Posts de jose airton parra sobreira (21)

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Escultura

Nuvens atravessam fios de aço,
Entrelaçam toda a imaginação;
A tênue membrana do dia e da noite,
Esferas circulam entre volumes e vazios.
O olhar a percorrer a transparência do céu.
Anseios, perspectivas, paralelas e o olhar...
Continua a caminhar, tocando a matéria.
Por que a solidão torna-se estática?
Quanto a estética, arrepia a espinha,
Há vida na matéria fria.
Basta imaginar.
por Airton Sobreira

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Ouça-Me

Ouça meu pensamento
No silêncio profundo;
Respiração suave, cadenciada
Numa calmaria abençoada
Cheia de anseios e devaneios.
Ouça minhas inquietudes;
Diante da tua serenidade fria,
Camuflada de certezas.
Segue seu caminho errante
Ouça meus versos
A cruzar oceanos através das madrugadas
Nesta tempestade de sonhos: o descanso
Sobre regato de tua pele macia.
                       

 por Airton Parra Sobreira

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Lembranças das Folhas

Sobrou apenas o orvalho,
Nas folhas a espera do vento.
Gostava de quando dançavam,
Os espaços eram preenchidos
De vagos olhares no azul do céu.
Ali, não mais voltarei. Previ o adeus;
Assim, em outros lugares estarei.
Em breves momentos a brisa volta a
Dirigir meus pensamento: movimento.
A dança, o vento, e o Tempo,
Sempre voltam para lá,
Meus pensamento também, mas,
Apenas meus pensamentos.

por Jose Airton Parra Sobreira

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Conversa Com As Paredes

Nada é tão frio quanto ao silêncio
Das paredes que não querem falar.
Do quarto as ideias desaguam
Em mares profundos e desérticos
Que não querem embalar
Numa noite sem luar, sem reflexo,
Em suas águas: o rastro do Tempo.
Duma janela, as montanhas;
De outra, o mar.
Os desejos se misturam com a brisa.
O corpo cansado cai sobre a cama,
No frescor dos pensamento na escuridão;
Traz na mão o celular pra poder falar.


por Airton Sobreira

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Contemplação

Pudera afagar as sombras;
Se delas brotassem o calor
Do frescor da tez.
As nuvens alcançaria
Num tênue gesto
De erguer as mãos.
Porque o céu se faz
Dum imenso azul por onde
O primeiro homem passou
Deixando rastros de insensatez.
Agora querendo mudar
O destino do mundo,
Se nem ao menos transformou
Seu erros em graça e compaixão.

de Airton Sobreira

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Dúvidas e Teorias

Uma nova veste;
Despida de conceitos
Diante dum velho mundo.
O que incomoda mais
Além da angústia, ou
Estrelas inatingíveis?
O olhar abraça o universo:
Jamais serão terrenos.
Os poros exalam sentimentos,
Assim como os ventos
Percorrem mundos desconhecidos.
Toda fantasia vem de dentro;
Fora, apenas dúvidas e teorias.
Nada satisfaz a vida.

Poema e imagem de Airton Sobreira

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Não Creia

Não acredite no homem,
Porque usam palavras.
Tão pouco acredite em mim.
Sentimentos não são feitos
De letras.
Há falsas verdades;
Mentiras sinceras.
Se não existissem nomes,
Seriamos bicho sem nome.
O homem inventa formas
Para escapar do tédio.
Cria nomes de remédios, mas
Se não houvessem palavras,
Estaríamos descalços,
Em algum lugar
A desenhar em cavernas.


Poema e imagem de Airton Sobreira

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Estações Separadas

Inverno ártico
Entre os trópicos
Numa meia estação silenciosa
De paredes úmidas.
As ideias se congelam,
Adormecem no presente vazio.
O norte já não existe mais,
Embora estando lá;
Eu não estou, e isso é o que importa.
Importam-se coisas mas não os lugares:
Estão todos em icebergs a deriva,
Ou talvez em fotos deixadas em armários.
O que fizeram com os lugares?
Sei que estão lá;
Mas eu não estou.
Já não me importo com isso,
Mas com o Tempo.
Sei que passa e nada adianta
O ato de respirar ou olhar a parede
Vendo um relógio imaginário
Sem ponteiros a percorrer o Tempo
Agora presente onde me encontro
No mesmo ponto presente.

