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Crônica — Uma Serenata Encantada Na Roça

Uma Serenata Encantada Na Roça

Era uma noite típica de lua cheia lá na roça, quando o jovem Tonho, o nosso caipira mais sonhador, decidiu que era hora de fazer uma serenata. 

A menina Júlia, de sorriso inefável, tinha roubado seu coração com uma simplicidade que eclipsava todos os dogmas e estereótipos sobre o amor. 

Mas Tonho, garoto de poucas palavras e de muita timidez, hesitava. Pois, a tal pusilanimidade parecia inamovível.

"Mas que nada!",

pensou.

"Essa noite vai ser homérica!".

Armado com sua viola e uma coragem que recrudescia no peito, ele caminhou até a janela da moça, onde o lume ululante das estrelas iluminava o campo com um brilho rútilo.

Lá, diante da casa de Júlia, Tonho desafinou as primeiras notas.

O esgar no rosto dele mostrava a luta visceral entre a vontade de recuar e o desejo de continuar. 

O pobre artífice das canções não tinha lá muita proficiência, mas a coesão dos seus sentimentos era inexpugnável.

Júlia, por sua vez, abriu a janela devagar, com o coração cheio de volúpia.

Lá estava Tonho, mais lívido que a própria lua. 

O ar de romantismo caipira tornava aquela cena algo de outra dimensão.

Simplesmente, ela ria de sua desafinação, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela ressoava.

"Tonho, cê é danado!",

disse ela, tentando abafar o riso.

"Essa serenata tá mais para vaticínio do que para melodia!"

Mas Tonho, no entanto, não se abalou.

"Cê vai ver, moça, essa é só a primeira de muitas!",

vociferou, tentando vencer o reacionário medo de rejeição.

E assim, no campo lúgubre, entre risos e notas desafinadas, a serenata de Tonho virou lenda. 

Quem diria que aquele amor caipira, tão simples e profundo, conseguiria transcender qualquer estigma e vaticínio.

Um “chero” e uma serenata poética “procê” que me lê. Que 

— Deus —

 te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 01/08/2024 — 8h22

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Conto — O Perfume De Uma Rosa

O Perfume De Uma Rosa

Eu confesso que, realmente, o dia estava pulquérrimo. 

Propício para contar uma história.

Era uma tarde de verão, o ar estava impregnado com o perfume das flores, sentia-se uma sinfonia de aromas heterogêneos que dançavam em perfeita harmonia. 

No jardim, cada flor era uma pequena obra de arte, desenhada com a fecundidade do solo e a perspicácia da natureza, que, como um artífice inspirado, pintava o cenário com cores e fragrâncias indescritíveis.

No entanto, no meio de tanta beleza, havia uma rosa que carregava um estigma. Seu perfume, embora intenso, tinha uma ambiguidade que deixava os sentidos confusos, como se estivesse eclipsando algo mais profundo, mais misterioso. 

Era uma quimera floral, um enigma que atraía tanto quanto afastava. 

O jardineiro, um homem de sagacidade ímpar, percebia essa peculiaridade com um certo enlevo,

admirando a rosa por sua idiossincrasia.

Por outro lado, o cravo, sempre lépido e casmurro, não conseguia entender por que a rosa recebia tanta atenção.

Pensava ele:

"É apenas uma flor tão prosaica quanto qualquer outra." 

Mas, mesmo com sua hegemonia no canteiro, não podia negar que a luminescência da rosa, aquela luz suave que parecia emanar de suas pétalas, tinha um efeito quase sobrenatural.

O jardineiro, com sua sagacidade e perspicácia, sabia que a beleza da rosa não estava apenas em sua aparência, 

mas em sua capacidade de transformar a simplicidade em algo transcendente, em um estado de metanoia que levava todos a um pequeno nirvana. 

Era uma beleza que, embora inimputável, não podia ser julgada por padrões homogêneos.

E assim, enquanto o sol começava a se pôr,

trazendo consigo a serenidade da tarde, o jardineiro,

cercado pela ambiguidade e magia do jardim, suspirou, percebendo que a vida, como o perfume das flores, era feita de momentos efêmeros, mas inesquecíveis. 

Portanto, por mais que as flores florescessem e murchassem, o enlevo daquele instante permaneceria, eclipsando as preocupações do dia a dia.

Fim.

Um cheiro poético deste jardim.

Que 

— Deus —

 nos abençoe ricamente nesta tarde fria, mas maravilhosa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 14/08/2024. — 9h01

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Crônica Descritiva — Estigma

Estigma

— Professor, eu diria que estigma, no sentido literal, 

refere-se a uma marca ou sinal distintivo, muitas vezes associado a uma característica ou qualidade, seja física ou social. 

Sim Juão Karapuça.

Mas também, pode ser uma cicatriz, um sinal na pele, ou até uma reputação que alguém carrega. 

Em termos sociais, um estigma pode ser uma marca de desonra ou preconceito que alguém é forçado a carregar, muitas vezes injustamente, devido a estereótipos ou julgamentos alheios.

Estigma, ou esta mancha, este sinal, esta marca, espiráculo, label, desonroso, ou ferrete:

É tudo a mesma coisa.

