Posts de Joao Carreira Poeta (663)

Classificar por

Conto — Pleonasmo: Amor Redundante Que Ama Amar

Pleonasmo: Amor Redundante Que Ama Amar

— Professor, literalmente, esse vocábulo é um substantivo masculino e tem família sim:

“Perífrase, circunlóquio, superfluidade, redundância, inutilidade.”

É uma figura de linguagem que consiste na repetição desnecessária de palavras ou ideias em uma frase.

— Perfeito Juão! É uma forma de redundância que pode ser utilizada com o intuito de enfatizar uma informação ou simplesmente por hábito linguístico. 

No entanto, é importante ressaltar que nem todo pleonasmo é considerado um erro gramatical, pois em alguns casos pode ser utilizado de forma intencional para criar efeitos estilísticos.

— Interessante mestre agora vem uma historinha:

“Pleonasmo era um senhor exagerado, desses que, ao falar, sempre repetia sem perceber. 

Mas fazia isso de um jeito tão apaixonante que, em vez de ser banalizado o óbvio, tornava-o poesia pura.

Certa vez, capitaneada pelas suas palavras, sua amada escutou de seu amado:

— Eu amo-te com amor que ama! 

Disse, enfático, segurando-se no peitoril de uma sacada.

Ela riu, achando inusitado o que lhe parecia redundante. 

No entanto, ao observar seus olhos que diziam e rediziam o que os lábios já tinham dito, entendeu: que ele falava com a alma.

Pleonasmo se movimentava atabalhoado, retroalimentando cada declaração com arroubos ainda mais exacerbados. 

— Quero te abraçar com os meus braços e beijar-te com os meus lábios que só desejam os teus.

— Porém, por que tanta repetição? 

Perguntou ela, curiosa, entre um sorriso e outro.

— Isso por quê, minha querida, quando se ama tanto, não basta dizer apenas uma vez.

Entretanto, o que era um vício gramatical se tornou algo lúdico e, decerto, emocionante. 

A verdade é que o amor, quando se apoia no flanco da paixão, cria um conluio de sentimentos que se esmiúçam sem se partir. 

É a histologia do desejo: algo simplesmente apaixonante!

Portanto,

se um amor ama demais, deixe-o ser redundante!"

Fim!

— Juão, ficou ótimo! Eu reconheço que é impossível falar tudo sobre esse Sr. Pleonasmo num mini conto. Parabéns!

Que nosso querido 

— Deus — 

abençoe ricamente você que acaba de ler.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

#JoaoCarreiraPoeta. —  09/10/2024. — 16h — 0454 —.

Saiba mais…

Crônica — A Península Dos Amores Semi-Isolados

A Península Dos Amores Semi-Isolados

— Sou Juão Karapuça poeta e um dia serei real,

hoje vou contar-lhe uma história sobre um pedaço de terra (península) por nome de "Florida".

— Juão, antes preciso dizer que esse vocábulo é um substantivo feminino.

E é uma porção de terra, cercada de água por todos os lados, com exceção de um por meio do qual está ligada ao continente.

Porém, não encontrei sinônimos.

A Europa é outro exemplo.

— Sensacional professor! Florida é uma península encantada, projetada de maneira feérica no meio de um oceano de sentimentos. 

Semi-isolada, ela vive à margem do continente das certezas.

Mas também se recusa a submergir no mar das incertezas.

— “Decerto que pertenço a algum lugar?” 

Questiona a península Florida, com sua areia dourada e árvores que insiste em arvorejar rumo ao infinito. 

No entanto, o vento, conciso como uma balalaica sussurrante, respondeu:

— És uma parte que quer ser o todo.

— Mas, sou ilha ou sou terra firme? 

Insistiu a península, com seu verde feérico começando a recrudescer em tons esmaecidos, incipientes como o primeiro brilho do amanhecer.

— Sobretudo, és o meio-termo! 

Disse a onda, acariciando suavemente as margens da península. 

— Pertences ao continente, mas teu coração flutua entre as marés.

A península suspirou, intrigada, questionando.

— Mas por que tem que ser assim?

— Porque é tua natureza ser lúdica, meio cá, meio lá. 

Teu encanto reside em não ser nem uma coisa, nem outra, mas um lugar que outorga refúgio para quem busca o que está entre o ir e o ficar.

Entretanto, haja visto que ela é meio e margem, e não lamenta. 

Finalizando, a península Florida, dançando entre mar e terra, se permite ser única: 

Um pedacinho de solidão que, em vez de isolar, acolhe com um abraço de areia e mar.

Fim!

Um forte abraço meu amigo e minha amiga, rogo que o conhecimento nos envolva em seu manto literário!

E que nosso querido

— Deus —

nos abençoe ricamente. 

JoaoCarreiraPoeta. 09/10/2024. 22h — 0453 —.

Saiba mais…

A Verdade Da Rosa e o Sonho Do Espelho

Certa vez, num bosque feérico e esmaecido, uma rosa incipiente se contemplava em um espelho d’água. 

Ela queria entender sua própria beleza. Era real? 

Ou apenas um reflexo efêmero?

 — “Não é um mal afastar-se da verdade e, um bem nela, permanecer?” Sussurrou ao vento.

