Posts de Frederico de Castro (1261)

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Marés feridas

A escuridão asfalta o caminho rompendo
Todas as solidões precárias despindo o
Manequim dos silêncios mais mercenários
Surpreendendo até um eco feliz…tão perdulário

Sou como o mar arrastando suas ondas e maresias até à
Longinquidade do mais ténue desejo oscilando a cada navegar
Dolente e astuto vestindo as marés irrequietas com um fantástico
Maremoto de oceânicas paixões tão ofegantes…quase insurretas

Bordei cada palavra que alinhavei na minha solidão
Descosi toda a saudade onde se remendam tantos malfadados
E fatais sonhos desalmando a dialéctica destes versos em reclusão

Pelos corredores da vida fiquei admirando aquele formoso
Gomo de luz andarilho, deixando um ósculo de prazer à pesarosa
Madrugada que se perfila flanqueada de solidões tão meticulosas

Frederico de Castro

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Performance de um carinho

Em cada olhar se desnuda uma carícia mais tagarela

Redescobrindo a manhã que à cautela reabre o invólucro da

Vida despertando ígnea e mais singela

 

Ali ressuscitou aquela parcela de tempo onde mergulho

Escoltado entre a imprevisibilidade do silêncio perfeito, solícito

E todo exaltado desejo curando meus ais e lamentos explícitos

 

O tempo revela e amarrota a solidão numa trivela gentil

Acoitando aquele mágico e brejeiro desejo deixando só uma

Sequela de beijos despontando hábeis, delicados, súbtis

 

O dia rompe magistral limpando as remelas à luz que povoa

Cada partícula de ilusão tão derradeira estatelando-se nestes

Versos dormitando nos peitos deste silêncio quase curandeiro

 

A noite emprenha-se da escuridão vilã e tão aperaltada

Que precinto teu preceito abraço chegando inusitado

Mordiscando cada palavra que engendro nestes versos supracitados

 

Sei de fonte fidedigna de onde surgiram aqueles perfumes

Fraternais, excêntricos assim flertados, arquitectando cada

Meticuloso beijo que almejo feliz e requintado

 

Sei até como uniformizar cada silêncio para que em cada cântico

Deleitado te infeste de carinhos numa performance de solfejos festivos

Incitantes, orquestrando o amor na pauta dos sonhos mais paliativos

 

 

Frederico de Castro

 

 

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Bisbilhotando o silêncio

Mergulhei no oceano daquele olhar onde
Velejei numa solidão Atlântica acalmando
O Pacífico e cerzido momento de tempo onde
Se apaga mais um dia refastelado eufórico e magnifico

No design do silêncio arquitecto cada brisa cúmplice escapulindo
Depurada, expressando todas as nuances de um verso cartográfico
Bisbilhotando o mapa de cada fantasia mais dócil cintilando tão
Agregadora, nutrindo a vida que palpita jubilante e avassaladora

Em busca de tantos sonhos perdidos reencontrei-me entre
As fotografias desbotadas esquecidas num canto da solidão
Conspiradora e recatada hipnotizando até aquele silêncio
Que nos era fatal propício e premeditado

Amordacei o tempo deixando seu rasto ubíquo entre
Nossos entes que se esgueiram sempre mais incisivos
Parindo uma multidão de desejos manietados e persuasivos
Ousando-nos entre olhares fogosos, aplacados…conectivos

Frederico de Castro

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Per te

Por ti
Faço uma orquestra uivando qual
Prelúdio sinfónico, idílico e celestial
Flerto aquele beijo quase angelical
Onde fluímos bailando solenemente umbilicais

Por ti…
Tanta entrega de prazeres radicais
Mil e quantos desejos prevaricando
Na refrega da paixão tão viral, algemando
Até o silêncio nobre, deportado e gutural

Por ti…
Um olhar
Mais que apaixonado
Gemendo retratado
Num sorriso vestindo
O tempo sequioso…excitado

Por ti…
Tanta saudade cotando um louco
Segundo que resvala abortado
Gargalhada de felicidade num
Sonho aplaudindo acossado

Por ti…
Desencarcero-me todo, por inteiro,
Sem parcelas, vincando nossos seres num
Abraço devorador, decantado…sem sequelas

Por ti…
Ateio um fogo à floresta
Dos meus prazeres
Multiplico toda a vida a amadurecer
Renascendo requintada…a resplandecer