— Poeticamente professor, deixa comigo:

Haja visto que, estigma, é uma marca que a vida, com suas ironias e desafios, desenha na alma. 

É como uma cicatriz poética, que carrega histórias e mistérios não ditos.

Às vezes, é visto como um fardo, mas, por outro lado, pode ser a assinatura única que torna alguém inesquecível. 

Estigma é o detalhe que foge à perfeição,

o toque de uma pena bruxuleante que marca uma alma com traços de enigma. 

É o selo silencioso, inefável e, por vezes, incompreendido. 

No entanto, simplesmente, como uma flor nascendo em meio ao asfalto,

essa marca transforma o comum em singular, o ordinário em extraordinário. 

Humoristicamente falando, é o charme que nenhum artifício pode escamotear, a idiossincrasia que se revela quando menos se espera.

Um cheiro poético sem estigma a ti que nos lê.

Que

— Deus —

nos abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 14/08/2024. — 8h34

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Descrição — Artífice

Artífice

O pai dos “burros” (e eu me considero um) diz que é um artesão, ou operário especializado em qualquer arte mecânica.

Indivíduo que inventa, ou é autor de alguma coisa.

Literalmente, este pai diz isto.

Porém, na minha ótica de poeta, eu tenho a cognição de que, é um mago das mãos.

Transforma matéria bruta em poesia palpável. 

Sinto sua destreza sublime, moldando o barro da realidade em esculturas de sonhos. 

Meu cognitivo me leva a crer que ele é o arquiteto do possível.

Onde cada golpe de cinzel, cada pincelada, carrega a essência de um coração que vê além do visível. 

Confesso que ele é como um maestro invisível.

Vai orquestrando as notas silenciosas da criação, entrelaçando o prosaico com o divino. 

Minha percepção diz que o artífice é aquele amante da criação.

Que, com mãos calejadas e olhos de poeta, lapida o bruto em joia rara. 

Seu ofício, uma dança entre o concreto e o imaginário, transforma madeira em sonho, pedra em suspiro. 

Com sagacidade e um toque de humor,

ele desafia a obsolescência, trazendo à vida o que antes era mero pensamento. 

Como um cupido das formas, ele une razão e emoção, fundindo técnica e paixão em uma obra-prima. 

No entanto, seu maior talento é esculpir sorrisos e moldar corações, tornando cada obra um testemunho do amor que sente pela arte de criar.

Um cheiro poético com a arte de um artífice.

Que Deus te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 13/08/2024. — 10h02

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Crônicas — O Amor Escrito Nas Ondas Do Mar

O Amor Escrito Nas Ondas Do Mar

— Professor, eu ainda não te falei da paixão da minha vida: ela é ruiva (como sua esposa) e simplesmente sublime.

Este final de semana fomos para a praia, e lá, onde as ondas murmuram segredos mais antigos, conheci o aristocrático senhor Gidheonça, um artífice das palavras, que caminhava pela praia com seu caderno de couro envelhecido. 

Ele tinha o hábito idiossincrático de escrever suas emoções nas areias que logo eram beijadas pelo mar. 

Para ele, a praia era seu silabário, e cada onda, uma linha de poesia.

Naquela manhã bruxuleante, ele encontrou Heloise, uma diletante na arte do amor, mas com uma percepção multifacetada da vida. 

Suas tratativas eram sempre envoltas em estereótipos românticos, mas havia algo de inefável em seu olhar. 

Ao vê-la, Gidheonça sentiu o fiapo de tempo se esticar, como se o momento fosse imprescindível,

monocraticamente decidido pelo destino.

Os dois se aproximaram, e logo começaram um idílio, onde as palavras e os silêncios se entrelaçavam. 

No entanto, havia um estigma em Heloise; ela temia que seu amor pudesse fenecer como as marcas de seus pés na areia. 

Gidheonça, por outro lado, acreditava no transcendente, naquilo que eclipsa o mundano, e estava determinado a escamotear qualquer dúvida que pudesse surgir.

Heloise, com sua cognição afiada, percebeu que Gidheonça não era um simples sonhador, mas um artífice da realidade, capaz de transformar seus sentimentos em algo paradigmático. 

O mar, testemunha silenciosa de suas conversas, parecia participar do processo, apagando palavras para que novas pudessem ser escritas.

Por fim, Gidheonça escreveu nas ondas que: 

"Amar é entender que o tempo é um fiapo que só o coração pode esticar." 

Heloise, encantada, respondeu com um sorriso que eclipsou o sol nascente. E assim, enquanto as ondas escorriam sobre seus pés, 

perceberam que seu amor era explícito e,

apesar de sua simplicidade, tinha a força de algo eterno, capaz de transcender qualquer estigma.

Tampouco importava o que os outros pensassem; ali, entre a areia e o mar, o amor deles era uma obra de arte em constante renovação.

Que belíssima narrativa Juão Karapuça.

Daria um belo conto.

Mas de sua amada poetisa, ainda não sei quase nada.

— Professor, ela se chama Márcia. Em breve vou marcar um jantar para apresentá-la a ti.

