Terra
Mestre Tinga das Gerais
Terra dos altares escondidos
Das sombras das ilhas misteriosas
Que das entranhas do universo se esvai
Pó sobre pó das cinzas da Fênix
Asas de Ícaro, eu plebeu.
Fertilidade da lua
Serenidade que do sertão clarão
Fulgor de o sol espargir
Semear por entre lágrimas e sonhos
O alvorecer semeando encontros.
Encontros de almas pungentes
Lavradores no limiar da tempestade
Ventos que lapidam pesadelos
Garimpando o sentido da vida
Terra em transe viagem infinita.
Quisera os planetas cultivar
O antídoto da saga serena
Caminhar no labirinto da busca
E ostentar o sabor do fruto
Com mãos estendidas ao tempo.
Terra sobre terra
Agasalhos de mares e oceanos
Crateras de rios mercantes
Pescadores de ilusão viagem
Sinas no navio negreiro.
Ó terra firme!
Raízes de matas virgens
Porão de cobras e lagartos
Mas sempre terra
De abrigo e profusão.
O gorjeio do verão
É o colo do outono na terra
Folhas secas bailando
O pousar é tão somente a sutileza
À espera das águas de março...
Um inverno que salpica a brisa
A primavera explode
E a essência embriaga o universo
A tímida terra sorri
Empunhando seus rebentos.
Idolatrada terra!
Eu descalço em teu seio
Força de ti poder
Alicerce dos movimentos hostis
Que suporta tremores e dores...
Ao pó desceremos
Agasalho de ossos
E vidas interrompidas
Mas que a terra em sua magnitude
Aponta o mistério a desvendar.
Somos o gritar a esmo
Mas nos encontramos nos alaridos
Que mesmo lúgubres os sentimentos
O norte terra é farol
Da sustentação da vida humana!
Comentários
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Bom dia! Muito obrigado a todos!