Quando apareces, assim, do nada,
Trazes contigo a beleza das nativas,
Levas os lumes líricos da madrugada
Diversificando nas cores vivas.

Quando nos meus sonhos e devaneios
Tu surges, de repente, feito fada,
Com olhos estrelados, fartos seios
Sinto meu coração em disparada.

Quando para tuas plagas tu partes
Deixas-me em constante melancolia
Rasgo bandeiras, queimo estandartes
Rabisco os alfarrábios de poesia.

Se tu vieres e comigo não mais ficares
Como ficavas comigo antigamente 
Que leias este poema e aceites estas dicas 
Se não quiseres ficar sem mim...eternamente



            PARTO
 
Sinto-me uma parte da laranja,
Um pedaço de astro destacado
De outros astros, quem se arranja
De forma estranha do outro lado.


Sinto um parto de planta
Ao parir uma semente
Que cai entre pedregulhos,
Entre escórias e entulhos.

É uma dor inconveniente,
Dor de rocha, dor de pano, 
De vento varrendo oceano.
Sinto uma dor cor-de-gente.

Por vezes eu sinto um dente
Do dia que amanhece sorriso
De pente que penteia cometas;
De peixes em lubricidades com rios.

Pinto o silêncio com tintas 
De vidros transparentes
Para que a aparência do som permaneça
E cresça na mina
Da minha cabeça,
Nas cercas brancas
E nas verdes paredes 
Da minha mente que mente
E te vende uma verdade
Que foi mentira sempre.

Ria. Mas creia
Que a centelha acesa
Não cresce na mata
Nem em campo de batata
De quem nada semeia
Ou de quem lavra
E rastela castelos na areia.

Assim o poema já nasce torto
Assim o sistema já nasce morto
Um touro mocho no cerrado
Nos topos dos serrados do M
Na semântica manca do verso.

Sinto uma dor de parto de pedra
Nascida na serra, na terra preta
Das alamedas de abetos
Cobertas de teias
Das aranhas caranguejeiras
Fúlgidos flagelos
Das letras negras
Do meu alfabeto,
Das janelas abertas na capoeira.

Meu ventre se parte após o parto,
Após o infarto
E o que tenho 
É lume do lenho
Engendrado que é tema 
E mistura de amônio e de estrela,
De anjo e demônio,
De estela e esterco
Na natureza besta deste poema.

 




Minhas Atividades

Márcia Aparecida Mancebo commented on Gilmar Ferreira's blog post No Princípio
"Que lindo, Gilmar!
Adorei.
DESTACADO
Um abraço "
31 de Jul de 2023
Lilian Ferraz commented on Gilmar Ferreira's blog post No Princípio
"Uma narrativa cheia de encantos na caminhada dos seres em pecado pelos recantos do mundo. Saudações…"
30 de Jul de 2023
JULIO CESAR BRIDON DOS SANTOS commented on Gilmar Ferreira's blog post No Princípio
"Belíssima explanação da vida, caro Gilmar.
Falastes tudo em versos que encantam.
Parabéns
Abraços…"
30 de Jul de 2023
Gilmar Ferreira posted a blog post
No princípio tudo era propício,Tudo nos era rios de sorrisosEm mares azuis, ares e marasmosDe…
29 de Jul de 2023
Gilmar Ferreira atualizou a foto do perfil
29 de Jul de 2023
Gilmar Ferreira agora é amigo de Nilma Fátima de Camargo Caetano, Adriano Vox, Ednaldo Florentino dos Santos e mais 1
Gestores
29 de Jul de 2023

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Sobre Mim

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Setembro 29


1) Qual o teu nome completo?

Gilmar Ferreira


3) Data de nascimento (não é necessário o ano)

29/09


4) Local de residência (Cidade, Estado e País)

Betim, Minas Gerais, Brasil


5) Mini Currículo (trabalho, experiências, gostos e ou preferências, família, produção poético-literária...).

Poesia


6) Quem o/a indicou para a Casa dos Poetas e da Poesia (ou como ficou sabendo desta)?

Isterreza


8) Está ciente que poesias sensuais (caso as tenha), devem ser postadas no grupo de Literatura erótica?

Sim


9) Concorda em participar e interagir conforme possa, com outros membros nas atividades da Casa?

Sim


11) Está ciente que NÃO DEVE POSTAR mais que 2 (duas) postagens por dia no Blog Geral?

Sim


12) Caso possua, deixe o link do Facebook, Recanto das Letras ou de outro site onde possamos saber mais de você.

https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=39545


13) Caso seja poeta ou escritor, publique aqui, uma poesia ou texto de tua autoria.

Quando apareces, assim, do nada, Trazes contigo a beleza das nativas, Levas os lumes líricos da madrugada Diversificando nas cores vivas. Quando nos meus sonhos e devaneios Tu surges, de repente, feito fada, Com olhos estrelados, fartos seios Sinto meu coração em disparada. Quando para tuas plagas tu partes Deixas-me em constante melancolia Rasgo bandeiras, queimo estandartes Rabisco os alfarrábios de poesia. Se tu vieres e comigo não mais ficares Como ficavas comigo antigamente Que leias este poema e aceites estas dicas Se não quiseres ficar sem mim...eternamente


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