Estou ansioso, Juão.

Ao som das ondas eu deixo aqui um cheiro poético.

Que 

— Deus — 

nos abençoe ricamente.

P.S. Juão Karapuça é um dos meus personagens.

#JoaoCarreiraPoeta. — 13/08/2024. — 7h18

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Descrição — Silabário

Silabário

Literalmente eu não tenho quase nada pra falar sobre este literário substantivo masculino.

Ele quase vive sozinho, abandonado haja visto ter somente um parente:

Eu localizei somente este: Cartilha.

Entretanto, poeticamente dá um samba:

Eu tenho a percepção de que o silabário é como um canto de sílabas,

onde simplesmente, cada som tem seu par, formando palavras que encantam e seduzem. 

É o alfabeto disfarçado de romântico, onde as letras, ao invés de caminhar sozinhas, preferem valsar em pares, triplicando a emoção de cada palavra. 

É a primeira lição de amor entre a língua e a fala, onde até o mais tímido som encontra sua voz. 

Entre as páginas de um silabário, as palavras florescem em jardins de sentidos, compondo versos que, por si só, já são poesia, embalados em rítmicas melódicas de compreensão. 

Ah, o silabário, aquela caixa de joias onde as sílabas se aninham como pérolas prontas para adornar o pescoço das palavras. 

Cada combinação é uma declaração de amor entre vogais e consoantes, que juntos, criam a magia da fala. 

Romântico que sou por natureza, o silabário não é apenas um conjunto de letras; é o prelúdio de toda a poesia que já foi e que ainda será escrita. 

Posso dizer que ele é como aquele cupido travesso, que une sons que jamais imaginariam estar juntos, resultando em palavras que fazem nossos corações rir, chorar e se apaixonar.

O Silabário é o alicerce de todo dicionário.

#JoaoCarreiraPoeta. — 12/08/2024. — 14h46

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Crônica — Era Uma Vez Um Dicionário

Era Uma Vez Um Dicionário

Eu confesso que inconscientemente, sempre tive dentro do meu eu lírico,

o desejo de escrever algo sobre este camarada tão usado.

Portanto, era uma vez um dicionário,

não um qualquer,

mas um daqueles que carregavam em suas páginas a preeminência das palavras. 

Este léxico, no entanto, não era apenas um catálogo seco de significados.

Ele possuía uma alma, uma verdadeira idiossincrasia que o tornava simplesmente, único.

Ali, acachapantemente, entre as palavras, havia um universo inexpugnável e inescrutável, onde as letras dançavam ao som de reminiscências primaveris.

Enquanto isso, o glossário observava com parcimônia o mundo ao seu redor. 

Via como os estereótipos

e a jactância das conversas mundanas diferiam das nuances que ele guardava com tanto carinho e apreço. 

Por conseguinte,

ele sonhava em uma epifania,

onde todos pudessem entender a verdadeira essência das palavras, além da sua mera monetização.

Num inesperado dia,

nas tratativas internas entre suas páginas, o dicionário teve uma  fantástica ideia. 

"E se eu pudesse transladar a minha sabedoria a todos?"

Porém, sabia que essa tarefa não seria tão fácil. 

Haja visto que, o mundo estava cheio de distrações e,

sobretudo, de pueris tentativas de compreender o vasto oceano azul esverdeado de palavras.

No entanto,

a preeminência do dicionário sobre a linguagem era simplesmente inquestionável. 

Ele sabia que, embora cada palavra tivesse uma definição, sua verdadeira essência diferia para cada coração que a lia. 

Era a magia da linguagem, algo que nem Saturno, com toda sua majestade, poderia eclipsar.

Finalmente,

o dicionário compreendeu que sua missão não era apenas ensinar, mas despertar a paixão pelas palavras. 

Portanto, com um sorriso invisível, ele aguardou pacientemente que cada leitor, em suas jornadas diárias, encontrasse uma pequena epifania entre suas páginas. 

Pois, tampouco importava o quanto o mundo mudasse,

o amor pelas palavras permaneceria sempre, absolutamente intacto.

Fim.

Um cheiro lexical e poético a você que ama pesquisar-me.

Sinceramente, que o nosso 

— Deus — 

te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 12/08/2024. — 10h12

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Descrição — Transcendente

Transcendente

Eu diria ser algo que ultrapassa literalmente os limites normais de alguma coisa. 

Simplesmente, Davi tem uma criatividade transcendente.

A perspicácia dele excede minha expectativa.

É um adjetivo que vai além da natureza física, mas não mental.

Seus parentes são: Nobre, sobre-humano, sobrenatural, sublime, superior, elevado, extraordinário, divino.  

Entretanto, eu posso transcender como o voo de um pássaro que sobe além das nuvens, ultrapassando os limites do visível e do comum. 

Posso me arder em chama de amor que não se apaga, mesmo quando todas as luzes deixam de brilhar, tocando o eterno e o inexplicável. 

Como sou romântico e poético:

Sou como o sobrenatural quando dois corações se encontram em uma dimensão onde as palavras não chegam. 