No entanto, o espelho d’água, lúdico e caprichoso, riu-se.

Porém, o que é verdade, minha cara? 

A ti foi outorgada a graça de arvorejar no coração deste bosque,

mas, a mim, foi dado o dom de mostrar apenas o que vejo.

— Então, quem sou eu de verdade? 

Insistiu a rosa, com suas pétalas tremendo como cordas de balalaica ao vento.

— Tu és o reflexo, ou és o sonho?

O espelho respondeu de forma concisa: 

— Sobretudo, és o que decides ser quando ninguém está te olhando.

A rosa, então, recuou, seu brilho recrudescendo em uma sombra. 

— Isso por quê?

— Porque verdades são como as raízes que não se veem, mas sustentam-se. 

Portanto, minha rosa, não importa o que refletes, mas o que sentes quando desabrochas.

E, a partir de então, a rosa compreendeu que, às vezes, não é um mal afastar-se da verdade refletida e, decerto, um bem nela permanecer quando se encontra o próprio valor.

Fim!

Espero que você que acaba de ler esse mini conto, tenha gostado.

Assim, peço que nosso

— Deus —

nos abençoe ricamente!

Um forte abraço.

#JoaoCarreiraPoeta. — 08/10/2024. — 20h — 0452 —.

Saiba mais…

Conto — Portanto: O Elo Das Palavras

Portanto: O Elo Das Palavras

— Professor, eu acho que nunca descrevemos uma conjunção certo?

— Certíssimo Juão Karapuça! E hoje será o dia, a hora e a vez de descrevê-la por meio de um conto.

— A “batuta” está em minhas mãos, mestre.

“Era uma vez uma palavra que, apesar de ser pequena, se considerava uma verdadeira maestrina da linguagem. 

Chamava-se Portanto. 

A Sra. Portanto, portanto, também tinha uma bela família:

Então, logo, consequentemente, pois, por conseguinte, dessarte, assim, destarte, logo, por isso, assim sendo, em vista disso, sendo assim, desse modo…

Veja mestre, que parentesco gramatical gigantesco!

— Realmente Juão, exageradamente grande.

— Exatamente mestre! Mas, continuando:

Com seu lábaro invisível, essa palavra capitaneava frases inteiras, dando-lhes um sentido final, uma espécie de assinatura estilosa e enfática.

“Eu não sou qualquer palavra, sabe?" 

Dizia ela, num tom quase esganiçado, enquanto se equilibrava nos peitoris das frases mais complicadas. 

Sou o elo que conecta causa e consequência, o toque de mestre que dá sentido ao todo!

Entretanto, os advérbios rivais sempre a acusavam de ser exagerada. “Você é muito exacerbada!”

Resmungava “no entanto”. Por que precisa se colocar em tudo? 

“Haja visto que sou essencial”,

respondia, a Sra.

Portanto, com um olhar afiado como as garras da paixão.

Às vezes, um verbo desatento tentava se unir a ela de maneira atabalhoada, criando um conluio gramatical difícil de entender. 

A pobre Sra. Portanto, se sentia presa, retroalimentando confusões de sintaxe e significado. 

Porém, sabia que sua missão era dar sentido lógico, ser a âncora entre os argumentos e as conclusões.

Sobretudo, havia algo lúdico e simplesmente apaixonante em seu papel.

Com cada conexão estabelecida, transformava o flanco das palavras soltas num todo coeso. 

A Sra. Portanto, apesar das críticas, nunca permitiu que banalizassem sua importância.

Finalizando, mestre, no fundo, era inusitado como uma pequena palavra tinha o poder de unir pensamentos tão distantes.

Fim!

— Juão, sem demagogia, eu achei lindo. Parabéns. Que nosso querido 

— Deus —

nos abençoe ricamente.

Um forte abraço a você que nos lê!

JoaoCarreiraPoeta. 08/10/2024. — 11h — 0451 —.

Saiba mais…

Crônica — Sr. Anódino: E Seu Encanto Sutil

Sr. Anódino: E Seu Encanto Sutil

— Eu sou Juão Karapuça poeta e quase real e vou descrever

(aos olhos do meu mestre)

mais um vocábulo:

“Sr. Anódino.”

— Juão, eu tomei um calmante, um sedante, um sedativo, insignificante, paliativo, inofensivo, inócuo…

— Exatamente professor, essa é a família calma e tranquila do Sr. Anódino que é um sujeito aristocrático, mas sem ostentação. 

Ele caminha entre os estereótipos de grandeza e simplicidade, como uma brisa bruxuleante que ninguém nota, porém todos sentem. 

— Realmente Karapuça, a presença desse senhor é multifacetada: 

Imprescindível para acalmar, ainda que monocraticamente imperceptível para quem busca o óbvio.

— Com um olhar quase diletante, mestre, o Sr. Anódino lida com as tratativas da vida como quem manipula um delicado silabário de emoções. 

Para ele, escamotear a dor alheia é um ato de pura gentileza, não de fuga.

Há algo transcendente em sua idiossincrasia, uma capacidade de eclipsar o estigma dos problemas com um simples sorriso, tornando tudo mais leve, como um fiapo de tempo que se esvai sem pesar.

"És como um verdadeiro déjà-vu de paz", 

disse um velho poeta, ao vê-lo transformar o enleio de sua tristeza em um idílio silencioso.