Por ti…
Desnudo o acetinado luar que
Engaveto em cada memória a enfunar
E das noites quase aviltadas doo com
Doçura a solidão que brota afrodisíaca e manietada

Por ti…
Cogito um tempero sublime qual
Manjar dos deuses deixando a alma
Serva de um sinuoso carinho cooptado e unânime

Por ti…
Pavimento o céu com estrelas que refluem sua
Magistral luz deslizando pelo átrio do tempo
Renascendo pelos teus desfiladeiros onde aplaco
Teu lúbrico olhar tão gentil e garimpeiro

Por ti…
Visto os limites do Universo com sedosos
Cetins decorando a anatomia de cada constelação
Onde colapsa radiante o crepuscular momento desta
Ionizante existência em constante rotação e translação

Por ti…
Instilo na alma meu feroz querer saciando e
Bajulando a noite perdida entre a janela de
Tantas emoções incandescentes deixando sem
Paradeiro este verso que findo jubilando integralmente

Frederico de Castro

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O Chat virtual

A noite embalou-se na madrugada
Que agora desponta deixando um gomo
De luz lacrimar pelos beirais da solidão
Amainando cada ilusão deslizando adornada
Pelas margens da tua face entristecida e resignada

Efémero tempo este que se espreguiça pela
Esquadria dos dias desassossegados
Deixando o invejável vazio transbordar na noite
Repleta de sonhos reeditados e excomungados

Ficou só meu site emparedado entre a desilusão
Virtual dos nossos seres e o browser do amor
Navegando num chat casual acariciando todas
As palavras que digito no fórum dos desejos em reclusão

Amadureceu agora a Primavera e lenta…lentamente
Inadiavelmente
Procria todo o ritual da vida acontecendo excepcionalmente
Estampando no sorriso teenager a alegria aromatizada
Florindo em cada olhar prodigioso e matreiro

Frederico de Castro

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Silêncio umbilical

O que ilumina a vida são todos aqueles momentos que pintam
A ingénua carícia expressando com calafrios o dócil gesto sorrindo
De olhos arregalados compilados num único apelo que declamo
Nestes versos insuflados de uma paixão imensa e refastelada

Assim fantasiei as nossas casmurrices caramelizadas
Numa gargalhada esfomeada…saborosamente condimentada
Revestindo cada sedutor momento onde radiantes engolíamos
Com paixão o vulto dos nossos seres empanturradamente pactuantes

Das muitas saudades que espreitam engalanadas logrei
Todos os desejos que por mim fluíam fadados, fintando a
Distraída métrica destes versos que regurgito quase insubordinados

Fiz uma réplica do silêncio que enlutava aquela solidão tamanha
Depurando cada lamento engasgado resvalando para o regaço do
Suscitado desejo onde instados acontecemos umbilicalmente legitimados

Frederico de Castro

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Abraço da alma

Ando à mercê de uma saudade doida varrida
Linchando cada sonho mais desfortunado
Gemendo entre as giestas gráceis fossilizadas
Numa palavra eufórica e remida

Sem rumo certo vadiam os olhares melancólicos
Pela paisagem dos meus lamentos levando nos ventos
Os pigmentos dos sonhos delicados sossegando a matiz
De cada dilacerado desejo infiltrado no tempo codificado

Ali um breve instante que trepida
Acolá um eco que demora reclamando
A resposta lenta arquejando trémula e ferida

Depois o silêncio somente o silêncio abrigado
Neste calejado tempo onde abraço a alma
Colorindo cada pixel do amor sorrindo mitigado

Frederico de Castro

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Um momento mais...

Fugiu de mim o dia fluindo flutuando
Sonolento e suave esmorece o cântico
Da citara num abraço insinuando um momento
Mais enquanto estremece a noite nas vésperas
Do dia caindo ameno e pachorrento

Freme o silêncio que amamenta de mansinho
O rumor esmaecido do tempo e se entranha em
Mim ostentando a esfíngie das sombras mascarando
As ausências dementes,vazias engolindo aquele farrapo
De saudades tão irreverentes

Um momento mais ali subjacente onde alimento
A boémia embrulhada em ilusões omniscientes
Uma cascata de solidões mugindo a luz trançada
Num aliciante desejo doendo….doendo contundente

A esperança vestiu-se desbotada…esfarrapada
Pincelou a indumentária do tempo soterrado em
Meigos silêncios onde reciclo e perfumo os poros desta
Estrofe insolvente  palpitando encurralada num quieto
Refrão solene madrugando naquele adeus esgotado
Pelo sonho murmurando algures triste e solitário