Quando estou alegre, feliz e contente, é como se perdesse nos olhos de alguém e esquecesse completamente o que estava falando. É o estado de espírito que vai além do cotidiano, onde tudo é possível e nada é previsível. 

É como o extraordinário, o horizonte que nunca se alcança, mas que sempre me chama com sua promessa de algo mais. 

É meu sentimento que supera o tempo e o espaço, conectando almas de maneira inexplicável. 

É o sussurro do vento que fala de mistérios antigos, é o beijo que faz o coração parar por um instante eterno. 

Transcendente é sentir com a alma aquilo que o corpo não pode compreender.

Um cheiro transcendente e poético. E que

— Deus —

te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 11/08/2024. — 16h13

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Contos — Dia Dos Pais

Dia Dos Pais

Eu confesso que hoje, no dia dos pais, o sol se levanta com um brilho sem precedentes, como se até ele quisesse homenagear aqueles que, com sapiência, permeiam nossas vidas.

Mestre João, um pai brejeiro e de coração generoso, estava embasbacado com as surpresas que o aguardavam. Seus filhos, em sua missão quase utópica de criar o presente perfeito, se reuniram para celebrar o dia.

— "Pai, queremos que hoje seja um dia emblemático", 

disseram, com um sorriso que transbordava carinho.

João, com uma risada que parecia transcender o tempo, respondeu: 

— "Basta estarmos juntos, e qualquer dia é especial."

Mas havia algo mais. O filho mais velho, sempre pronto para satirizar os estereótipos do pai antiquado, apresentou-lhe um livro que, segundo ele, seria 

"a leitura para escamotear a realidade". 

Um tratado sobre utopias, quimeras e outras aventuras descritivas que, sem dúvida, fascinaram João. 

Ele, no entanto, sabia que o verdadeiro presente era a companhia de seus filhos.

Enquanto isso, a filha mais nova, que indubitavelmente herdara a sagacidade do pai, entregou-lhe um cartão feito à mão.

Nele, desenhou um universo onde a hegemonia do amor paterno se destacava como a força suprema, mitigando todas as dores e dificuldades.

— "Pai, você é a nossa constante", 

escreveu, em letras matizadas de afeto.

Porquanto, ao final do dia, João estava certo de uma coisa: não havia presente que superasse a presença. 

Haja visto que, por mais que a vida desencadeasse desafios, era a especificidade dos pequenos momentos, o entrelaçar de mãos e a supremacia do amor, que fazia tudo valer a pena.

Finalizando, ele soube que, sobretudo, o Dia dos Pais era uma celebração indubitavelmente profunda, 

e, ao mesmo tempo, absolutamente simples.

Um cheiro poético a todos os pais do mundo. E que o nosso — Deus — abençoe estes excêntricos senhores!

#JoaoCarreiraPoeta — 11/08/2024. — 9h53

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Contos — Salomão Julga A Causa De Duas Mulheres

Salomão Julga A Causa De Duas Mulheres

O conto de hoje é Bíblico. Portanto, não tem origem na cidade Encantada, muito menos na Patagônia. 

O rei Salomão reinou por 40 anos em Israel

Os estudiosos discutem se o seu período de reinado ocorreu aproximadamente entre 971 e 931 ou entre 960 e 920 a.C., sendo a primeira possibilidade a provável.

Portanto, nossa história de hoje ocorreu no Estado de Israel. 

Exatamente no trono de Salomão, onde a sabedoria e a justiça amiudamente se encontravam. Dois corações aflitos chegaram, clamando por um único destino. 

Era uma manhã matizada pelo farfalhar das cortinas reais,

e as duas mulheres, cada uma com a sua verdade, se apresentaram diante do rei. 

No entanto,

as cores de suas palavras eram tão distintas quanto os matizes de um céu ao amanhecer.

Uma delas, com lágrimas de dor, contou sua versão da história. 

A outra, com um olhar calculado, pronunciava frases que pareciam saídas de um aforismo pragmático. 

Salomão, cuja mente transcendia estereótipos e dicotomias, ouviu-as pacientemente,

enquanto amiúde refletia sobre a situação.

O caso, embora insólito, lembrava-lhe um déjà-vu,

como se a sabedoria já tivesse sussurrado este dilema em seu ouvido. 

De um lado, a verossimilhança das palavras de uma mulher; do outro, a cacofonia de gritos de quem tentava eclipsar a verdade. 

Salomão, em sua majestade,

ponderou entre o tacanho e o grandioso, como se estivesse desvendando um enigma mítico.

— "Tragam-me uma espada"

ordenou o rei, causando um murmúrio de galhofar entre os presentes. 

No entanto, sua intenção era tão portentosa quanto inesperada. 

Ele propôs dividir o bebê (ao meio) entre as duas mulheres. 

E então, no instante em que a mãe verdadeira clamou pelo bebê, oferecendo-o à outra para salvá-lo, a decisão foi clara como o brilho de uma joia obsoleta que ainda resplandece com poder.

"Haja visto que o amor é insólito e indubitavelmente veraz, reconheço esta mulher como a verdadeira mãe",

disse Salomão, 

enquanto o sol matizado banhava o trono, eclipsando a falsidade. 

