Posts de Alexandre Montalvan (625)

Classificar por

Eu te Amo


Eu te Amo

A quantas vidas te procuro,
São tantos véus que se faz obscuro
O amarei, o amar, o amei,
O que faz saciar minha fome

E o meu sangue impuro se faz,
Por tantas vezes, que eu já não sei.
Nesta busca insana, m'alma inflama
Eu penso que sei, que te achei.

Meu Deus, como posso amar o que não sei?
Como posso olhar os teus olhos
E te ver no passado ou no amanhã?
Em teus braços amados, sentir que te achei.

A quantas vidas grito, saudades!
Pegadas sobre pegadas, e refazer os meus passos.
E procurar teu regaço,
Que tantas vezes minha cabeça reencostei.
E dizer-te, que eu te amo e dizer, eu sempre te amei

Alexandre Montalvan

 

Saiba mais…

Sonho

 
Sonhei com uma rosa,
e no silêncio do meu pensamento
espero vê-la se materializar.
Os dias transcorrem,
as noites escorrem,
e milhares de flores pairam no ar.
 
Singulares reflexos,
um olhar luminoso
neste céu azul formoso,
onde as flores flutuam,
e teus olhos castanhos,
neste sonho estranho,
me vêm hipnotizar.
 
Raios de luz iluminam teu sorriso;
viajo neles e apanho
um beijo teu, sumo de doce fruto.
Moça dos cabelos negros,
de olhar castanho,
de sensual andar,
são tantos atributos
que me fazem perder o rumo,
e, em pensamento,
eu me pego a sonhar.
 
Nas ruas e praças
do bairro onde moro,
os dias transcorrem,
as noites escorrem,
e passo meus dias
a te procurar.
 
Mas em vão percorro
esses lugares,
pois apenas em sonhos
vou te encontrar.
 
Alexandre Montalvan
Saiba mais…

"Corte transversal do poema" Murilo Mendes

Neste poema, Murilo Mendes emprega uma série de imagens poéticas
de forte carga emocional e simbólica para explorar temas como a fragmentação
da identidade, o desejo, o erotismo e a transitoriedade do tempo.
O surrealismo é uma característica marcante da sua escrita,
com associações incomuns e expressões que provocam o pensamento e a reflexão do leitor.
A poesia se caracteriza pela constante tensão entre o visível e o invisível,
o real e o imaginário, o corpo e o espírito.

Corte transversal do poema
Murilo Mendes

A música do espaço pára, a noite se divide em dois pedaços.
Uma menina grande, morena, que andava na minha cabeça,
fica com um braço de fora.
Alguém anda a construir uma escada pros meus sonhos.
Um anjo cinzento bate as asas
em torno da lâmpada.
Meu pensamento desloca uma perna,
o ouvido esquerdo do céu não ouve a queixa dos namorados.
Eu sou o olho dum marinheiro morto na Índia,
um olho andando, com duas pernas.
O sexo da vizinha espera a noite se dilatar, a força do homem.
A outra metade da noite foge do mundo, empinando os seios.
Só tenho o outro lado da energia,
me dissolvem no tempo que virá, não me lembro mais quem sou.

Eu ainda acrescentaria que se trata de um poema de simetria arrebatadora e de uma fascinação profundamente intrigante. Alexandre

Saiba mais…

Única forma

 

Tudo em mim se condensa ou se move,
em uma copulação feroz e eterna.
Neste universo, o ato resplandece,
na mão divina que tudo governa.

Os milhões de mundos na lei divina
dissolvem-se na poeira dos meus sonhos.
O calor da tua aura se aproxima,
e há dor em mim que à tua dor combina.

Nós eclodimos como milho de pipoca,
em um caldeirão de óleo fervente.
Somos como um rio de lava ardente,
que no universo do amor desemboca.

Tu, no alto, te moves, mas só consegues estar,
enquanto eu, na terra, só consigo te olhar.
Na dor maior que existe, somos pedras e mar.
No coração, persiste esta única forma de amar.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Poesia Maldita

Toda a lassidão permeia o espírito,
É coceira medonha no céu da boca,
E o pensamento se gruda a coisa oca;
O poema não deveria ter sido escrito.

