poesia brasileira (26)

Motim

Motim

— J. A. Medeiros da Luz

 

Presta atenção, ó renitente pluma,

Que, a rigor, de pluma só o nome tens!

Este mestre, mais um (entre bilhões)

Errante bípede na caatinga do cosmo,

Senciente observador de eventos,

Suplica, demanda, quer, exige agora,

Um poema

Saiba mais…

Nada de novo sob o sol

— J. A. Medeiros da Luz

 

Ah! O velho Sêneca, tão dado a consolações!

Vivesse hoje, argentário embora,

Com seu metódico discurso

De o mais estoico dos ascetas,

Montaria suas termas — sua tenda —

Com determinismo de engrenagens acoplada

Saiba mais…

Toiling at his final resting place

J. A. Medeiros da Luz

         — “Richard Spruce (1817–1893):  Distinguished botanist,

              fearless explorer, humble man, lived here

              (Placa memorial em Coneysthorpe, Inglaterra).

 

Asseveram fide

Saiba mais…

Rusga Juvenil

— J. A. Medeiros da Luz

 

No meu quarto de hotel revejo a cena:

Ora, pois, com que então, minha doçura,

Tu dizes-me, assim, que vais de vez;

E que não voltarás, aqui, jamais?

 

Não me venhas com essa, Açucena.

Embora, com ser doce a rapadura,

Mol

Saiba mais…

Comensais d'antanho

Comensais d’antanho

J. A. Medeiros da Luz

 

E aquelas traças do sótão

Estampam lá sua gramática,

Que é muito mais escorreita

— E que primor de figuras! —,

Com muito mais louçanias

Que o jargão das pobres traças

Que assentaram residência

Entre volumes  lá embai

Saiba mais…
CPP