Era um olhar, uma emoção,
depois de um tempo era o beijo
e aquele suor nas mãos,
a alma incendiando de desejo.
Na inocência do amor primeiro,
o coração batia ligeiro,
um sentimento em explosão.
Dançávamos músicas lentas
ao som de Je t'aime… moi non plus,
na pureza rebelde dos anos setenta,
uma onda feliz e embriagante
que, como ouro, ainda reluz.
Íamos passear no parque,
sentar na roda-gigante,
ouvindo Chico Buarque
como dois pombinhos amantes.
Você, meu amor primeiro,
não estás mais perto de mim.
És um sonho em um nevoeiro,
rosa escondida em um jardim.
Quanta saudade tua,
quanto tempo faz…
Eu já nem lembro mais.
Mas eu ainda posso sentir,
meu caríssimo leitor,
a louca e imensa emoção
do meu primeiro amor
e a dor desta saudade
que invade meu coração.
Alexandre