Pois a palavra teria sido endemoniada,
Como sentir os dentes na carne morta,
E o pensamento criar uma poesia torta,
A saliva clamando, grudenta e salgada.

E a mesma boca que brada,
Ao proferir esta poesia celerada.

Gostaria de sentir teu tato
Sobre mantos aveludados de vison;
Nem assim o poema seria fato,
Sem a língua, não haveria som.

É o que resta deste pesadelo,
Apenas um grito de medo ao acordar,
Certo que vivo não poderia estar,
Ao mesmo tempo desnovelar este novelo.
Nem de Deus se aproximar,
Enquanto o poema nunca poderia sê-lo.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Falta-me Coragem

Penso que me falta coragem
De viver como dizem ser o certo,
Que eu não devo dizer bobagem,
Que estou sempre errado e nunca acerto.

Não quero sorrir se estou triste,
Mesmo sem likes ou mesmo reações,
Que me importa se alguém resiste?
Minha teimosia afronta padrões.

Porém há um vazio que me cerca,
Toda porta parece estar cerrada.
Tento evitar a corrente incerta,
Mas minh’alma nunca foi calada.

Sou uma pedra fora do caminho,
Errante em pecados capitais.
Quando piso, me firo em espinhos,
Mas erro e sigo... e erro mais.

Faço errado tudo que é certo,
e eu me perco nas ideias,
Não sei o que é correto,
Mas não pertenço a nenhuma alcateia

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Quem sabe o que dizer
Que nesta vida já não foi dito?
Talvez um quê de morrer,
Ou, quem sabe, jamais ter existido.

Até as samambaias gritam alto,
Esperneiam com verdes folhas,
Rejeitam este verso que soa falso
E anulam todas as escolhas.

Mesmo um desejo tão latente
De te devorar pelas beiradas
Não parece ser conivente,
Pois não revela quase nada.

Pedras, papiros, folhas ou papéis:
Quem viu poesias, quem as escreveu?
Em sonhos,em bares, paredes dos moteis,
De qual mente doentia esse mal nasceu?

“Alto lá!”, gritou alguém, li na mesa de um bar,
Bebendo cerveja com sal e limão:
“Que o amor morreu no mar,
E que o mar evaporou na escuridão.”

E assim termina a história,
E talvez seja hora de ir embora,
Quando até as samambaias invadem a memória.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Ato de Amor

Floresce a minha alma pela eternidade,
em vidas e vidas a contemplar o infinito.
O tempo, em ondas de luz, sussurra um grito,
ecoando nos mares profundos dos pensamentos.

Procuro um Deus contido nas pedras,
nas terras, nos mares, nos altos altares.
E encontro um Deus, até mesmo nas guerras,
pois Deus é amor, visível em todos os lugares.

A luz que em mim reflete é tão viva,
uma criança à espera de acalentos de vida.
É carne efêmera, é alma eterna,
guiando os atos e sentimentos que governa.

Floresce a noção do valor das verdades,
em frases que ganham sentido na ação.
Por vidas e vidas, só há um ensinamento:
o ato do amor e do perdão brota do coração.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Eu não Pedi

Ouço os sons deste mundo
Em meus ouvidos de existência precoce
Com os olhos vejo a natureza morta,
E no paladar, o escarro de minha tosse.
Mas não devo tatear atrás da porta

Voltarei em breve ao meu calabouço,
Com grades negras e feias.
E o meu riso é o conflito que ouço,
Com meu bico torto, como a ave que gorjeia,
Enquanto meu chão é um lúgubre fosso

Não é o destino que eu me pedi,
Esta tortuosa sombra escurecendo a areia.
Eu peço a Deus que me tire daqui
Que me desgrude desta pegajosa teia,
Desta dor que em minha mão espremi.

Agora já não me sinto, e na prática,
Não descerei mais as escadas
É mais fácil a morte que a moral estática.
Está na hora da partida, e não da chegada
Pois toda a tranquilidade em m'alma,
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é trágica!