Portanto, o Sr. Anódino não cura patologia alguma, tampouco resolve dilemas existenciais. 

No entanto, sua presença, tão delicada quanto um fiapo de algodão, torna o fenecer de qualquer aflição em algo menos doloroso.

Haja visto que ele não é remédio explícito, mas um bálsamo sutil, a partir de então, todos entenderam que: 

Seu papel paradigmático é esse. 

Encantador, sem cacetear; imprescindível, sem estardalhaço.

Finalizando! O Sr. Anódino é uma cura anônima para as almas perdidas entre a iminência de um caos e a eminência de um novo começo.

Fim!

— Bem interessante esse sujeito calmo e misterioso. Sr. 

Anódino! Parabéns Juão Karapuça parece que nossa parceria tem futuro, portanto, fica aqui nosso abraço para você que acaba de nos ler.

Que nosso querido 

— Deus —

te abençoe ricamente tu e tua casa.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarrteiraPoeta. — 07/10/2024. — 9h — 0450 —.

Saiba mais…

Crônica — Ostracismo: O Jardim Dos Esquecidos

Ostracismo: O Jardim Dos Esquecidos

— Eu sou João Carreira, poeta, e mais uma vez vou escrever uma mini crônica descritiva com a ajuda de Juão Karapuça, poeta!

— E dessa vez professor, será sobre um substantivo masculino:

O Sr. Ostracismo! Se tem família? Tem sim:

Expulsão, proscrição, afastamento, isolamento, banimento, desterro, reclusão…

— Juão, é como se, no fundo, de um bosque feérico, existisse um jardim peculiar chamado:

 “Limbo do Ostracismo”. 

É um lugar onde as lembranças vão quando ninguém mais as visita. É um lugar pulquérrimo, mas melancólico.

Lá, as memórias esmaecidas vagueiam, incipientes, como sombras pálidas que desejam voltar a ser vivas.

As ideias que um dia foram brilhantes, mas perderam seu protagonismo, encontram-se por lá, balançando-se de um lado para o outro como se estivessem ao som de uma balalaica. 

— Professor é uma outorga curiosa do tempo que, ao recrudescer, silencia o que antes era um fervoroso debate de cores e significados.

No entanto, não é um mal afastar-se da verdade e, um bem nela, permanecer? 

O ostracismo, decerto, não é um castigo, mas um momento para que a mente arvoreje em silêncio. 

Entretanto, as memórias que ali residem sabem que há uma melancolia incômoda nesse limbo: elas não são mais vistas.

"Porém, por que estamos aqui?"

Murmura uma ideia, lúdica em sua forma concisa.

"Isso porque o tempo nos esqueceu?”

Portanto, mestre, haja visto que, como um bosque à noite, o ostracismo é tanto descanso quanto solidão, decerto que ele recria em si um paradoxo.

Ele é o lugar onde o eco das lembranças é ouvido, mas, apenas por quem, um dia, as amou.

Fim!

— Karapuça, apesar desse vocábulo ser um tanto melancólico e sua história também, ficou sensacional. Parabéns!

Um forte abraço e que nosso querido 

— Deus — 

te abençoe ricamente tu e tua casa.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoeta —  07/10/2024. — 17h — 0449 —.

Saiba mais…

Crônica — Deus o Artífice Do Infinito

Deus o Artífice Do Infinito

— Eu Sou Juão Karapuça, e vou auxiliar o mestre João Carreira poeta mediante uma crônica, 

dizer algo sobre o maior artífice do mundo:

— Capricha Juão, pois, estamos falando Dele.

— Com certeza professor.

Deus, o artífice dos sonhos, arquiteta nossos dias de acordo com seu querer, como um pintor celeste ziguezagueando pinceladas de amor pelo vasto quadro da existência. 

De notadamente mestre, Ele molda nosso destino como quem encaixilha o infinito, transformando agruras em aprendizagens e florescências em vitórias.

— Juão deixa eu dar um “pitaco”.

Me parece importante dizer que começa um anjo neófito, arfando, preocupado com o intrincado mote de nossas vidas. 

O todo do tudo do seu nada, às vezes, parece anarco gramatical.

— Sim, professor! 

Mas, Deus responde a tudo e a todos com um sorriso lídimo.

Ele sabe que cada ser é um conto próprio, excêntrico e exótico. 

Deus entende que cada um vagueia por esse mundo em busca de um protagonismo singular. 

Entretanto, o segredo é simples: floresça por aí, dê o seu melhor e, sobretudo, plante boas sementes.

Um anjo vai te ajudar mesmo que, ainda franzindo a testa. 

E quando o caminho é cheio de barreiras, como as invasões de prerrogativas humanas e o labirinto das dúvidas?

— Haja visto que ninguém nasce sabendo, eu lhes outorgo uma força estranha e alvissareira para seguir. 

No entanto, devem se cobrir de oração e ir na fé. 

A poesia fala ao coração de cada um, permeando até mesmo o óbvio com um toque de esperança.

— E se não der certo Juão?

— Ao invés de ver isso como barbárie, é preciso enxergar além, professor.

Ele está contigo e tudo dará certo no final. 

