A minha mão ávida em teu elemento mais puro,
Os teus olhos fechados procuram o céu.
Vivemos um profano momento imaturo;
Teus gemidos fazem parecer que sou cruel.
Na mansidão do teu olhar, os meus devaneios
Se perdem na brisa de uma manhã de outono.
Teu espírito exalta tudo o que é verdadeiro,
E eu, aqui, jogado aos teus pés, sem saber como.
Busco a noite para te amar amargamente;
Faço do gozo uma dor, um sofrimento.
Não sei viver sem você nem por um momento;
Quero, no êxtase da dor, buscar o prazer.
Bebo o sumo venenoso da serpente;
Persigo a morte que ressoa em meu caminho,
Porque, perto de você, sou um menino
E condenado a amar você até morrer.
Alexandre Montavan