Reflexão
Mirando a juventude já passada,
diante do espelho a me indagar;
a me inquirir o tempo sem cessar,
sobre quem fui na força da alvorada.
Pergunta-me quem fui, quem sou na estrada,
que se ergue à frente deste caminhar.
Por que q'às vezes chor
soneto (36)
Tuas lembranças
Serão perenes nos meus pensamentos,
Os doces sonhos que sonhei contigo,
O teu sorriso, teu calor e abrigo,
Tuas canções de amor, teus sentimentos.
Serão perenes todos os momentos,
Que guardarei, pra sempre, aqui comigo.
Recordaç
Jogo da vida
As águas correndo nos leitos dos rios,
floreiam meus sonhos no solo de Gaia,
em noite adornada de fina cambraia,
no jogo da vida, aquecendo meus brios.
O canto do boto a incitar desvarios,
em cada recanto das águas se espraia,
e até no
PRENÚNCIO
Em tons de dourado vem o dia
No peito doce emoção flutua
Eu tal como criança em euforia
Que a felicidade ingenuamente cultua
Vejo-me envolvida em doces pensamentos
De promessas do encontro a se realizar
A vida assim adquire tons ale
Prenda
Se não te importa nada o meu destino ou dano,
deixai-me na loucura deste amor que sinto,
que vibra em cada artéria e feito amor cigano,
destila em mim saudade em flor de amor faminto.
Amar-te foi, talvez, o meu pecado insano,
mas quem contr
Bel prazer
Escuto dentro em mim, ainda, o teu arfar,
teu corpo inteiro afoito, em combustão banhado,
meu corpo em convulsão do teu suor molhado,
o amor se faz presente e quente a dominar.
Tateio em tua estrada a boca a salivar,
te entregas sem pudo
Fim de tarde
Final do dia exposto à minha frente,
o campo, os morros a perder de vista,
o sol que já se esconde e cobre a pista
de sombra e tom vermelho, transparente.
Olhando da varanda, atentamente,
a perfeição dos traços do alquimista,
cravados
ESTA FORMATAÇÃO FOI UMA GENTILEZA DA POETISA SAFIRA SALDANHA
À deriva
Perdido e solto ao mar o barco vaga,
alheio a própria sorte e impoluto,
de um lado e doutro não vê nenhum vulto,
na solidão do mar saudade afaga.
Errante segue o curso, o medo traga,
pois longe ruge forte o vento astuto
e o mar que antes c
Rastros
Repousa no criado os brincos que me deste,
E devagar eu sinto estremecer meu corpo.
O pensamento voa e, lembro até da veste,
Que te cobria a pele e teu amado rosto.
Depois daquela noite, oh noite, vil, agreste,
De luto me cobri com meu amo
...
Ode à u'a Poeta Menina
Ah – Como desejaria – ora confesso
ter dom e inspiração de um sonetista
para poetizar sem nenhum tropeço
para u'a Menina-Mulher d'arte artista
Desejo ter o espirito milagroso do 'rei'
e o sopro de vida e energia vital do '
Indagações
Enquanto a noite cai eu me pergunto,
por que te espero tanto em meu viver?
Talvez seja porque te quero junto,
na minha vida, em cada alvorecer.
No canto da saudade me besunto,
Equanto vejo a vida anoitecer.
Carrego teu semblante no conju
Teu perfume
Teu perfume entranhou no meu olfato,
se espalhou por meu corpo feito rama
e também nos lençóis da minha cama
permanece, ali suave, feito um gato.
Toda noite ao me deitar, de imediato,
ao sentir esse cheiro que me chama,
na lembrança tod
Mistérios
Vestiu-se de luto o amor em saudades,
Imerso nas sombras de muitas lembranças,
Suspensas no tempo em babel de esperanças,
Abriu-se crateras no lar das verdades.
Mistérios rasgaram as noites e tardes,
Na double cortina de pura alianças;
Vi
Desejo
Eu quis grafar no branco duma tela,
um grande amor que já não tem mais cura;
que é condenado a morte por censura,
e rasga o peito em dor que lhe flagela.
Eu quis amar e amar, aquela estrela,
com todo o brilho seu, sua candura,
qual flor ergu
O beijo dele
E quando teu olhar na minha boca pousa,
Meu sangue vibra e treme preso em cada artéria,
Eu torno-me rascunho sobre a fria lousa,
Nos braços teus eu vou no assedio da luxúria.
E quando os lábios teus nos meus, assim, repousa,