— O que não floresce hoje, amadurece amanhã Juão!

— Perfeito mestre, portanto, me escute, confrade alado: conquistas e milagres estão por vir! 

Há um propósito em cada curva e, quando tudo se desnuda, a razão pela qual lutamos é revelada.

E assim finalizando, vagando no azul apoteótico, Deus sorriu e disse:

Vai, e deixa o amor te levar meu filho!

Fim!

— Juão Karapuça, parece que estamos no caminho certo e poético, portanto, que nosso querido

— Deus —

nos abençoe a todos ricamente.

Um forte abraço.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoeta. 06/10/2024. — 9h20 — 0448 —.

Saiba mais…

Mini Crônicas — Filho Meu!

Filho meu! 

"Eu confesso que tenho a percepção que:

Poesias são rimas, são versos, são palavras, 

são letras que choram os sentimentos do coração de um velho pai. 

Poesias são vidas gritadas que se escrevem, 

o amor retido por um filho que se mudou para terras longínquas. 

Depois de um ano, esse querido filho retorna por poucos dias. 

No entanto, esse fiapo de tempo estrangula a saudade, a solidão, o desamparo da separação. 

Desde ontem estou choroso com sua chegada!

Choroso de alegria pelo contato físico, mas que domingo infelizmente chegará ao seu fim!

Pois, é dia de partida.

Mesmo choroso, eu sinto uma felicidade triste.

Pois amo você!”

Um forte abraço e que

 

— Deus —

te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 07/10/2024. — 8h49 — 0447 —.

Saiba mais…

Contos — O Sol e a Metáfora Da Rosa

O Sol e a Metáfora Da Rosa

— Eu sou Juão Karapuça e vou contar-te mais um lindo conto sobre uma figura de linguagem:

Era uma vez, num jardim feérico e esmaecido, onde o sol flertava com as flores e as estrelas pareciam se esconder em arbustos, uma rosa-vermelha incipiente, ainda desabrochando, despertou um amor inesperado. 

O sol, ao vê-la, não resistiu e murmurou com um brilho apaixonado:

“Tu és meu fogo em forma de flor.”

No entanto, a rosa, confusa, inclinou suas pétalas e disse. 

— Fogo? Eu sou apenas uma flor...

Ela estremeceu-se suavemente, intrigada. 

Mas o sol não se deteve. 

— Não, és mais que isso. És meu ardor, minha chama que aquece, mesmo sem queimar.

Cachorro velho não aprende truque novo, dizem, e a rosa relutou em aceitar algo tão abstrato. 

Afinal, ninguém tem a obrigação de nascer sabendo, porém, tem a obrigação de aprender. 

Portanto, ela pediu a outorga do entendimento. 

— Por que me chamas de fogo, sendo eu feita de pétalas e não de chamas?

O sol, conciso, respondeu tocando-a com um feixe suave: 

— Porque o amor, minha rosa, é recrudescer e arvorejar em silêncio.

Um fogo que arde sem se ver, tal como tu.

E assim, o jardim se encheu de balalaicas e sorrisos lúdicos. A rosa finalmente entendeu: 

Ser comparada ao fogo era como outorgar à sua beleza um novo sentido.

Haja visto que, em cada figura de linguagem, há uma verdade e um encanto escondido.

Fim!

— Que maravilha Juão! Você relatou no seu lindo texto uma bela figura de linguagem. Parabéns!

— Uai professor! O senhor estava aí?

— Sim! Eu estou sempre ao teu redor poetizando…, e pedindo ao nosso querido 

— Deus —

 que nos abençoe ricamente!

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

#JoaoCarreiraPoeta. — 06/10/2024. — 15h15 — 0446 —.

Saiba mais…

Conto — O Charme Paradoxal Da Sra. Ambivalência

O Charme Paradoxal Da Sra. Ambivalência

— Eu sou Juão Karapuça, sou poeta e quase real!

Hoje, vou passar para você que está lendo, o significado literal do substantivo feminino:

Ambivalência.

Posso dizer que é o caráter daquilo que possui dois aspectos muito diferentes.

É um termo utilizado na psicologia para descrever um estado de conflito interno,

no qual uma pessoa experimenta sentimentos ou pensamentos contraditórios em relação a uma determinada situação,

pessoa ou objeto.

É como se houvesse uma luta entre duas forças opostas dentro da mente,

gerando uma sensação de indecisão e incerteza.

A Sra. Ambivalência tem uma família: 

Ambiguidade, confusão, equivoco, dúvida, incerteza, hesitação, indecisão, indeterminação, irresolução, vacilação, insegurança, obscuridade e imprecisão.

— Que família gigantesca, Juão! 

Agora conta aquele “causo” para nosso leitor!

— O mestre quer que eu conte um conto:

Pois bem! A Sra. Ambivalência era uma figura proeminente no baile das emoções humanas. 

Com seu vestido entre o claro e o escuro, fazia com que cada passo fosse um ponto cego, um misto de certeza e dúvida. 

Ela dançava ora com o Paradoxo, ora com a Resiliência, capitaneando uma coalizão de sentimentos.

Não dá para separar o que é real dos sonhos, pois nenhum sonho acaba... ele se transforma, sussurrava aos corações desavisados.

Ela era introspectiva, mas sempre no centro do protagonismo. 

