Posts de Cristina Maria Afonso Ivens Duar (295)

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Eu vejo a tristeza todos os dias, 

Ao espelho, durante o luar, 

Sinto nas minhas, as suas mãos frias, 

Eu vejo a tristeza, para mim a olhar. 

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Fita-me com olhos, iguais aos meus, 

Fico a pensar, que eu, sou ela, 

Vi a tristeza ao espelho... meu Deus! 

Nunca pensei, que eu fosse aquela. 

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Aquela tristeza que nasceu com ela,

Que só sorria, enquanto dormia, 

E não sabia o quão era bela. 

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 Insana foi a tristeza que me via,

E nada fazia para me dar alegria, 

No rosto que também era dela. 

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Cristina Ivens Duarte 3/07/2019 

 

 

  

 

 

 

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O MAR E A ROSA

Preciso de ir, não me peçam para ficar,

Eu quero dormir nos cultos da oração,

Em água de rosas e espuma do mar,

Preciso de ir... ao fundo do meu coração. 

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Preciso do escuro, do luto, da morte, 

Da escuridão de dentro de um ventre, 

De um grito, de uma punhalada forte, 

,Nas pétalas sagradas... rosas da corrente. 

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Preciso ir oh!! Deus Todo Poderoso! 

Não me negais este meu último desejo... 

De toda uma vida me desposo,

Com as finas pétalas rosas de um beijo. 

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Cristina Ivens Duarte - 21/12/2018

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Escrever Qualquer Coisa.

Escrevo porque me apeteceu escrever,

E a mim mesma eu sempre peço,

Sempre que escrevo o que me apetecer, 

Nas minhas janelas nasce um verso.  

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Um verso lambido de humildade, 

Cheio de frio e a tremer, 

Que rasga quase toda a metade, 

Do verso que eu queria escrever. 

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Sou muito diferente na escritura,

Nunca sei o que estou a escrever,

Cega com as minhas armaduras, 

Nem escrevo, nem sei acontecer. 

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Não estou a escrever coisa alguma, 

Só sinto o deslizar da caneta, 

E não fica escrito coisa nenhuma,

Para não reconhecerem a minha letra. 

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Cristina Ivens Duarte-1/08/2018

 

 

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O Incerto

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Aonde pára o teu corpo que eu não o sinto,

Para onde foi o sabor do teu beijo,

Na sombra do teu esboço pressinto,

Que não há ardor, nem desejo.  

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É quase insano depois de tantos anos,

Deixar de sentir quando estás perto,

Entardece e por fim choramos,

Pois nosso amor era dito como certo.

 

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Nem sequer lhe chamo de amor,

A um nome tão incompleto,

Sintético, deslavado, sem cor.

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Oh...que linda recordação!

De quando me davas a mão,

E o incerto eras tu meu amor.

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Cristina Ivens Duarte-19-07-2018

 

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Quando A Palavra Chorou

Um dia perguntei ás minhas palavrinhas,

Que tinham escancarado na face, uma escorrência tão doce,

Se aquela seiva toda eram fragâncias minhas,

Ao ler senti, como se um poema de amor fosse.

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Transbordavam tanto sentimento bom, que até chorei,

 Sob o amontoado de palavras que escorriam,

Que um dia escrevi, nem sequer eu sei,

Só sei o que as lágrimas me diziam.

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Logo hoje, fui escrever num dia tão singular,

Que nem sequer o barulho da vida me travou,

E eu, ponho a própria palavra a chorar.

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 O choro é de uma criança pequenina,

Com uma dor tal e qual a minha,

 Por causa da palavra que um dia chorou.

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Cristina Ivens Duarte-8-06-2018

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Saudades

Amei-te sem saber que amava tanto,

Nunca tinha sofrido de amor,

Na inocência desse todo encanto,

Deixa-me em pranto toda esta dor.

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Dei-te de mim o meu quase tudo,

Sem sequer supor que era amor,

Amei-te num silêncio mudo,

Que ainda fere e dói o interior.

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Oh...como sofri com a tua partida,

Um sofrimento para toda vida,

Que lentamente morro por ti.

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Para sempre ficam as saudades,

Não passam com os anos, nem as idades,

Tu és o amor maior que eu já vivi.

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Cristina Ivens Duarte 18/05/2018

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No Lirismo Dos Meus versos Chorei

Esperei-te com a alma cálida, vestida só de poesia,

Para imprimir na tua pele o lirismo dos teus desejos,

Onde coubesse um poema de amor e extasia,

Na tua boca uma bandeja de ávidos beijos.

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Porque o lirismo dos meus versos é extremado,

As flores dos meus poemas têm licor,

De tão longe que os teus olhos têm andado,

Cristalizado ficou todo o nosso amor. 

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Namorei as rosas, plantei vasos apaixonados,

Escrevi o teu nome no coração onde doeu,

Um pronuncio de que estávamos condenados,

No final deixámos de ser nós...apenas eu.

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Sob promessa de viver em tristeza infinita,

Para toda a vida minha boca amordacei,

Engolindo o teu nome em frases tão bonitas,

No lirismo dos meus versos...chorei.

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Cristina Ivens Duarte-05/11/2017

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" Entre Um E Outro Pensamento "

Vagando entre um e outro pensamento,

Olhando o mar que se expandia...

Juntámos nossas células, sem discernimento,

E num bailado prateado, fizemos a travessia.

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Então, todo universo passou uma tangente,

Ao meu corpo, em descontrolada emoção,

Para reflectir a eternidade, frente a frente,

E ser julgada nas águas frias do perdão.

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Minha alma deu um soluçado e profundo grito,

Abafando o som das ondas implacáveis,

Cavando abismos, levando-me ao infinito,

Por covas fundas, eras insondáveis.

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De transparente túnica, opulente e bela,

Livre, em pleno esplendor e frescura,

No fundo estava a Vénus tão singela,

De luxuriantes formas e tão pura.

**.

Mas eu confusa com tais perplexidades,

Queria salvar-me ou talvez prender-me,

Rasgar-me em pedaços, voar como as aves,

Veio uma musa, quis absolver-me.

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Tirou-me os nós que eu tinha no peito,

Com a graça de uma pomba branca,

Despiu-me como ninguém tinha feito,

Cobriu-me toda com uma manta.

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E assim como vim ao mundo,

Levou-me para terra toda liberta,

Doei minhas confissões, ao mar tão fundo,

 Deixando as gaivotas de boca aberta.

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Cristina Ivens Duarte-08/12/2017

 

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" Uma Fantasia "

A tarde era qual um favo de mel,

Amarelo, flamejante, causava vertigens,

Só éramos nós, mais o som do pincel,

A pincelar, minhas fantasias virgens. 

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Comecei então, a fantasiar contigo,

Num campo de searas, a crepitar,

Surgiste por entre as vagens de trigo,

Como uma semente a desabrochar.

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Com a tua fragilidade e candura,

Quase impossível de imaginar...

Meu coração abriu-se em loucura,

Só para tu poderes entrar. 

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Dei-te uma flor, que colhi dos montes,

Para colorir, teus olhos belos, 

Fiquei perdido em horizontes,

Quase tocava nos castelos.

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Não parei de fantasiar...meu Deus!!

Era tudo tão encantado...

Que ao tocar-te, com os dedos meus,

Parecia não ter fantasiado.

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Eras tão real, em minha mente perdida...

Pelos montes a ver-te brotar,

Que te plantei em minha vida,

Para sempre te poder tocar.

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Cristina Ivens Duarte-20/11/2017

 

 

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