Portanto, naquela manhã, I Reis 3:16 ganhou um novo capítulo, onde a sabedoria de Salomão se tornou um acrônimo de justiça, e o amor, um aforismo eterno.

Fim.

Um cheiro poético, muita justiça e sabedoria a ti que leu esta história.

#JoaoCarreiraPoeta. 10/08/2024. — 16h

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Descrição — Tratativas

Tratativas

Eu confesso que, lexicograficamente, é uma palavra fêmea. 

Um substantivo feminino, é simplesmente um acordo entre pessoas, empresas, ou órgãos governamentais; um pacto; um tratado.

Entretanto, eu vejo poeticamente:

Tratativas como uma valsa entre corações e mentes, onde palavras se entrelaçam em acordos sutis. 

Eu as sinto como as primeiras notas de uma serenata sob a janela de quem se ama. 

Românticas e calculadas, elas buscam conquistar o consenso,

passo a passo, como quem caminha de mãos dadas pela praia de Ipanema ao pôr do sol.

É pra mim o prelúdio romântico de um entendimento, o flerte diplomático antes do beijo final de uma decisão. 

Tratativas são como dois amantes que se aproximam, 

se envolvem com olhares de cumplicidade e promessas veladas, onde cada proposta é um sussurro ao ouvido da razão. 

Humoristicamente,

posso dizer que tratativas é o doce jogo de persuasão,

onde cada palavra é uma flor oferecida, e cada concessão, um sorriso trocado.

No fundo, é o charme irresistível da negociação.

#JoaoCarreiraPoeta. — 10/08/2024. — 11h26

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Descrição — Cognição

Cognição

De modo, ou de maneira literal, ou seja literalmente, é o poder de aquisição de conhecimento que o poeta, ou o sujeito tem. 

É a capacidade de discernir e assimilar este conhecimento.

Eu tenho a percepção que sua cognição pode ser fortíssima, forte, menos forte, quase zerada.

Entretanto, a sagacidade, e a perspicácia me fazem ver poeticamente que a cognição é a dança sutil entre o pensamento e a percepção,

pode ser um balé clássico de ideias que se entrelaçam, formando harmonias de entendimento. 

Eu tenho a percepção de que é o processo amoroso e interminável pelo qual a mente descobre os segredos do mundo, revelando verdades escondidas como pétalas de uma rosa vermelha que se abre ao sol. 

Entendo e vejo que de forma humorística, posso dizer que cognição é como um cupido cerebral, atirando flechas de sabedoria em meus neurônios, enquanto me pergunto:

 "Será que eu realmente entendi isso?"

Meu cognitivo diz que a cognição é a chave dourada que abre portas invisíveis dentro de minha mente, onde cada pensamento é um suspiro de amor acachapante pelo desconhecido.

Encerrando essa descrição:

Vejo um namoro constante entre saber e não saber, desvendando os mistérios da vida.

Um cheiro poético e cognitivo.

#JoaoCarreiraPoeta. 09/08/2024. — 14h13

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Crônicas — O Beijo Que Parou A Cidade

O Beijo Que Parou A Cidade

Eu confesso que particularmente, a maioria sabe que amo um cappuccino. Sabendo disso, Juão Karapuça me convidou para degustar um.

Sim. Estamos no Shopping Dom Pedro. E me vem à lembrança a poetisa Márcia lá de Itapeva.

Mas, Karapuça me chama atenção para o tema de nossa crônica. E eu lhe faço uma pergunta: você tem em mente como seria um beijo que pararia uma cidade?

— Professor depende, como vou pagar teu cappuccino, vou narrar tudo.

Se este beijo for igual ao que dei ontem, pararia o universo. Já em Campinas, eu tive um sonho verdadeiramente poético: 

Eu estava sob a égide de uma noite bruxuleante, em um canto proeminente de uma cidade que nunca dormia, dois amantes se encontram numa esquina: 

Ele, afro de porte esportivo, mas, aristocrático, usava tranças curtas, rugas na testa, olhos grandes, bigodinho e cavanhaque a lá

“Eddie Murphy”,

vestia uma blusa amarela ferrugem, um cachecol azul esverdeado da mesma cor que sua calça, usava sapatos de andar em neve, carregava um ar enigmático que desafiava estereótipos.

Ela também negra, com uma graça multifacetada, tinha um coque arredondado de cabelos cor de ferrugem com o resto da cabeça coberta por uma touca cinza,

morena de pele fina, olhos grande e negros, nariz pequeno, lábios finos,

um xale cinza enfeitava seu pescoço, vestia um sobretudo cor de rosa, sapatos pretos lancha de esquiar em neve.

Parecia feita de um silabário de sentimentos indecifráveis.

Enfim professor. Uma descrição perfeita.

Porém, o mundo ao redor do casal se movia com sua habitual proficiência, mas naquela esquina, algo estava prestes a acontecer, algo que desafiaria a ortodoxa rotina dos dias.

Quando seus olhares se cruzaram, havia uma ambivalência que flutuava no ar. 

Seria este o momento? 