Teorizar sobre ela era como tentar decifrar a brasilidade em um só ritmo: impossível. 

Ao verbalizar um desejo, ela relativizava com um sorriso ladino, como quem não se decide entre partir ou ficar.

Portanto, ela era tanto quanto... mas também, no entanto.

Para alguns, era apenas um arroubo juvenil.

Para outros, uma rainha discricionária. 

A Sra. Ambivalência andava devagar, pois já teve muita pressa, sabendo que, para se entender, é preciso ver além do homogêneo.

Sobretudo professor, não era possível relativizar sua presença.

Como numa fábula de Édipo, ela era o paradoxo vivo de amar e temer. 

Finalizando, haja visto que cada decisão a ela imputada era um dilema, decerto que seu maior encanto residia justamente nisso: 

Ser, e não ser, tudo ao mesmo tempo.

Fim!

— Achei interessante esse seu conto e também a Sra. Ambivalência. Parabéns, Juão Karapuça!

Que nosso querido

— Deus —

nos abençoe ricamente. Um forte abraço.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

#JoaoCarreiraPoeta. — 05/10/2024. — 13h — 0445 —.

Saiba mais…

Mini Conto — O Resgate Inusitado De Pirulito

O Resgate Inusitado De Pirulito

— Oh céus! 

Esganiçou a Sra. Elefanta Julie, de forma enfática e exacerbada, agitando sua tromba de maneira atabalhoada. 

— Meu pobre gatinho Pirulito, está preso na árvore! 

Eu entendo que, gatos e elefantes não combinam com galhos altos, sua aflição era, decerto, compreensível.

Nesse instante, eu tenho a percepção de que o caminhão de bombeiros surgiu, capitaneado por um flamingo de capacete cintilante e um guaxinim segurando um lábaro.

 — Nós não apenas combatemos incêndios! 

Exclamou o chefe dos bombeiros, pomposo. 

— Traremos o Pirulito de volta em seus braços em pouco tempo!

A operação, porém, não era tão simples.

Entre peitoris, flancos e escadas, a equipe parecia presa em um conluio lúdico. 

O guaxinim tropeçou e caiu num balde; o flamingo ficou preso num ramo, retroalimentando a confusão. 

— Como um todo, precisamos de mais coordenação! 

Gritou o chefe.

Quando, por fim, o inusitado resgate se concretizou, Pirulito saltou nos braços de Julie. 

— Você é meu herói! 

Suspirou ela, com olhinhos apaixonados para o chefe bombeiro.

As garras da paixão apegavam-se em seu coração.

Simplesmente apaixonante...

Portanto, embora fosse um resgate banal para os bombeiros, foi, para Sra. Julie, um momento romântico, algo para jamais banalizar. Sobretudo, às vezes, amor e caos vêm de mãos dadas!

Fim!

Esse foi o meu primeiro conto infantil. Espero que tenha gostado. Um forte abraço e que nosso querido 

— Deus — 

te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 05/10/2024. — 16h — 0444 —.

Saiba mais…

Crônica — Borrachita Manda Um Recado

Borrachita Manda Um Recado

A relação amorosa do poeta não anda lá aquelas coisas e Borrachita espeta o amor de sua vida:

— Acorda Lapisito!!!

Você como poeta nunca leu que o amor é tão sensível como uma flor? 

Que se não for regada, muito bem adubada, muito bem cuidada ela murcha e morre!!!

— Hã?! Não estou entendendo Borrachita!

— Meu eterno amor, eu vou poetizar de outro jeito: 

“É como o motor do seu carro Lapisito! Caso você não faça as revisões periódicas, ou seja, não troque óleo e não cuide da mecânica e elétrica, uma hora ele não funciona mais!!!”

— Ha, agora entendi kkkkkkkkkkkkkk!

— Mas, entendeu mesmo poeta Lapisito, ou vou ter que repetir essa figura de linguagem que, talvez, você nem saiba qual é?

Você que está lendo sabe qual é essa figura?

Fim!

Um forte abraço aos casais que lerem esse recado e que nosso querido 

— Deus —

 te abençoe ricamente tu e tua casa.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoetas. — 04/10/2024. — 17h — 0443 —.

Saiba mais…

Crônicas — Feérico: A Dança Dos Sentimentos

Feérico: A Dança Dos Sentimentos

— Professor, hoje vamos descrever esse vocábulo desprovido de beleza aparente.

Entretanto, profundamente lindo literalmente.

— Juão, você está usando figuras de linguagem. Já vi eufemismo rolando na sua bela escrita de hoje.

— Mestre deixa de firula e vamos poetizar. 

Feérico, de forma literal, significa algo relacionado ao fantástico, ao mundo das fadas, àquilo que brilha de maneira encantada, quase etérea.

— Juão Karapuça eu preciso conhecer a parentalha desse cara!

Será que seriam esses: 

Deslumbrante, esplêndido, esplendente, magnificente, fantástico, ofuscante, mágico…, é uma família bonita.

 — Exatamente professor.

Mas, contextualizando poeticamente, é como se fosse uma suspensão de tudo que é trivial, um instante onde o ordinário se dissolve e o extraordinário ganha vida.

Já era de certa forma esperado, porém, o feérico é também imprevisível.