Imagem e poema de airton parra sobreira

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Tão Distante

Quanto mais distante,
Mais perto de Deus.
Quanto ao esquecimento;
Uma dádiva perfumada
Com lavanda e pedaços de céu.
Há uma beleza visível
Dentro do invisível;
Assim como uma tristeza pungente
Bem perto da gente; que não se vê
Nas cores mutantes do sentimento.
A luz do olhar se cala,
Sem palavras; selvagem e tão só.

Poema e imagem de Airton Sobreira

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A Cura

Alguma coisa me toma pelas mãos,
Levando-me para este momento
Impregnado de ontem.
Sinto-me fragmentado.
Há perversidade racional
De trás dum sorriso de outro sorriso.
O corpo sempre paga por isso.
Exaustão do dia nunca terminar.
O corpo permanece impregnado
De amanhãs que nunca terminarão.
Sempre é o silêncio a estancar o Tempo;
Curando as feridas deixadas de ontens.

por Airton Sobreira

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Teto Imaginário

Sob o teto imaginário
As ideias confinam-se;
Definem-se; sobrecarregam-se
Em nuvens invisíveis.
Atmosfera de azuis infinitos,
Onde o grande ilusionista
Não joga dados, mas poker.
Lá de cima, o Tempo estanca;
Em baixo, tudo gira
A velocidade da luz.
Quando se ultrapassa o Tempo
Surgem as nuvens telepáticas,
Brindando-te no futuro.

airton parra sobreiraPoema e imagem de airton sobreira

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Esculturas Vazias

Procuro retirar da forma
Espaços vazios.
Como estar numa sala
Olhando arestas imaginárias
Cheias de realidades invisíveis.
Onde não há memória
Porque nada se criou ali,
Além de teias e desejos,
Contornos viajantes
Através olhares táteis;
Da dureza da matéria
À sedução da luz.
Criação que nada se espera,
A não ser,
Esquecer da própria materialidade.

Imagem e poema de Airton Parra Sobreira









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Apenas Um Ponto

Sei que existe um ponto
Parado no Tempo
Onde posso alcança-lo;
De certo, não com meu braço;
Mas com minha mente.
A mesma mente que engana,
Trapaceia e te faz sentir
Parte duma manada.
O erro parece universal,
Enquanto o acerto
Está tão perto, parado
Naquele ponto.
Nem tudo precisa
Um dia partir.

imagem e poema de Airton Parra Sobreira

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Sem Paredes

Se não houvessem paredes
Haveria mais espaço
Em meus pensamentos.
Sentiria o vento;
A vida em movimento.
Sob o céu de nuvens:
Algumas estrelas e aviões
Silenciosos como
Conversas telepáticas.
Sinto falta do mar,
Do banho de estrelas e cometas.
Lembro do Sputnik
Quebrando o silêncio lá no céu,
Do caminho noturno em Cebrero,
De sentir a vida como ela é,
Sem paredes, e muitos de caminhos.

Imagem e poema de Airton Parra Sobreira

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Dunas

Aparentemente desértica;
As areias se assentaram
Sobre as pegadas.
A visão de mundo, já é outra.
O capim fino persiste
Entre as dunas:
Esculturas em mãos de vento.
O horizonte se estende, parece
Nunca terminar;
Seja entre as dunas e o mar.
Quando a noite cai,
Já não estou mais lá.
Estou em casa, mas
Meu pensamento ainda mora lá.

de Airton Parra Sobreira

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Sombras e Gatos II

Sombras telepáticas,
Notívagas e felinas;
No oposto extremo do meio dia.
São gatos pretos acinzentados
De olhos caramelados;
Melados de noites ímpares,
Luar e sexta-feira.
As sombras são nuances
De azuis transcendentais
Atrás duma porta semiaberta,
Envoltos em semicolcheias e
Cobertores felpudos e macios.
Estão sobre os telhados,
Sobre as cabeças:
Seus pensamentos.
As sombras assombram e
Vão embora, como se ali
Nunca existissem.

Digigravura e poema de Airton P. Sobreira

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CPP