Haja visto que, ambos sabiam que aquele instante era imprescindível, tampouco poderiam ignorá-lo. 

E então, como numa coreografia incognoscível, se aproximaram.

A multidão ao redor, na sua canhestra barbárie diária, parou.

Um silêncio magnânimo tomou conta de toda cidade. 

Sobretudo, as luzes da cidade, que antes eram mordazes, tornaram-se cúmplices, suavemente indulgentes, criando um ambiente quase sacral para o encontro. 

E foi então que aconteceu: o beijo professor.

Entretanto, não seria um beijo comum. 

Era um gesto explícito de insurreição contra a hegemonia do tempo, um ato de defecção contra a monotonia. 

Suas bocas se uniram com uma delicadeza que parecia desafiar as leis da física, um toque de lábios que parecia, por um fiapo de tempo, parar a cidade.

No entanto, enquanto o beijo durou, tudo ao redor tornou-se bruxuleante, como uma pintura a óleo desfocada, e a cidade inteira ficou embasbacada.

 O que era aquele beijo professor? 

Uma invectiva contra a solidão, uma resposta incisiva ao incognoscível do amor. 

E quando finalmente se separaram, um suspiro coletivo percorreu a cidade, como se todos tivessem sido, por um instante, parte daquele idílio.

Portanto, acachapantemente, naquele instante, ficou claro que o amor verdadeiro tem o poder de parar até o mundo, 

de transformar o comum em algo absolutamente extraordinário. 

Haja visto que, para esses dois, a noite seria eterna, mesmo que a cidade voltasse a se movimentar.

Uauuuu Juão! Parabéns Sensacional.

Que sonho lindo, pulquérrimo. Verdadeiramente apaixonante.

Que mente fecunda tu tens.

Um cheiro poético. Que

— Deus —

abençoe nossos sonhos.

#JoaoCarreiraPoeta. — 08/08/2024. — 15h40

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Contos — A Colisão Das Estrelas Com A Lua

A Colisão Das Estrelas Com A Lua

Há muitos e muitos anos, na cidade Encantada, no cosmos vasto e infinito, onde dogmas são questionados e a unanimidade é uma quimera.

Vivia a Lua, senhora da noite, inefável e misteriosa. 

As estrelas, como pequenas joias rútilas, dançavam ao seu redor, cada uma com um brilho ululante, formando uma coalizão cósmica inamovível.

Um dia, um evento homérico estava prestes a ocorrer: 

O encontro das estrelas com a Lua. 

Este vaticínio havia sido anunciado por todos os astrônomos cosmopolitanos, que observavam o céu com olhos lívidos de expectativa. 

Haja visto que, 

tal encontro era raro e destruidor, as expectativas recrudesciam.

No entanto, havia uma estrela, chamada Pusilanimidade, que hesitava. 

Seu brilho era mais fraco, e o medo a tornava taciturna. 

— "Como posso, uma simples estrela, brilhar ao lado da majestosa Lua?" 

Pensava, com um esgar de insegurança.

No grande dia, a Lua, em sua volúpia, convidou as estrelas a dançarem ao seu redor.

Disse ela: 

— "Não temam, minhas queridas, juntas, formamos uma coesão inexpugnável."

Pusilanimidade, no entanto, hesitou. 

Foi então que a estrela Visceral, com sua luz intensa, falou: 

— "Somos todas partes desta grandiosa tapeçaria celeste. Nossa ortodoxia é o brilho conjunto, não a escuridão do isolamento."

O abjeto reacionário da dúvida começou a fenecer dentro de Pusilanimidade. 

Com um brilho renovado, ela se uniu à dança, percebendo que a coalizão das estrelas era irrefutável e diametralmente oposta à solidão.

Portanto, sob a luz pulquérrima e bruxuleante das estrelas e a majestade da Lua, a noite se transformou em um espetáculo de beleza inefável. 

Tampouco importava a singularidade de cada estrela; todas contribuíam para um balé cósmico de coesão e encantamento. 

E assim, naquela noite lúgubre, o céu se encheu de vida e riso, transcendendo qualquer dogma de insegurança.

Finalizando, as estrelas aprenderam que, sobretudo, a união fazia seu brilho ainda mais magnífico, transformando o encontro com a Lua em um evento eterno e maravilhoso.

Um cheiro poético a ti que me lê. Que o nosso 

— Deus — 

te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 07/08/2024. — 10h46

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Crônicas — Estereótipos

Estereótipos

Ao pé da letra seria um padrão estabelecido e baseado na ausência de conhecimento sobre o assunto em questão. 

Literalmente, seria isso.

Acachapantemente, ainda pode ser a concepção baseadas em ideias preconcebidas sobre algo, ou alguém. 

Complementando: Eu poderia dizer que é algo desprovido de originalidade e repleto de clichês.

Isso é o que está no dicionário.

Mas poeticamente Juão Karapuça se encarrega:

— Deixa comigo professor. 

Aprendi com o senhor que estereótipos são moldes invisíveis que tentam encarcerar, aprisionar a mente humana em formas limitadas e previsíveis. 