 

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Vidas Passadas

Um pote de sal sobre o vidro,
coentro, cebola, cebolinha,
na mão, a faca afiada,
limão e, por fim, o alho moído

Roberto cantava ao pé da escada,
nos ares, o vapor impregnava;
no chão, farelos de vida e pão
lá fora, chuva passageira
por fim, a noite chegava

A lua invadia o céu, a brisa
mansinha passava. Na rua, poesia
de cordel. Pela janela, olhava
a moça faceira que andava
requebrando as cadeiras

Em sonho de vidas passadas,
tambem subia em pé de aroeira
que dava uma alergia danada
e eu me coçava a noite inteira.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Minha Pequenez

Nada há além da vida,
para mim, jamais haverá de existir.
A vida, quase uma quimera,
é a ficção de algo por vir.
 
Olho o sol que reina no dia,
vejo a lua surgir ao anoitecer.
É tolice pensar que essas alegorias
foram feitas para o meu prazer.
 
Do fogo que queima, faço destruição,
da água que se agita, a emulsão.
Da terra, mãe que acolhe a semente,
do ar, a essência que move o coração.
 
Se a vida ainda resistir, será surpresa,
pois minha teoria é fruto de pequenez.
Se cinzas mortas voltarem a ficar acesas,
que eu troque a insignificância pela lucidez.
 
Alexandre Montalvan
Saiba mais…

Desejos Inconfessáveis

Eu e meus desejos inconfessáveis,
fruto do aroma doce da rosa
que enfeita os teus seios
Neles, vislumbro a cela que me faz
encarcerado e carcereiro.
Porém sem dar conta fico perdido
por inteiro.

Em cenários de sentidos e luxuria,
doce é o mel que escorre entre meus dedos,
e o furor deste jogo que consome.
Cinzas explodem em inconfessáveis desejos

Não existe escolha para a minha realidade
nesta sinuca, que a mim concedo
dos desejos inconfessáveis eu tenho medo
Salve-me Oh Deus!
Minha alma esmagada entre o mar e o rochedo

Neste caos desabo em um abismo escuro.
Entre o céus e o inferno estou dividido
na terra viva no pecado impuro,
enfraquecido em meus desejos proibidos

Mas é o tempo que me falta e me oprime,
enquanto vagueio neste mundo etéreo.
Inimaginável é o prazer deste meu crime
agora curto a paz atroz do cemitério.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Desabafo

Vai, por fim, a todas as manhãs,
meiga mãe dos homens,
tirar do peito imensa mágoa,
que só teu amor apaga,
e da boca terrível a fome
que engole o próprio homem.

Em uma tristeza profunda,
de todas as feridas que existem,
o vazio que a alma inunda
entoa na noite tão triste
e enche os olhos de lágrimas.

Na sombra da árvore da vida,
que teve em breves momentos
o renascer na terra, da lama,
a dor da eterna partida,
o amor que a alma reclama.

E nestes últimos dias,
o ódio, as guerras, o terror
tomaram a alma dos homens,
tiraram sua alegria,
e neste resto de dias,
o amor.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Surrealidade

São silêncios que saem desta boca,
palavras como lanças pontiagudas.
Transmutam-se na boca diminuta,
distante se vão os ecos das palavras.

Elevam-se suaves pelos ventos,
perturbando ouvidos distantes,
penetrando profundamente pensamentos
nas tardes quentes de phallus fecundos e animantes.

O tempo passa, cheio de ondas;
seus uivos denunciam sua jornada.
Meu Deus, alguém disse que a Terra não é redonda
e que toda surrealidade não é nada.

De longe, vejo esta contenda e penso que tenho
a sorte (ou o azar) de viver neste mundo.
Com as mãos, faço um desenho na areia,
e desfaço-o com um lento assopro profundo.

Agora, apenas lágrimas rolam em verdade,
rosas molhadas salpicadas de vermelho,
quando ao chão caem seus joelhos,
encharcando o solo com as dores da saudade.

Alexandre Montalvan

 

Saiba mais…

Sem Fundo

Não há cor nas verdades do mundo,
nem no transcender, filosofal.
O imaginário que se encontra no fundo
no canto ancestral do ser animal.

Mas não existe razão para as origens,
muito menor ainda a razão para o final.
Dizer que sim é dizer que finge, pois
são olhos que olham pela fechadura de um portal.

Se no mar profundo surgiu o instante,
e toda a força que este instante contém,
a história conta outra história adiante,
que o instante é a estrela de Belém.

