eclode e em Tantos, tantos carinhos num feliz sorriso gravitam e depois, implode
Terna e paciente a noite confunde-se entre os dedos Da solidão que se esfrega no lajedo do tempo em reclusão Petrificando a luz divagando intima pela corte dos desejos Coligados na nossa repintada memória sempre em colisão
Um dia depois, espreguiça-se a solidão toda inteirinha pulsando Suas ternas fragrâncias que emanam deste matinal momento de vida Onde cogitam as palavras de amor adormecidas à beirinha dos Pincelados versos embebedados num sumaríssimo delírio tão avassalado
No rasto das memórias perdidas revivo em cada molécula da Nossa existência a saudade desenhada no rascunho dos sonhos Temporários emprestando às carícias enfarpeladas o proficiente Sonho matizado na universal grandeza da fé tão bem veiculada
Como fantasia o dia descortina uma brisa
Suave que por ali caminha
Ressuscita uma palavra cúmplice bailando
Lívida entre imoladas saudades aqui cochilando
Saiba mais…
Guardo nas memórias o brinde de muitos sorrisos E gargalhadas temperadas e curadas com o perfume Intenso e audaz que trazes no regaço das palavras Sempre tão enamoradas
O silêncio com passos firmes e sagazes amordaça O tempo fugindo na poeira de um dia voraz, tão Fatal quanto estes versos impressos em toda a minha Solidão discreta, imensa…que tanto me apraz
Tenho na madrugada esta visão estupenda da luz Escapulindo do leito deste silêncio ébrio e servil onde com Engodos e sorrisos te assanho de desejos safados e expeditos
Degluti o límpido horizonte perante o dia que agora se refaz Depois de tantos lamentos tão contundidos esbarrando no Frenético desejo vestindo a anatomia deste verso mais compungido Frederico de Castro
Apesar de tudo encontrei a serenidade Dormitando entre gargalhadas que embebedavam Aquele breve silêncio hereditário pleno de cumplicidade
Apesar de tudo escuto o ritmo afinado das folias latentes Nos nossos corações quase dementes navegando além amar Até que o mar nos afogue de amores e maresias tão proeminentes
Apesar de tudo rectifiquei a solidão que provinha de um Complacente eco bêbado tão dissidente definitivamente um martírio Revelado nos afagos dos teus desejos em constante delírio
Apesar de tudo a luz renasce do breu e busca na lamparina Do tempo as luminescências sigilosas da radiante madrugada Chegando tão exorbitante e grandiosa
Apesar de tudo ainda espreito o recôndito da alma alimentando O pecúlio dos meus versos, qual património desta fé que irrompe Numa transfusão de silêncios explodindo frugais precisos…caudalosos
Apesar de tudo abro as janelas do tempo e defenestro a solidão Que ainda medra impulsiva, muda, quase prodigiosa deixando vadio e Depressivo meu insaciável coração subitamente persuasivo…devidamente cativo
Apesar de tudo neste enorme arsenal de palavras que invento Ficam no paiol da esperança todas as rimas letais e hegemónicas Desbravando a serôdia noite suspirando numa gargalhada tão platónica
Apesar de tudo a noite sentada à soleira desta descuidada escuridão Pernoita em nós tão jocosa e malograda, deportando a luz agora desmascarada Estatelando-se na retórica desta ilusão tão esmerada, metafórica, bem aprimorada