São como aqueles personagens de desenho animado que sempre usam a mesma roupa.

dia após dia.

como se o guarda-roupa fosse um conceito estranhamente desconhecido. 

São etiquetas engraçadas que, por vezes, nos fazem rir pela simplicidade, mas que tampouco capturam a profundidade da alma. 

Como pássaros engaiolados, estereótipos limitam o voo das cores e nuances que cada pessoa carrega. 

Portanto, são caricaturas poéticas da realidade,

esboços que carecem da rica paleta de emoções e experiências que nos tornam únicos.

Finalizando:

Um exemplo de estereótipo é que:

"As 'bailarinas' devem ser magras e ter um corpo 'perfeito' para serem bem-sucedidas."

Um cheiro poético para você que me lê.

Que

— Deus —

te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 07/08/2024. — 9h54

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Descrição — Multifacetada

Multifacetada 

Dir-se-ia de algo que possui muitos lados.

Multifaces, literalmente é um adjetivo.

Poeticamente, é a joia da vida, um verdadeiro diamante com faces infinitas,

cada uma brilhando com uma cor diferente. 

É como aquele senhor gordo ao extremo que pode ser sério como juiz num tribunal e, num piscar de olhos, transformar-se num comediante de stand-up. 

É a arte de ser um caleidoscópio humano, refletindo complexidade e simplicidade, amor e riso. 

Como um camaleão poético no palco da existência,

a alma multifacetada dança entre papéis, misturando romance e humor com uma graça inefável, sempre surpreendendo, sempre encantando, nunca monótona, sempre viva.

Um forte abraço. E um cheiro poético multifacetado.

Que

— Deus—

te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPòeta. — 06/08/2024. — 15h22

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Contos — O Power Sábio Do Bosque Encantado

O Power Sábio Do Bosque Encantado

Numas das visitas que fiz ao Vale da Serpente, eu passei pelo Bosque Encantado.

E você deve estar se perguntando: Na Patagônia?

Sim. É lá mesmo.

E neste bosque vivia um Power excêntrico Sábio.

Um ser aristocrático e multifacetado, cuja cognição era tão vasta quanto as estrelas bruxuleantes no céu. 

Eu confesso que as tratativas de seus conselhos eram imprescindíveis para os habitantes do bosque,

desde os diletantes até os mais sábios. 

No entanto, havia algo particularmente intrigante no Power Sábio:

Simplesmente, sua habilidade explícita de escamotear problemas com um fiapo de tempo.

Num dia idílio e encantador, Analita e Miguelito, dois jovens de espírito lépido e coração romântico, buscavam pelo Power Sábio. 

Haja visto que,

seus corações estavam acachapantemente entrelaçados numa quimera de amor transcendente,

desejavam orientação para um futuro homogêneo e pleno. 

Portanto, embrenharam-se no bosque, guiados pela luminescência das estrelas.

Ao encontrarem o Power Sábio, ficaram maravilhados com sua presença. 

Ele estava envolto em um halo de luz bruxuleante, sua percepção e perspicácia irradiava uma sabedoria inimputável.

Tinha um turbante cor de rosa com dois pingentes azuis e um rosa na testa.

Seus olhos arregalados e azuis despertava medo e paixão.

Um narigão achatado e com piercing dividia simetricamente seus olhos.

Sob este nariz tinha um belo bigodon branco modulando uma bela boca sorridente.

Sua barba muito bem tratada era um destaque sensacional.

Ele era exótico e, ao mesmo tempo, excêntrico.

Suas mãos eram longas e cheias de adereços, com unhas enormes pintadas de rosa da mesma cor que sua capa. 

Disse o Power Sábio:

— "Para tanto, o amor, assim como a vida, é repleto de ambiguidade e enlevo. 

Monocraticamente, vocês devem enfrentar cada desafio com sagacidade e metanoia."

Miguelito, um pouco casmurro, perguntou: 

— "Como podemos garantir que nosso amor não feneça?"

Com um sorriso sereno, o Power Sábio respondeu: 

— "A fecundidade de um amor verdadeiro não está em sua hegemonia, mas na capacidade de transcender o prosaico. 

Tampouco devem cacetear-se com dúvidas.

A quimera do amor requer tratativas constantes e um silabário de gentileza e compreensão."

Analita, embasbacada com tanta sabedoria do Power Sábio, sentiu uma epifania. 

Disse ela:

— "Portanto, devemos cultivar nosso amor com a mesma devoção que as flores do bosque recebem a luz do sol."

E assim, sob a luz bruxuleante e a sabedoria paradigmática do Power Sábio. 

Analita e Miguelito compreenderam que o nirvana do amor está na sua fecundidade diária e na perspicácia de enfrentar juntos cada fiapo de tempo, transformando cada momento em um idílio eterno.

Um cheiro poético e que o nosso — Deus — te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 06/08/2024. — 14h12

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Descrição — Idiossincrasia

Idiossincrasia

Acachapantemente, Idiossincrasia é o tempero secreto da alma

“carreiriana",

a nota única na sinfonia de cada ser. 

É o jeitinho especial com que Maria arruma seus livros.

Ou a mania engraçada de #JoãoCarreiraPoeta poetizar ensinando o significado de um vocábulo. 

