Assim que o vento sopra as cortinas
Eu me desnudo para poder ter amar
E sentir que a natureza é nossa aliada
E que a eternidade está dentro de nós
Enquanto nossos corpos se tocam na noite
Eu velejo pelos mares calmos da tua pele
Abasteço-me em pequenas ilhas espalhadas
Pelo teu corpo tão contido e tão infinito
Mas se acaso fantasmas do passado voltarem
Trazendo as gargalhadas de dor e incertezas
E a lista extensa de perguntas sem respostas
Esfregando em nossos rostos nossos temores
Confie em mim, podemos construir o paraíso
A cada beijo e a cada toque que se consome
Nessa dança voluptuosa em nosso quarto
Floresce uma árvore frondosa na alameda
Pela qual ainda passearemos de mãos dadas
Mas precisamos de mais flores para perfumar
Passeios contendo balanços onde brincaremos
Feito crianças felizes e portadoras de futuros
Imune às desconfianças que corroem a pureza
Precisamos cantar a canção que o vento ensina
E nos encantarmos com todo desejo que germina
Para cimentar as pedras que ainda estão soltas
E fazer do nosso lar o oásis em meio ao concreto
(Cláudio Antonio Mendes)