Frederico de Castro

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Vesúvio lamento

Alegra-te comigo amigo e olha pra dentro de ti
Deixa que as alegrias respondam a tantos sentimentos plenos
Confraternizando com divagantes memórias onde farejo guloso
Esta solidária inocência veraneando estancada em todo festejo latente
Engarrafado numa vaga de desejos tão eufóricos e veementes

A melancolia é agora partidária de uma saudade
Meteórica e tão autoritária algemando cada palavra
Que se reergue qual fénix delirante pousando mercenária
Entre os sílios da solidão sistólica que resguardo tão temerária

Na travessia do tempo rejuvenesce o amor inflectido
Em ilusões tamanhas cercada de angulares momentos
Que se prostram consolando aquela hora divertida catalogando
Nossas paixões descomunais…quase primitivas mas tão factuais

Agiganta-se a noite uivando num vesúvio de lamentos
E lavas trovando, acalmando a bela e pujante erupção de beijos
Inflamantes madurando o desenfreado fogacho de solidão
Acantonada à beira de um sonho charruando extasiado…em convulsão

Frederico de Castro

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Olhar intruso

- Para Toots Thielemans, um músico excepcional

A solidão deixou descampado
Teu olhar singelo
Enterrou as tristezas que tombam
Na larga caminhada dos semblantes
Imperceptíveis espiando a noite feroz
Agrilhoada a uma lágrima caindo mirabolante

Fechei as brechas por onde me fugia o tempo
Emoldurei cada eco escondido no escorregadio
Sonho despindo a desconsolada esperança exalante
Decalcada, confundida esmagada envenenando
As coloridas e ténues lembranças tão acutilantes

Esvaziei o copo do silêncio quando me embebedei
Com as memórias mais vigilantes
Agregando a alma com uma leveza de versos
Quase redundantes
Instante de um resquício de saudade errando
Na vilania dos tempos cativantes

Vil este destino que impacienta a noite caindo
De mansinho…de braços abertos regando cada
Lamento inseguro, avesso
Assustando todas as simetrias do amor que
Endosso num beijo intruso, viçoso e travesso

Frederico de Castro

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Silêncio prematuro

A vida aconteceu por puro prazer
Em delírios de uma só vez
Elucidativa, infectada de amor
Zelando cada sonho célere a satisfazer

Dedilhei o tempo nascido prematuro
Lambendo o carnavalesco e festivo dia
Fantasiado de beijos inúmeros…tantos
Efémeros desejos…muitos,vestindo a noite
Num sussurro quase imaturo

Pintei cada letra que se esvazia no meu
Dicionário poético…arquétipo de uma lágrima
Engaiolada no silêncio lisonjeiro suspirando pelo
Simulacro da vida mumificada nesta estrofe embelezando
O sarcófago do tempo onde me aquieto qual fiel hospedeiro

Faça-se do dia toda uma festa em pareceria com
As emoções compartilhadas
Sejamos autodidatas do amor, preenchendo
Cada alfabeto de prazer num diálogo fraterno
Improviso poema escrito na ditadura deste verso
Fidedigno e eterno

Frederico de Castro

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In extremis

Todo eco invade o olhar brilhando na candura
De muitos gestos latentes deixando sem remetente
Aquele sorriso oculto na perfumada lembrança que
Reinvento cada vez que acoberto festejos e folganças
Coexistindo gratuitamente seduzidas pela pujante esperança

Nas teias do tempo armei meu diálogo embebido nas
Palavras delicadamente audazes, tentadoramente fugazes
Delirando pelo corpo do silêncio onde teço as mais nobres
Fantasias poéticas entranhando-se no curvilíneo momento
Infestado de beijos e abraços…oh, como eu sei tão vorazes

A caravela das ilusões zarpou agora deixando meu porto
Mais inseguro solitário, obscuro, sedando a noite que implode
Vítima de uma ilusão déspota imigrando pela diáspora dos tempos
Que embalam meu repertório insaciável de palavras e versos inalienáveis

A luz engoliu a solidão que ainda pernoitava nos aposentos
De uma desfragmentada madrugada e ali, in extremis desatei os
Nós do prazer onde  em cada vestígio do teu perfume me algemara
Aquietando todas as carícias que sedento resgatei e até minhas dores sarara