Imutável em sua essência, é o reflexo de um paradoxo: 

Ser intenso e lacônico ao mesmo tempo.

Entretanto, não é apenas isso. 

O feérico ressignifica. 

Ele é a coesão dos opostos, a apologia ao impossível e a celebração do sonho que, tal como o amor, não envelhece. 

Ele pode surgir em meio a duas almas machucadas pela vida que, ainda assim, se encontram para solfejar esperanças.

Há uma certa suspeição na sua magia, é verdade, mas quem poderá imputar-lhe culpa? 

Como teorizar sobre algo tão sui generis?

O feérico é isso, é quando côncavo e convexo se fundem na dança do desejo. 

Portanto, caminhar por essas ruas do conhecimento é abraçar a inconcebível ideia de que há questões pontuais que só se resolvem com um toque de encantamento... e um pouco de alvíssaras para a alma.

Feérico: quando a realidade, cansada de ser lógica, decide brilhar!

— Sensacional Juão Karapuça! Quem diria, um cara desprovido de beleza aparente ser tão lindo literal e poeticamente.

Parabéns.

Um forte abraço a você que nos lê e que nosso querido

— Deus —

nos abençoe ricamente.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoeta. — 03/10/2024. 13h — 0442 —.

Saiba mais…

Crônica — O Silêncio é Meu Companheiro

O Silêncio é Meu Companheiro

Era uma noite calma e eu, me sentia do mesmo jeito.

O silêncio parecia pairar como uma presença invisível e imponente. 

Mas, dito isso, eu sentia algo de extraordinário naquele simplesmente, “nada”. 

A ausência de som fazia-se ode e, paradoxalmente, tornava-se mais eloquente que qualquer discurso retórico.

Portanto, como vou explicar a força que há no silêncio? 

Eis a iminência de minha descoberta: 

O silêncio fala!

Pois bem, se o silêncio possui morfemas ocultos e palavras não-ditas,

talvez seja porque ele carrega a essência do côncavo e do convexo, que são duas faces de uma mesma realidade. 

No entanto, senti que era mais um elemento entre tantos outros que reverbera na minha alma. 

Argumentar contra isso seria refutar a própria essência do universo.

O silêncio, então, torna-se uma âncora para mim que busco ressignificar o que meus olhos não veem. 

Ele não precisa de sons, pois em seu vazio mora a verdadeira dualidade: 

Hoje o nada é tudo para mim e para ele. 

Entretanto, ele também pode espicaçar meu coração sensível,

tanto quanto enaltecer as melodias mais lindas e ocultas do meu amor.

Desde então, passei a enaltecer os momentos em que o silêncio me fala ao ouvido, como um artífice criando significados em cada pausa. 

Ele esclarece as minhas dúvidas, fazendo com que tudo se torne muito mais interessante. 

Portanto, se há algo indizível, não é por falta de palavras, mas porque o silêncio já as disse todas.

Assim, finalizando, decerto que o silêncio é, ao mesmo tempo, o som mais puro e a voz mais misteriosa do meu coração.

Fim!

Um forte abraço a você que acabou de ler, 

— Deus — 

te abençoe ricamente tu e tua casa. E te ensine a ouvir o som do Silêncio.

JoaoCarreiraPoeta. — 02/10/2024. — 15h — 0440 —.

Saiba mais…

Crônica — Paradoxo: Como o Nada é Tudo

Paradoxo: Como o Nada é Tudo

— Professor, eu tenho um paradoxo para resolver e preciso de sua ajuda.

— Pois não Juão, vamos fazer essa figura de linguagem virar uma 

“pipoca”.

— É mestre,

“menos para ele pode ser mais”.

Paradoxo é uma palavra que, à primeira vista, parece ser apenas uma brincadeira de ideias. 

Mas, de fato, é mais que isso: 

É uma dança entre o

“côncavo e o convexo”,

uma disputa entre o todo do tudo e o seu nada absoluto.

— Mas, Juão Karapuça no amor, então, essa figura de linguagem se agiganta.

“Pois, o silêncio pode ser ensurdecedor.”

Além do que, somos seres feitos de dualidades, o que nos torna, ironicamente, paradoxais por natureza.

E, por exemplo, imagine um casal que se ama e, ao mesmo tempo, se repele. 

“É o início do fim.”

Ele a vê como um arquétipo de perfeição, ela o acha veemente e destemido, mas há momentos em que ele parece parvo (diria eu), e ela, um tanto anódina. 

— E mesmo assim professor, não se separam. Estariam eles presos pelo amor ou pelo costume? 

Quem sabe o próprio paradoxo os tenha capturado?

Dê-me um momento para reiterar mestre:

É factual que a beleza mora nas entrelinhas e nos detalhes que não vemos. 

As dualidades se entrelaçam, arrefecendo as certezas e ressignificando as emoções. 

Ao mesmo tempo, há repúdio e desejo.

Um verdadeiro déjà-vu de sensações já vividas, mas sempre novas. 

“Quanto mais aprendo, menos eu sei.” 

Esse é o paradoxo: uma relação onde o repúdio é, paradoxalmente, uma declaração de afeto.

Entretanto, como explicar a lógica do sentimento? 

