Mulheres de Pedra e Flor

Eis que amanhecem antes do sol,
já de pé enquanto o mundo ainda sonha.
Carregam o peso da casa nos ombros,
mas guardam no peito o fôlego da esperança.

Elas andam entre tempestades,
com passos que não hesitam,
mesmo quando os ventos gritam
e a vida pede para desistir.

São elas que transformam o vazio em mesa posta,
a escassez em calor,
o silêncio em riso.
São mãos que moldam o impossível,
dedos que costuram o futuro.

À noite, quando o mundo descansa,
elas vigiam sonhos que não são seus.
Seguram as dores na garganta,
porque chorar é luxo que a luta não permite.

Ah, mulheres,
quem reconhecerá os alicerces que vocês são?
Quem medirá as distâncias que seus pés caminharam,
as batalhas que seus corações venceram?

Mas sei:
há algo de divino em suas cicatrizes.
Elas são mapas que mostram ao universo
o caminho do renascimento.

Mulheres que sustentam o mundo,
com os olhos cheios de fé,
com as mãos cheias de amor,
e um coração que nunca deixa de pulsar.

 

Viagem Dentro e Fora

Os caminhos que andei não cabem em mapas.
Foram trilhas bordadas de um desejo secreto,
estradas que meus pés nunca tocaram,
mas que minha alma percorreu com avidez.

Há ruas estreitas, cobertas de neblina,
onde o tempo sussurra histórias que não vivi.
Ali, as casas são de memórias inventadas,
e as portas, sempre entreabertas,
esperam por mim — como se me conhecessem.

Conheci montanhas que se erguiam até o céu,
mas, em sonhos, eram suaves como um abraço.
O vento lá cantava fados e verdades
que jamais pude traduzir.

E há os lugares reais,
onde meus passos deixaram pegadas pequenas,
mas que o coração ampliou,
guardando cheiros, sons e silêncios
como quem guarda uma fotografia.

Carrego no peito os mercados coloridos,
as praças onde as crianças riam,
os rios que corriam mais devagar ao entardecer,
e as esquinas que dobravam para outros mundos.

Mas há algo mais.
Há a viagem que nunca fiz,
o país escondido atrás das estrelas,
a rua sem nome que sonho todas as noites,
onde todas as janelas iluminadas
me chamam para entrar.

Viajar é também partir por dentro,
encontrar o desconhecido em si mesmo,
e voltar, sempre voltar,
com as malas cheias de perguntas
e os olhos cheios de horizontes.

 

 

 

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Comentários

  • Seja bem-vinda Liana, a poesia te abraça em seus lençóis macios.

    #JoaoCarreiraPoeta.

    • Olá, João! Obrigada pelo seu comentário! Realmente a poesia me envolve, às vezes serena, às vezes amarga, contundente, mas está na minha pele, no meu coração, na alma, sempre!

  • 13163674083?profile=RESIZE_400x

  • Gestores

    SEJA BEM VINDA LIANA!

    MMM-7008-Licao-035-By-Marika.jpg

    • Obrigada, Margarida! É uma honra estar aqui com vocês!

  • Olá Liana

    Seja bem vinda a esta Casa dos Poetas e Poetisas - CPP.

    Você pelo que estamos lendo, nos seus poemas, é uma poetisa de mão cheia.

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon (visite-me)

    • Obrigada, Júlio César Estou adorando estar aqui com vocês!

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Sobre Mim

Aniversário:

Setembro 3


1) Qual o teu nome completo?

Liana Albuquerque Zeni


3) Data de nascimento (não é necessário o ano)

03/09


4) Local de residência (Cidade, Estado e País)

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil


5) Mini Currículo (trabalho, experiências, gostos e ou preferências, família, produção poético-literária...).

Sou escritora e poetisa. Tenho várias obras publicadas como romances, poesias, contos e crônicas. Sou professora aposentada de Séries Iniciais. Adoro ler e escrever. Tenho 3 filhos. Amo as palavras.


6) Quem o/a indicou para a Casa dos Poetas e da Poesia (ou como ficou sabendo desta)?

Google


8) Está ciente que poesias sensuais (caso as tenha), devem ser postadas no grupo de Literatura erótica?

Sim


9) Concorda em participar e interagir conforme possa, com outros membros nas atividades da Casa?

Sim


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Sim


12) Caso possua, deixe o link do Facebook, Recanto das Letras ou de outro site onde possamos saber mais de você.

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13) Caso seja poeta ou escritor, publique aqui, uma poesia ou texto de tua autoria.

Emergências Os ponteiros correm, os alarmes soam, e há sempre um fogo que devora as bordas do dia. Emergências brotam nos cantos, entre a respiração curta e o silêncio longo demais. Uma palavra não dita vira urgência no peito, um pedido mudo. Há emergências nos olhos, na fome que dança nas ruas, no pranto que não se escuta. Na pressa do amor que não espera, no grito engolido pelo relógio. O ser humano é feito disso: um emaranhado de incêndios, vidas que queimam por dentro, vidas que gritam socorro no murmúrio das calçadas. E enquanto o mundo finge calma, há mãos que tremem, vidas que pulsam, em busca do ar que só vem quando tudo para.


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