Frederico de Castro

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Efervescente labareda

Acendamos o dia com gargalhadas imensas
Trajando a luz que desponta impetuosa chamejando
Pelas ondulantes e intensas maresias do tempo
Deixando em curto-circuito todas as ventanias que se
Soltam suspensas num lamento tiritando em sincronia

Fez-se escura a noite deixando o poente lá longe choramingando
Naquele apagão supremo onde apenas brilhavam as silhuetas
De uma estrela uivando estatelada no planalto deste Universo
Cosmológico onde nos encarceramos capitulados…antológicos

Adormece a treva mais lânguida na calada do silêncio
Encurvando-se perante as fragrâncias da mimosa e tenaz
Aurora que desponta num requinte de bailados alegóricos
Deixando apáticas nossas emoções namoriscando eufóricas

Este é decerto um prazer quase absoluto expresso pelo
Artesão das palavras sublimes, revestidas por peregrinos
Gestos de afecto e tentações imprescindíveis , ressuscitando
O amor crepitando em labaredas insaciáveis e imperecíveis

Frederico de Castro

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Noites sumptuosas

Vasculhei a púrpura manhã nascendo versátil e
Apressada beijando os suaves gomos de luz ladeando teu
Sorriso táctil  insinuando aquele olhar faceiro e pulsátil
Esvoaçando como um murmúrio quase  ferino e volátil

Na fartura persuasiva de um lamento tresmalhado
Enlacei a alma num longo e palpitante momento
De solidão penetrando-te até ao convés lânguido
Dos silêncios tumescentes portáteis e beligerantes

Refinei uma hora acídia que nasce e se aventura ali onde
Jaz a tua formosura pairando no relevo de uma insinuante
Carícia lírica claudicando prematura exaltando cada desejo que
Tateio louco despindo a noite cúmplice, cativa e pactuante

Este o retrato fiel revelador de um afago breve sumptuoso,
Aveludado e síncrono incendiando todos os universos de uma
Paixão elaborada com meiguices imperturbavelmente
Talhadas entre as plumagens dos silêncios imptuosos
Inebriando-nos felinos…e tão meticulosos

Pudesse eu reproduzir o naipe de sabores assim que o dia
Tombasse entre as paliçadas do tempo estrondoso e decerto a
Noite nos aclamaria espelhando o extase da vida regurgitando num
Elaborado encontro de desejos auspiciosos todo em ti se propagando

Frederico de Castro

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Tarde...tarda o tempo

No redil dos meus sonhos velei aquele olhar
Inesquecível
Bordei nas pastagens do tempo o inspirador
Cântico deixado adormecer na ementa da
Existência apaixonada irredutível

Tarde…tarda o tempo açoitando a madrugada que
Atropela a hora em fuga pelas frinchas da solidão
Enquanto a cidade dorme entregue aos vícios noctívagos
Segregados pelos tentáculos do silêncio em reclusão

Há uma intempérie de ilusões intrincheiradas
Na vastidão das minhas fiéis utopias correndo
Em digressões afáveis, bebericando as saudades
Árduas desalinhadas nunca desmentidas nem expiradas
Sempre indeléveis, supridas e desvairadas

Tarde…tarda o tempo a chegar como em cada frágil
Hora que queremos represar
Assim de mansinho conspira o surto de beijos a mitigar
Caindo imperiosamente fecundos embriagando
O lépido sonho que se desnuda exausto parindo
O tentador desejo que seduzimos assim bramindo

Frederico de Castro

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Inquilino do silêncio

Cambaleia a luz através deste meu
Tédio perfeito
Inquilino do silêncio quase inquisidor
Mirando-se ao espelho onde se reflecte
A noite embebida num milésimo segundo conspirador

Vou envelhecendo como os dias transitando na vil
Existência dormitando nas arcadas deste sonho senil
Desenhado em coloridas chitas de desejos que se
Desnudam entre sombras passarinhando no vão
Das memórias tão gentis

Compartilhei nas melancolias dos sonhos um gesto de amor
Solidário enquanto a madrugada perscrutava a ínfima e luminosa
Fonte de luz aconchegando todas as distâncias onde consignei a
Imaginação fluindo suave e lenta, lentamente delirando pelas
Quermesses da existência camuflada na penumbra da vida em reclusão

De olhos esbugalhados a noite escurecendo ali pousou
Fotogénica…num lamento insuportável e febril
Estendeu seu andrajoso tempo no arame farpado da existência
Alimentando o matreiro palpitar de um eco …agora inquilino
deste meu reagente silêncio kamikaze e vilão