É auspicioso tentar, mas o coração, esse, sim, é o maior dos paradoxos universal. 

Porque, portanto, amar é odiar um pouquinho,

é aceitar o caos como parte do todo.

No entanto,

se repensarmos, amar pode ser um ato factível e irracional ao mesmo tempo. 

Haja visto que, sobretudo, decerto que o paradoxo é a verdadeira essência de quem ama.

Porém, se o amor é um jogo de opostos, talvez o segredo seja aceitá-lo como um quebra-cabeça sem fim, pois é a contradição que o torna eterno. 

Isso por quê? 

Porque o coração nunca age de forma linear, finalizando, amar é caminhar nos extremos.

O paradoxo, no fim, é viver. Tampouco fugir.

— Está aí Juão, gostei, parabéns para nós!

Fim!

Um forte abraço a todos os pouquíssimos que nos lê e que, o nosso querido 

— Deus —

 nos abençoe ricamente.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoeta. 02/10/2024. 13h — 0439 —.

Saiba mais…

Os Fragmentos de um Amor (Des)construído)

— Professor, quando um amor pode ser enfático e exacerbado, mas quando as garras da paixão perdem a força, o que resta? 

— Juão observe bem! Lá estavam eles: um par de corações que, um dia, bateram capitaneados pelo desejo. 

Entretanto, com o tempo, algo mudou. 

Talvez o amor tenha se perdido nos detalhes esmiuçados, entre palavras que soaram esganiçadas e promessas atabalhoadas.

O amor, antes simplesmente apaixonante,

começou a si retro-alimentar de suas próprias falhas, como um conluio silencioso. 

Ficou preso nos peitoris da alma, pendurado como um lábaro desgastado. 

As emoções fluíam como um plasma, mas sem forma concreta — algo plasmático, escapando pelo flanco de sua essência. 

A histologia da relação foi se desfazendo, célula por célula, como um estudo microscópico do que não deveria mais existir.

Portanto, Juão, o que sobrou? 

Sobrou simplesmente um eco inusitado de rimas e canções,

algumas risadas lúdicas, mas também mágoas que se tornaram banalizadas. 

Porém, haja visto que o amor não foi um erro, resta o aprendizado.

No entanto, é preciso lembrar que, sobretudo, cada paixão, com seu lado sombrio e claro, faz parte do todo. 

E, decerto que, amar, mesmo com todos os tropeços, ainda vale a pena.

Isso porque, até os fragmentos nos ensinam a reconstruir.

Entendeu Juão Karapuça?

Decerto que sim, agora ficou bem claro. Parabéns, João Carreira, poeta.

Fim!

Um forte abraço a todos e que nosso

— Deus —

nos abençoe ricamente

JoaoCarreiraPoeta. — 02/10/2024 — 16h — 0438 —

Saiba mais…

Crônicas — O Doce Encanto Do Eufemismo

O Doce Encanto Do Eufemismo

— Bom dia Juão Karapuça, vamos nos aventurar em mais uma crônica? 

— Sim professor, hoje vamos falar e poetizar sobre uma figura de linguagem bem sublime.

“Eufemismo.”

— Ah, Juão, os eufemismos da vida!

Essas doces e pulquérrimas figuras de linguagens que, com lisura e diplomacia, transformam as palavras em abraços sutis. 

Não se trata de mentir ou esconder a verdade, mas de ressignificar o mundo com suavidade. 

Afinal, Juão, quem nunca disse que alguém

vitimou-se” ao invés de “morreu”? 

É como se os eufemismos fossem hermafroditas linguísticos, capazes de vestir tristeza e alegria com o mesmo terno de gala. 

Quiçá um notabilíssimo truque da linguagem.

— Porém, dito isto mestre, convém observar que esse artifício não é para qualquer um. 

É preciso maestria, parcimônia e, sobretudo, uma certa habilidade teatral. 

Entretanto, o eufemismo, em sua essência, é um artista nato — um encantador de palavras que desliza entre os extremos com uma leveza sobrenatural. 

Tantos milhões de aplausos para ele, que com seu toque quase mágico, sobremaneiras modifica perspectivas e dá nova cor até ao mais sombrio dos temas.

— Dê-me um exemplo clássico Juão? 

— Imagine João Carreira poeta alguém no

“limbo do ostracismo”. 

Ao invés de dizer que ele foi completamente esquecido, melhor verbalizar que ele está apenas 

“descansando sua imagem”. 

Brilhante, não? 

Porém, não se deve abusar desse dom. 

Obviamente, quando exagerado, o eufemismo perde a magia e soa como um artifício cansado e homogêneo.

Mas é claro, os eufemismos têm seu charme:

Eles convidam a uma dança com o imponderável, o invisível, sobretudo com o delicado. 

Haja visto que eles não simplificam, mas embelezam. 

Não cortam, mas cunham sentimentos. 

No entanto, um uso excessivo pode levar à falsidade, um perigoso jogo de porfia entre a lisura e a dissimulação.

Portanto, vale o cuidado.

Que a linguagem seja bela e encantadora, mas que não perca a honestidade de sua essência. 

Porque, no fim, o eufemismo é um enleio verbal que encanta, mas, até porque, jamais deve aprisionar as verdades que decerto que precisamos, em algum momento, enfrentar.