É simplesmente,

como uma dança particular que só você conhece os passos,

ela difere de qualquer outra excentricidade. 

Idiossincrasia é a faísca que ilumina a banalidade do cotidiano, transformando o comum em algo maravilhosamente peculiar. 

Portanto, é aquela característica que faz você, bem, ser indiscutivelmente você. 

Haja visto que, 

no fim, todos temos nossas pequenas loucuras adoráveis.

Um cheiro poético pra quem leu e entendeu.

#JoaoCarreiraPoeta. — 06/08/2024. — 6h30

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Contos — O Super Dragão Da Montanha

O Super Dragão Da Montanha

Eu ouvi alguém dizer que, o dinheiro não é o problema, mas sim, a falta dele.

E é deste jeito que me sinto. Portanto, comecei a contar histórias:

A vida muda, entretanto, os caminhos que levam à Patagônia são sempre os mesmos.

E cá estou eu novamente no Vale da Serpente.

Na Patagônia.

Onde a predominância de lendas e mitos é algo incomum, particularmente devido ao Super Dragão da Montanha. 

Esta acachapante criatura, de preeminência inquestionável, é conhecida por sua idiossincrasia peculiar: 

Dogmaticamente.

Guardava um tesouro inexpugnável, mas adorava piadas e histórias engraçadas.

Num indescritível dia, o jovem cavaleiro da távola redonda, senhor Ben-Hur, famoso por sua parcimônia e coragem, decidiu enfrentar o dragão. 

Enquanto isso, no vilarejo, tratativas fervorosas ocorriam sobre como monetizar a lenda do dragão, haja visto que turistas vinham de todos os cantos.

Ben-Hur, porém, não buscava riqueza. 

Ele era movido por uma reminiscência pueril de histórias primaveris contadas por sua avó.

— "No entanto," pensou, "preciso compreender o enigma inescrutável deste dragão."

Portanto, com determinação, ele transladou montanhas e rios até chegar à caverna do dragão, onde o ar parecia carregado com a gravidade de Saturno.

Ao encontrar o dragão, nosso herói esperava um ser jactancioso e feroz. 

No entanto, para sua surpresa, encontrou um dragão de olhos brilhantes e sorriso amistoso.

 "Por conseguinte, jovem cavaleiro, o que te traz aqui?" 

Perguntou o dragão, sua voz ecoando com uma estranha musicalidade.

—"Vim por uma epifania," respondeu Ben-Hur, "desejo entender a verdadeira essência do teu mistério."

O dragão riu, uma risada calorosa que fez as pedras tremerem. 

—"Pois bem, conte-me uma história, e talvez eu revele meu segredo."

Ben-Hur, com sua alma romântica, narrou uma história de amor e bravura, cheia de humor e poesia. 

O dragão, fascinado, revelou: 

— "Meu tesouro é a alegria que encontro nas histórias. Difere-se de todos os outros dragões, até porque a verdadeira riqueza está na felicidade e no riso."

Por conseguinte, Ben-Hur retornou ao vilarejo, trazendo consigo a epifania que havia obtido. 

Tampouco buscava riqueza material, mas a preeminência de histórias e risos que compartilhava, tornando-se um trovador cujo nome ecoava por todo o reino, lembrando a todos que, no fundo, somos todos primatas em busca de alegria.

#JoaoCarreiraPoeta. — 05/08/2024. — 14h55

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Crônicas — Paradigma

Paradigma

Na concepção da palavra, é um substantivo masculino. 

Simplesmente, tem parentes no arquétipo, exemplo, modelo e norma. 

Paradigma é um modelo ou padrão que serve como referência ou exemplo a ser seguido.

Representa um conjunto de crenças, valores e práticas que definem uma maneira particular de entender e interpretar o mundo. 

Em ciência, um paradigma é uma teoria amplamente aceita que orienta pesquisas e experimentos até que novas descobertas possam desafiar e substituir esse modelo estabelecido. 

Em resumo, um paradigma molda a percepção e a abordagem de problemas, guiando pensamentos e ações dentro de um contexto específico.

Mas Juão Karapuça acha que não:

— Professor, paradigma é o mapa invisível que guia exploradores em terras desconhecidas,

é o manual de instruções da mente humana. 

É aquele par de óculos especial que todos usam sem perceber,

simplesmente, moldando nossa visão do mundo de maneira sutil e engraçada. 

Como um maestro silencioso, organiza o caos das ideias, alinhando pensamentos em uma sinfonia lógica, ou às vezes, em uma cacofonia divertida.

Imagine professor, o paradigma como uma receita de bolo da realidade:

Enquanto alguns ingredientes são óbvios, outros são segredos de família, passados de geração em geração.

E assim, de maneira poética e um tanto humorística, o paradigma nos lembra que, mesmo na ciência e na vida, estamos todos seguindo um roteiro, muitas vezes sem saber que podemos escrever o nosso próprio final.

Eu concordo plenamente com você Juão, porém, tua visão é poética e a minha ao pé da letra.

#JoaoCarreiraPoeta. — 05/08/2024 — 8h58

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