No princípio eu tinha tanta fome,
tanto na noite, quanto no dia,
fome a ponto de sonhar devorando o universo.
Hoje faço versos no anverso antes que tomem
da minha boca totalmente vazia,
pois a língua está esquecida dentro de um graal.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Borboletas

Vais pelas névoas
suave e brilhante
vais pequenina viajante
de tempos em tempos
tu roubas da vida
os mares e jardins de pálidas orquídeas.

Pousa na alma da flor que agora
com olhos de luz,
seduz a aurora
É tua longa despedida
tão linda viajante formosa.

Teu jeito de joia preciosa
em jardins de cores
que se abrem azuis e vermelhas
amarelas,
de todas as maneiras
esvoaçante donzela.

Voa em perfumes de bosques floridos
voa em sonhos de gnomos e fadas
voa na fantasia de ogros e duendes
voa em sonhos dos inocentes.

Alexandre Montalvan

 

Saiba mais…

Exaltação

Ao sol que morre e se faz ausente,
abre-se as portas para a liquidez do anoitecer,
diluindo-se nas sombras da noite,
e leva com ele um sonho,
porque o sol se deixou morrer.

Fere, noite, as luzes à alma latente,
pois só a carne venceu todas as barreiras
e comeu a terra como fosse um penitente,
e a lua uma testemunha derradeira
de um corpo que, sem alma, vagueia.

O nada estendido no leito é um corpo sem a sua guarda,
imerso num profano de raios de uma tempestade,
neste corpo que perdeu sua imanência parda,
que de um inteiro só resta a sua metade,
pois foi ceifado na essência inapreensível do ser.

Os desejos nascem do fogo e não das cinzas,
neste pulsar galopante em suas veias,
nos preconceitos estão contidos todos os defeitos,
e as verdades são nítidas e concisas,
alvas, com os dois pés enterrados nas areias.

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Há quem faça versos tão lindos
Que eles aquecem o coração da gente,
Até te pegas sorrindo,
Emocionando-se, mesmo sendo um pouco intransigente.

Há quem
Faça versos como quem constrói castelos,
Apenas com delicadas palavras,
Mas que são de um sentir tão belo,
Que logo nos espantam, deliciados e boquiabertos,
No florir de lindos versos,
Perpetuados pelas mãos
Destes poetas.

É este sentir que traz a tantas mentes.
Porque tamanha controvérsia?
Há este amor pelas palavras, há paixão por uma amada,
Dor de uma partida, alegria por uma chegada,
Até uma dolorida insônia
No início de uma longa madrugada.

Respeito
É uma das respostas
Pelo sentimento daquilo que é alheio.
Se não gostas, não importa.
Não será o último nem o primeiro.
Se houver um pouco de amor no coração,
Te fará um ser humano
Mais completo, mais inteiro...

Alexandre Montalvan

Saiba mais…

Todos Meus Eus

Há de tudo nestes dias de dor intensa:
Solidão das flores, e suas descrenças.
Sonhos sobre ventos de amarga preguiça
Que me encharcam destes dias sem a ciência.

Dias em que a penumbra prevalece num coração doido,
E acontecem as dores de um parto prematuro,
Em olhares que olham de cima de um muro,
Entristecidos de musgo pouco colorido.

Desfolham-se todas as árvores da vida,
Que, de um jardim florido e denso,
Tombam-se em rarefeitos fragmentos
E tornam a vida completamente perdida.

Sinto-me queimado por fogueiras.
Vivo cercado por este horrível suspense.
O mundo é feito de coisas passageiras,
Mas sei que nada neste mundo me pertence.

Alexandre Montalvan

 

Saiba mais…

Andorinha

Vai voar minha andorinha?
Vai ceifar os mares, beber outros ares?
Eu vou ficar aqui!

Saudades !

Vou olhar o céu
Com meu coração
Procurar por ti

Saudades !

Voa lindo, minha vida
Siga teu destino, me deixe sozinho
Vou ficar aqui

Saudades !

Vou fechar meus olhos
Transmitir ao vento
Todo o meu lamento
Por te ver partir

Saudades !

Voe livre, minha querida
Sentirei saudades
Saiba, é verdade
Vou sofrer aqui

Alexandre Montalvan

Saiba mais…
CPP