Frederico de Castro

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Prontuário do amor

Trémulo sentido do semblante
Vagando no olhar peregrino encerrando
O flocoso pesar envolto na redoma da vida
Esvoaçando alada num sonho caindo
Defenestrado túmido e vagaroso

Velando o despertar do dia acoito o ser
De nós vestindo estes versos perfumados
De um cheiroso silêncio esvoaçando pelo
Renovado e beligerante eco sintonizado num
Beijo fervoroso amansando esta ânsia viçando

As lacunas do tempo abriram-se em horas ténues
Prontuário da saudade povoando memórias mais grogues
Embebedando a boda nupcial de todas as cumplicidades
Creditadas e doadas no fluxo destes versos esculpidos
Num cântico uivando qual arauto de muitas unanimidades

Tenho como lema povoar toda a emoção que tresanda
Nos poros dos meus versos
Hedónico sentido ortográfico trajado de desejos cerzidos
Em estrofes rendidas preteridas resistindo ao sedado
E lascivo segredo onde me entrego convalescendo relapidado

A confiança , faz acontecer…a fé, tudo reviver e renascer
Almejo de cada oração meditando solitária neste elucidado
Opúsculo onde reescrevo a performance da esperança acontecendo
Circuncisa…impressa num sonho emancipado e preciso

Frederico de Castro

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Última e derradeira fuga

Numa carícia singela embalo com frenesim a ingenuidade
Reconfortante da alma que se despe em sorrisos tão devoradores
Sugando aquele apetecível  olhar exuberante proliferando em
Cada sonho por onde me aventuro cabalmente revigorante

Voasse eu na última e derradeira fuga pelo tempo
Abandonando de mansinho cada sonho desordeiro
Decerto esquadrinhava no espectro da felicidade um
Punhado de eternidades viajando no relevo desta paisagem
Exprimindo cada alvorada submersa em tamanha serenidade

Numa insípida hora pernoitei nas entranhas da noite respirando
Aquele apetecível e despojado perfume que transita pelos ventos
Depurantes, suando pelos poros desta vida ancorada ao silêncio
Que naufraga no limbo da existência agora promulgada e revigorante

Frederico de Castro

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Amor profundo

Amenizei o tempo pousando como pluma
Nos cílios do teu olhar
Amaciei a madrugada despontando ígnea
Magistral enxugando toda a brisa leve
Levemente abrindo a aurora do teu sorrido
Que quero compartilhar

Impregnado e grávido nasceu o silêncio
Alvorecendo à varanda desta solidão
Onde descanso refastelado dentro do pomar
Fértil da vida…fruto do ventre que amamenta
Aquele incontido pranto que quero vasculhar

E se a noite tingisse de breu o teu ser
Confiscava à lua um raio imarcescível de luz
Para iluminar e embebedar-te com minha
Exultante alegria
Transformava todos os trilhos do mundo em pavimentados
Passos de dança enamorados desfilando na alfaiataria
Da vida recriada com tanto frenesim e histeria

Amor mais profundo foi consumido desnudado
Ficou sem indumentária
Trajou-se de lamentos quase hipocondríacos
Desfaleceu deixando esculpida na alma a ergometria
Do tempo viajando infindo, penoso, com uma volumetria
De beijos diria tão afrodisíacos

Amor mais profundo acelera até meu
Ritmo cardíaco
Deixa os subúrbios da saudade e reveste-se
Para sempre do teu ser onde me aconchego no
Ambulatório deste sonho quase orgíaco e fecundo

Frederico de Castro

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Incauto silêncio

Orquestrados sorrisos gargalham no
Esteio de um verso insuflado de alegrias
Parafraseando até o silêncio incauto, precário
Suturando cada dia com tantos abraços solidários

Ventila a primavera seus perfumes refrescantes
Banhando o relento da noite que madruga astuta e traficante
Dissolvendo e alimentando o amor no húmus das palavras
Plantadas no regaço de cada rima convergente…sufocante

Nas primícias da esperança que nos une assim vivificantes
Esgueiram-se pelas frestas do tempo aquela solidão inerente nutrindo
As oferendas do teu sorriso onde me alimento aplacado e inebriante

Arguta ficou a saudade à coca de novas solidões recidivantes
Embaralhando nossos olhares instilados de bebedeiras apaixonantes
Escorregando pela caligrafia das ilusões ardendo, ardendo instigantes

Frederico de Castro

Saiba mais…
CPP