— Ficou lindo Juão. Sensacional. Parabéns!

Fim! 

E que nosso querido 

— Deus — 

nos abençoe ricamente e a ti que nos lê.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreirapoeta. — 01/10/2024. — 14h — 0437 —.

Saiba mais…

Mini Crônicas — Nas Garras Da Poesia

Nas Garras Da Poesia

A poesia, ah, a poesia, essa dama inusitada que me envolve com suas garras suaves,

mas irremediavelmente fortes! 

Com um flanco ora gentil, ora enfático,

ela me captura e me transporta para um mundo onde o simples se torna exacerbado. 

Capitaneada pelo impulso do meu coração e pela cadência de suas rimas, a poesia não conhece limites — é lúdica, simplesmente apaixonante e, muitas vezes, atabalhoada em suas danças com as palavras.

Entretanto, sobretudo, é preciso o meu cuidado ao manejar esses versos. 

A poesia não é um conluio de frases jogadas ao vento; é um lábaro de emoções. 

Eu não posso e não devo banalizar seus encantos, como se fosse um esboço esmiuçado em peitoris. 

Haja visto que, na totalidade, ela pode me soar esganiçada em sua intensidade, mas é isso que a torna bela ao meu coração.

Afinal, seus versos são paixões que se debatem entre o controle e a entrega total.

Portanto, quando se escrever um poema, é bom lembrar que ele carrega o peso de algo inusitado: 

As garras da paixão.

No entanto, decerto que é nessa mistura, entre o bruto e o sublime, que reside seu poder. 

Porque, no fim, a poesia não precisa me ser perfeita — ela apenas precisa ser.

Um forte abraço e que nosso querido 

— Deus —

nos abençoe ricamente.

JoaoCarreiraPoeta. — 01/10/2024. — 8h — 0436 —.

Saiba mais…

Conotação e Denotação: O Romance Entre Palavras

— Professor nessa manhã de terça-feira aqui na nossa pulquérrima Cidade de Campinas, faz um dia delicioso.

Temperatura: 23°.

— Mas Juão, à tarde será quente como o seu conto que vais contar sobre, figura de linguagem.

— Na verdade, professor, esse conto ocorre numa pequena cidade na Patagônia chamada Gramatiquense, onde viviam duas personagens distintas, mas indissociáveis: 

Conotação e Denotação.

— Juão, eu as conheço!

— Eu também professor, continuando, apesar de morarem na mesma rua, suas naturezas eram opostas. 

Denotação, com sua aura de precisão e literalidade, era a guardiã da verdade pura. 

Sempre preeminente, jamais permitia interpretações dúbias. 

Seus gestos eram marcados por uma parcimônia quase inexorável e seu olhar, particularmente, trazia a frieza de uma definição inexpugnável. 

Ela não se perdia em idiossincrasias; tudo para ela era homogêneo e objetivo.

Conotação, no entanto, era volúvel como as estações primaveris. 

Amava as cores, os cheiros e tudo que pudesse ressignificar a realidade. 

Quando falava mestre, ela transladava os sentidos, preenchendo as palavras com nuances e perfumes invisíveis. 

Cada frase sua carregava uma epifania, um encanto capaz de transformar o trivial em mágico. 

Sabe o seu jeito de escrever? Meio rebuscado, cheio de metáforas?

Era idêntico.

As tratativas entre elas eram recorrentes e, enquanto isso, ela tecia sentidos ocultos como um artífice dos sonhos.

Um dia mestre,

ambas se cruzaram na praça principal durante uma discussão sobre como melhor monetizar a literatura local. 

Conotação, com suas sugestões pueris e sensíveis,

encantou os presentes, arrancando risos com suas histórias jactanciosas. 

Denotação, firme e austera, falava das reminiscências da origem etimológica das palavras e das regras gramaticais com uma preeminência que espantava.

Elas discutiam com ares de rivalidade,

mas, no fundo, havia uma atração inexplicável, um magnetismo que só aqueles que sabem diferir poderiam entender. 

Enquanto Conotação decorava a praça com flores imaginárias e teorias.

Denotação insistia que cada rosa deveria ser descrita com exatidão.

Até que um dia, algo inusitado aconteceu. 

Denotação, sempre tão literal, soltou uma metáfora durante suas explicações. 

Foi como se uma muralha inescrutável se rompesse, revelando uma alma escondida. 

Conotação, embasbacada, riu encantada.

"Você vê? É a predominância do coração sobre a razão", 

disse ela. 

Desde então, vivem juntos, na totalidade, formando uma dupla inseparável.

Porque, sobretudo, a verdade é que sem Denotação, Conotação se perderia em devaneios, e sem Conotação, Denotação jamais sentiria o prazer de ser, enfim, compreendido.

Fim!

— Caracas, Juão Karapuças, que conto literário fantástico. Amei. Portanto, que o nosso querido 

— Deus — 

nos abençoe. E se tiver alguém lendo, também.

Um forte abraço a todos.

P.S. Juão Karapuça, Márcia Karapuça, Tião, Ricardão, Lapisito, e Borrachita, são meus, personagens em evolução!

JoaoCarreiraPoeta. — 30/09/2024. — 14h — 0435 —.

Saiba mais…
CPP